domingo, 25 de abril de 2010

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO- A WEB 2.0 E A CULTURA DOS BLOGS


Introdução
“Aprender a viver significa preparar os espíritos para
afrontar as incertezas e os problemas da existência
humana...” (MORIN, 2002, p. 20).

A infoera, a era da informação e do conhecimento, está se impondo
na estrutura social mundial, atingindo os mais recônditos lugares de
nosso planeta.

As transformações pelas qual a sociedade moderna passa decorre
das novas tecnologias de informação e comunicação e marca o
início de uma nova época denominada por Castells (2002, p. 22),
“Sociedade da informação” onde:
(...) um novo sistema de comunicação que fala cada
vez mais uma língua universal digital tanto está
promovendo a integração global da produção e
distribuição de palavras, sons e imagens de nossa
cultura, como personalizando ao gosto das
identidades e humores dos indivíduos. As redes
interativas de computadores estão crescendo
exponencialmente, criando novas formas e canais de
comunicação, moldando a vida, e ao mesmo tempo,
sendo moldadas por ela.

Para o autor, “as redes desempenham um papel fundamental na
sociedade emergente porque a informação circula pelas redes:
redes entre empresas, redes internas às empresas, redes pessoais
e redes de computadores” (Castells, 2000, p. 23).
Estamos vivenciando uma sociedade conectada, onde grande parte
do tempo às pessoas estão em contato com a tecnologia. Em todos
os campos de atuação é possível observarmos algum computador
conectado a internet, interferindo nas transações, comunicações,
nas relações pessoais e também nas relações de trabalho.


Diante disso, a pesquisa aborda o tema "A web 2.0 e a cultura dos
blogs", com o propósito de verificar como os blogs evoluíram e
como foi inserido na cultura dos internautas. O estudo foi
bibliográfico, com delineamento exploratório, pois visa buscar maior
familiaridade com o problema, de forma a torná-lo explícito.
Envolveu levantamento bibliográfico e análise de exemplos que
facilitem a compreensão. Buscou-se conhecer e pesquisar sobre a
hipermídia, sobre a interatividade e a internet assim como os
próprios blogs. Utilizou-se no estudo autores previamente
selecionados para que fosse possível a reflexão sobre os
pressupostos teóricos, para então encontrar respostas às
perguntas que motivaram o presente estudo.

A crescente utilização da web é fato. De acordo com o IAB1, o
número de internautas no Brasil, até o final de 2007, chegava a 40
milhões. De acordo com pesquisa realizada pela ComScore2, em
2007, as redes sociais e o vídeo online lideram o ranking de sites
acessados. Sites de relacionamento como Orkut, MySpace,
Facebook, Linkedin, cresceram 34% no período de 12 meses. De
cada três pessoas que acessam a internet, duas navegam em
redes sociais. A pesquisa realizada pela Tecnhorati em 2007 3,
mostra que o número de blogs no mundo é de quase 1 milhão. Daí
a necessidade de se estudar esse universo.
No ano de 2008, a partir de março (data do último levantamento da
companhia), a quantidade de páginas pessoais cresceu 41%, indo
de 70,6 milhões para 99,9 milhões e agora está prestes a bater a
casa dos bilhões, uma vez que a proporção média diária de novos
blogs é de 175 mil por dia.
1 (Interactive Advertising Bureau)
2 ComScore Media Metrix estuda as atividades on-line de indivíduos no Brasil
3 Tecnhorati
20
Os números e a sempre crescente utilização da web e dos blogs
demonstram a importância do desenvolvimento de pesquisas na
área. Entretanto, por serem inúmeros os focos de estudo, este
trabalho procurará responder a seguinte questão: como a
hipermídia é utilizada na blogosfera corporativa?
De acordo com um post datado de 22/09/2008, no blog de autoria
de Fábio Cripriani (http://www.blogcorporativo.net/), de junho de
2006 até outubro/2008 os blogs corporativos passaram de 3 para
263. O número de blogs corporativos cresceu mais de 300%, entre
2007 e 2008, passando de 62 para 263 (incluindo os que deixaram
de existir ao longo do ano).
A fonte dos números é o Blog Corporativo Wiki. No entanto,
existem inúmeros blogs corporativos que não figuram como um dos
blogs corporativos na lista do wiki. De qualquer forma, o
levantamento realizado por CIPRIANI em seu blog
http://www.blogcorporativo.net/ que é o levantamento mais
completo da blogosfera corporativa brasileira e aponta os dados da
tabela 1:
Tabela 1: Distribuição dos Blogs Corporativos
Tipo de Blog Quantidade Ano
Pequenas e
Médias
Empresas
164 2008
Grandes
Empresas
032 2008
Blogs de
Ensino
013 2008
Blogs de
Campanhas
026 2008
21
de Marketing

Acredita-se que o Design de hipermídia seja um fator importante
para o desenvolvimento dos blogs, assim, tal estudo tem como foco
a forma de utilização do Design de Hipermídia nos blogs
educacionais nacionais.
Para João Antonio Zuffo, (2003, p. XVIII) “a teia mundial de
comunicações, que envolve os mais diversos recantos
freqüentados pela humanidade, garantirá que novas novidades,
todos os modismos e todos os procedimentos sejam
instantaneamente conhecidos”. O autor ainda acredita que:
“nessas condições, está ocorrendo uma verdadeira avalanche de
novas informações, de novos conhecimentos e de novas
situações”.
Pierre Levy (2003,) acredita que faremos um grande esforço a fim
de tecer incansavelmente relações entre as idades, os sexos, as
nações e as culturas, apesar das dificuldades e dos conflitos e que
o avanço das telecomunicações, implica no reconhecimento do
outro, a aceitação e ajuda mútuas, a cooperação, a associação, a
negociação, para além das diferenças de pontos de vista e de
interesses.
Para a compreensão deste estudo dividimos este trabalho em 05
(cinco) capítulos. No primeiro será efetivada uma análise da escrita
e da leitura, da chegada do hipertexto e de sua conseqüente
evolução até o design de hipermídia e suas características. O
capítulo 02 traz uma explanação sobre a evolução da internet,
assim como suas principais características e formas de utilização
no mundo atual. O capítulo 03 traz um estudo detalhado sobre os
blogs, sobretudo os corporativos. Já o capítulo 04 trata da pesquisa
de campo, na qual foi estudado o uso do design de hipermídia na
construção dos blogs corporativos de treze instituições de ensino.
22
Estes blogs foram estudados por terem sidos identificados como os
únicos blogs de instituições de ensino constantes na blogosfera
brasileira, de acordo com estudo de CIPRIANI divulgado em seu
blog http://www.blogcorporativo.net/. A grande expansão dos
blogs, em especial os corporativos de instituições de ensino, nos
levaram a verificar se as características do design de hipermídia
estão presentes em sua construção. Por fim, no capítulo 05 nas
considerações finais, será feita uma explanação de como as
características do Design de Hipermídia estão presentes na
construção dos blogs corportativos educacionais.
A pesquisa em questão contribuirá para o aumento da ainda
escassa bibliografia sobre a Web 2.0 e em particular dos blogs.
Serão redigidos artigos a serem submetidos aos comitês editoriais
de congressos e de periódicos nacionais e/ou internacionais,
demonstrando a tendência das organizações em utilizarem blogs
(por seu caráter bidimensional, informal e de fácil manuseio) e
discutindo o design de hipermídia na construção dos blogs.
.
23
Capítulo 1 Design de Hipermídia e suas características
“(...) nossa vida, nossos
pensamentos, nossa imaginação,
nossos sonhos não são
lineares...” (MOURA, 2003: 143).
1.1 Aspectos históricos do design de hipermídia
A necessidade de as pessoas trocarem informações é inerente ao
ser humano. Os povos pré-históricos já utilizavam figuras para
transmitirem informações. O princípio alfabético foi inventado pelos
gregos, por volta de 1.000 a.C. A escrita mais antiga de que se tem
conhecimento foi feita em argila, com um instrumento de madeira
chamado burril. Depois foi sendo substituída por tinta em couro ou
papiro (FISCHER, 2006:58; ELLIS, 1995:43).
Com o mundo em constante evolução, a escrita também
acompanhou a transformação da sociedade. A evolução da escrita
e da leitura proporcionou acesso ao conhecimento a um nível que a
mente humana não poderia alcançar sem o alfabeto latino. A TV,
os filmes e a música, tornaram-se um subproduto da leitura do
alfabeto latino. A escrita alfabética é uma união perfeita da
tecnologia com o meio, e como resultado há a eliminação das
fronteiras e a união de pessoas, O computador moderno, fazendo
uso do alfabeto, é capaz de colocar as pessoas para trocarem
informações em tempo real em todas as partes do mundo. Com a
internet, o alfabeto latino já é a força vital da comunicação.
(FISCHER, 2006:42).
Para este autor, “O PC moderno promoverá a leitura tanto quanto o
fez o surgimento da imprensa, há mais de quinhentos anos, pois a
24
revolução eletrônica é, sobretudo a revolução da leitura”
(FISCHER, 2006:43).
A preocupação em facilitar o acesso às informações, já em 1945,
levou Vannevar Bush a propor um assistente mecânico,
denominado Memex (Memory Extender. (ULBRICH, 2006:07)
O projeto do Memex continha telas visuais, botões, alavancas e um
teclado, permitindo armazenar quase tudo, incluindo livros, figuras,
periódicos e jornais. Permitia também sumarizar notas manuscritas,
fotografias, rascunhos e memorandos, pois sua essência era a
indexação associativa. A seleção de qualquer item permitiria a
seleção imediata de outro e, pela formação dessas associações, o
usuário poderia construir um caminho personalizado, por meio do
material (BUSCH, 1945 apud ULBRICHT, 2006:08).
Podemos pensar inclusive sobre o projeto Xanadu, que foi o
primeiro projeto realizado para o desenvolvimento daquilo que
posteriormente veio a ser conhecido como hipertexto. A idéia
básica deste sistema era a ser um grande arquivo para tudo o que
já havia sido escrito, com a possibilidade de tudo ser intertransportado
e de estar disponível ao mesmo tempo, on line. Um
grande hipertexto universal. (NELSON, 1965 apud MOURA,
2003:145).
Com o surgimento e a evolução da internet, o hipertexto foi-se
desenvolvendo e acabou por determinar a estrutura editorial básica
da web. Para compreendermos o hipertexto, são importantes os
conceitos de alguns autores, dos quais foram selecionados: Lucia
Leão, Vânia Ribas Ulbricht, Pollyana Ferrari e Mônica Moura e
Pierre Levi.
De acordo com Leão (2002:48):
25
Um hipertexto pode ser caracterizado como um
documento em que as operações da estrutura
interativa estão misturadas com o texto; em
geral, investiga-se a estrutura hipertextual do
ponto de vista da estrutura real, que conecta
essas operações.
Dessa forma, as narrativas digitais superam as limitações da
tradição da oralidade e da escrita, pois não buscam isolar ou
fragmentar o sentido do texto ou do discurso, mas ao contrário,
ampliar a rede de significações. (FERRARI, 2007;58).
Com relação aos nós de informações contidos no hipertexto,
Ulbricht (2006:16) afirma que:
Não existe uma fórmula para determinar o
tamanho e o quanto de conteúdo deve possuir
um nó, eles correspondem aproximadamente a
uma página, tela ou a uma janela sobre a tela,
se a informação for textual. Entretanto, os nós
podem ser: um gráfico, uma animação, uma
imagem, uma seqüência de vídeo ou de áudio,
ou um elemento externo como uma maquete,
entre outros. O conteúdo de um nó pode ser de
tipos diferentes como: definições, atributos,
referências, notas, ilustrações e exemplos
É possível que o hipertexto seja entendido como uma forma
narrativa, que não existe até ser produzida pelo leitor, mediante
uma série de escolhas feitas de acordo com seus desejos e
interesses. (HUESCA e DERVIN, 2004 apud ULBRICHT, 2006:09).
Pode-se ainda entender o hipertexto como sendo um método
intuitivo com diversidade de possibilidades para o acesso às
informações e à base de dados multimídia. Um esquema dinâmico
de representação de conhecimento; um sistema de auxílio à
argumentação, uma ferramenta de trabalho em grupo (MOURA,
2003:143).
26
Ainda de acordo com Moura (2003:239), o hipertexto pode ser
definido como “um conjunto de elementos e características que
poderão ser alterados e modificados conforme mudem as
tecnologias e sistemas”. A autora ainda afirma que o “avanço da
história mostra o hipertexto como uma evolução e um novo sistema
de leitura e de escrita, de busca e geração de informações”.
Com o desenvolvimento das interfaces gráficas tornou-se possível
a apresentação de vários tipos de recursos visuais, tais como texto,
áudio, vídeo, imagens e animações em uma única plataforma, que
hoje conhecemos como hipermídia (ULBRICHT, 2006:58).
1.2 Hipermídia
Segundo ULBRICHT (2006:57), a hipermídia pode ser definida
como: “uma rede de ligações de referências associadas a textos,
conjunto de dados, mapas, figuras, modelos tridimensionais, dentre
outros. Dessa maneira, essa rede deve permitir acesso às
informações por diversos caminhos”.
Enfim, é um campo onde se estabelece inter-relação entre
elementos resultantes de linguagens distintas. Estes, por sua vez,
passam a ser associados em uma fronteira fluida de sua linguagem
referencial e assumem características que determinam uma nova e
outra linguagem. (MOURA, 2003:149).
Hipermídia é, para DOMINGUES (1997:48), uma forma
combinatória, permutacional e interativa de multimídia, em que
textos, sons e imagens (estáticas e em movimento) estão ligados
entre si por elos probabilísticos e móveis, que podem ser
configurados pelos receptores de diferentes maneiras, de modo a
compor obras instáveis, em quantidades infinitas.
27
O primeiro aplicativo hipermídia foi desenvolvido por Andrew
Lippman, no fim dos anos 70. Era uma viagem virtual, um passeio
simulado, pela cidade de Aspen. (MOURA, 2003:149). Ulbricht e
Bugay ainda fazem uma descrição de como foi esse passeio
simulado:
O suporte desse sistema foi realizado em
videodiscos que continham fotos de todas as
ruas da cidade do Colorado. As fotos foram
organizadas como um conjunto de informações
ligadas umas às outras para possibilitar ao
usuário a sensação de visualizar em seqüência
as imagens. (BUGAY e ULBRICHT, 2000)
Moura apresenta alguns exemplos de aplicativos hipermidiáticos:
Os caixas eletrônicos e os sistemas bancários
on line; os quiosques de informações em locais
públicos (aeroportos, shopping-centers,
balcões de informações turísticas); as
enciclopédias em cd-roms, os dicionários e
cursos de línguas interativos; as coletâneas de
matérias e artigos de jornais e revistas
presentes na Internet; os aplicativos
educativos, culturais e turísticos; os sistemas
de treinamento (MOURA, 2003: 147).
A hipermídia, por seu caráter não linear, também pode ser
comparada a um labirinto, de acordo com Leão (2002:36), que
compara os labirintos naturais aos encontrados nos ambientes
hipermidiáticos. Machado faz uma comparação interessante com a
mitologia grega, quando diz:
Dédalo escapa de seu próprio labirinto voando
por cima dele com suas asas de cera, mas os
cretenses podiam simplesmente pular os
muros, como o moderno navegante da
hipermídia pode “clicar” o botão quit e desistir
do percurso”. (MACHADO, 1997:149).
Devido à sua riqueza, pluralidade e multiplicidade podemos dizer
que a hipermídia é uma linguagem desafiadora e envolvente, pois
se estabelece de forma aberta e abrangente, propiciando o
estabelecimento de inter-relações das linguagens advindas da
imagem estática, da imagem em movimento, do som, da animação,
28
da espacialidade, da imersividade, da movimentação e dos
sistemas de estruturação e organização da informação.
(MOURA,2003:144).
Através desse ambiente ocorrem as trocas de textos, imagens ou
sons, passando por diversas mídias, e linguagens, o que
proporciona um ambiente mais agradável e instigante,
proporcionando a interação e a troca constante de informações.
Machado (1997:146) afirma que “a hipermídia é um texto que já
traz dentro de si várias outras possibilidades de leitura e diante do
qual se pode escolher dentre várias alternativas”. Devido a essas
várias alternativas de caminhos, para que a leitura seja
completada, a hipermídia se apresenta como uma linguagem
desafiadora e envolvente, pois o leitor entra no ambiente da
hipermídia, sem saber ao certo para onde ir, mas sabe que sairá
desse ambiente com mais informações do que em qualquer outro
lugar já freqüentado no mundo virtual.
1.3 Design de hipermídia
O termo design de hipermídia (área de especialidade no campo do
design) é definido por MOURA (2006:147) como:
o desenvolvimento de projetos para a prática
comunicativa em rede ou para a solução de um
problema destinado aos sistemas digitais e
interativos, sendo um campo autônomo,
independente, com características e linguagens
próprias (MOURA,2006:147).
O design de hipermídia pode ser considerado uma atividade
projetual, que se torna essencial para a construção de interfaces
que possam facilitar a vida do interator. Nessa avalanche de
informações que o ambiente virtual proporciona, o papel do
designer se torna precioso para ajudar na organização dos textos,
das imagens, dos sons dos cliques e das páginas.
29
Ainda de acordo com Moura (2003:158):
(...) a criação e a produção nesta cultura
imaterial e sua gama de possibilidades no
universo da hipermídia levam os designers à
maior liberdade de criação, porém como nunca
o usuário e suas relações devem ser foco
principal de atenção em um projeto(...) neste
contexto é que entendemos o design de
hipermídia, ou seja, a atividade projetual
relacionada à hipermídia.
Portanto, cada vez mais o design de hipermídia é utilizado no
ciberespaço e cada vez mais é percebido como sendo de extrema
importância no ambiente virtual, pois aumentam as possibilidades
de alteração ou criação de novos programas de e novas interfaces
para a disseminação e o armazenamento de informações. As
tecnologias de hipertexto e hipermídia vão permirtindo que o
usuário “navegue” pela Internet, indo de um local a outro, fazendo
suas escolhas, interagindo com as mídias, escolhendo seu
caminho com o apertar dos botões do mouse.
Sob este enfoque, o papel do design de hipermídia consiste em
desenvolver produtos interativos que sejam utilizáveis, o que
significa produtos fáceis de aprender, eficazes no uso e que
proporcionem ao usuário uma experiência agradável. (PREECE,
2002:87).
Portanto, é válido pensar também no design de hipermídia como
“um campo onde a associação de linguagens é somada ao design
de informação” (MOURA, 2003:145). Ainda de acordo com a
autora, o usuário/interator é participante não apenas para obter
informação, navegar livremente ou utilizar um produto, mas
também para interagir com o próprio projeto, alterando seus
elementos e customizando-os.
30
Nessa linha de raciocínio, vale ressaltar o pensamento de Preece
(2002:28), que afirma que o design: “significa criar experiências que
melhorem e estendam a maneira como as pessoas trabalham se
comunicam e interagem”. Todos esses conceitos levam a pensar
no design de hipermídia como um espaço para criação de projetos
que facilitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Todo
esse conceitual aponta para a necessidade da atenção dos
designers na construção das interfaces, para que ocorra o fácil
entendimento dos interatores no manuseio dos sites ou blogs.
Portanto, é valido refletir acerca do design de interação como um
projeto de espaços para comunicação e interação humanas, ou
seja, uma forma de encontrar maneiras de fornecer suporte às
pessoas. (WINOGRAD, 1997 apud PREECE, 2002:28). Esse
suporte se mostra necessário devido ao imenso campo de ação
que envolve o design de hipermídia, pois está relacionado com
todos os processos que se realizam através dos ambientes virtuais,
como uma forma de estabelecimento de diferenciação no
ciberespaço. (MOURA, 2003:138).
Seguindo esse pensamento, Moura (2003:155) ainda afirma que o
design de hipermídia:
Exige que o designer não apenas domine a
relação texto e imagem, mas também, a
gramática advinda de outras linguagens, como
por exemplo, a imagem dinâmica ou em
movimento, o som e suas relações, as
questões da organização e estruturação das
informações, as questões relativas à
interatividade, mobilidade/navegabilidade e os
novos elementos para a concepção e
composição da interface (MOURA, 2003:155).
No entanto, para um melhor entendimento do design de hipermídia
se faz necessário a compreensão de suas características.
1.4 Características do design de hipermídia
31
De acordo com Moura, o design de hipermídia: “se caracteriza pelo
hibridismo, hipertextualidade, não-linearidade, navegabilidade,
interatividade e pela manipulação de constantes atualizações”.
(MOURA,2006:185-202)
1.4.1 Hibridismo
O hibridismo pode ser entendido como algo que é misturado;
consiste na formação de palavras pela junção de radicais de
línguas diferentes. De acordo com Moura (2007:117):
(...) é uma característica que confere à
hipermídia a possibilidade de propiciar uma resignificação
de informação através da
associação de duas ou mais mídias,
ampliando, assim, suas formas de expressão
O caráter híbrido do design de hipermídia permite, em ambientes
virtuais, o surgimento do diálogo entre códigos visual, sonoro e
verbal. É possível que sejam explorados a imagem e o som em um
mesmo ambiente e que seja observada a mistura de diversos tipos
de linguagens, como imagens, texto, animação, vídeos, etc.
O uso do vocábulo hibridismo passou a ser utilizado a partir da
explosão da cultura digital, em meados dos anos 90. O avanço da
internet e a crescente utilização desse meio como forma de
comunicação proporcionaram a utilização de diversas linguagens e
da mistura de mídias, na construção de ambientes hipermidiáticos.
(Santaella 2008:10).
1.4.2 Hipertextualidade
O hipertexto é uma forma não linear de apresentar a informação
textual, uma espécie de texto em paralelo, dividido em unidades
básicas, entre as quais se estabelecem elos conceituais.
32
Uma das características gerais do hipertexto é que, acima de tudo,
existe a possibilidade de diálogo de um texto original com outros
textos ocultos, que são inter-relacionados e disponíveis para
estabelecer qualquer relação lógica com o conteúdo anterior.
É possível notar que nem todos os textos que se encontram na
Internet são necessariamente hipertextos. Por exemplo, um dos
formatos mais usuais para a divulgação de documentos que
exigem certo nível de proteção de escrita, são documentos com a
extensão PDF De forma análoga um simples texto digitalizado com
qualquer processador de texto, pode ser importado para a internet,
sem qualquer marca de hipertextualidade.
1.4.3 Não-linearidade
A não-linearidade refere-se a todas as estruturas que não
apresentam um único sentido. Também apresentam múltiplos
caminhos e destinos, podendo desencadear vários finais. Moura
(2008:4) afirma que: “A não-linearidade refere-se à condição de
não haver cominhos/rotas predeterminadas, mas, sim, a oferta de
diferentes situações de uso, compreendendo, naturalmente,
possíveis desvios de foco e favorecendo novas descobertas”.
A leitura hipertextual, por meio de links, permite uma leitura não
linear, na qual ele se empenha em um processo de interconexões
que podem levá-lo tanto para o interior do próprio espaço de leitura,
quanto para outros textos, em outros lugares do ciberespaço.
(Lévy, 1999:78). Ainda de acordo com o autor:
O desenvolvimento desse novo suporte possibilita a leitura em uma
tela com múltiplas janelas de trabalho, que permitem manipular,
com a ajuda de um mouse, a presença dos elementos tecnológicos
na sociedade, especialmente a Internet, que vem transformando o
modo dos jovens se comunicarem, se relacionarem e construírem
conhecimentos. (LEVY,1999:79).
33
A não linearidade contém vínculos – links - para outros
documentos, permitindo ao leitor que se desloque de um lugar para
outro, e permitindo também que o movimento seja feito e o
conhecimento adquirido.
A não linearidade proporciona que o leitor possa obter informações
e estabelecer conexões associativas (hipertextuais) com bancos de
dados ou entre documentos escritos por autores diferentes.
Na leitura não linear, observa-se como característica, a
heterogeneidade e a polifonia. Todo texto aponta para as várias
direções de leitura, porque há sempre uma relação constitutiva que
ele estabelece com outros textos.
1.4.4 Navegabilidade
A maneira mais usual de visualizar uma escritura múltipla na tela
plana do monitor de vídeo é através de “janelas” paralelas, que se
pode ir abrindo sempre que necessário, e também através de “elos”
(links) que ligam determinadas palavras-chave de um texto a outros
textos disponíveis na memória. “O processo de leitura é designado
pela metáfora, bastante pertinente, da navegação, pois se trata
realmente de “navegar” ao longo de um imenso mar de textos que
se superpõem e se tangenciam” (MACHADO,1997:147):
Portanto, a navegabilidade diz respeito ao ato de navegar, à
exploração e à mobilidade do usuário no ciberespaço, na rede ou
em um aplicativo de hipermídia. Já, de acordo com Moura
(2008:04) a navegabilidade:
compreende a apresentação de elementos
hipermidiáticos que permitam a exploração e a
mobilidade do usuário, onde provavelmente, o
usuário irá deparar também com as
características de não linearidade e
interatividade (MOURA, 2008:04).
34
A navegabilidade, em um ambiente hipermidiático, diz respeito à
facilidade com que o usuário consegue se descolar no ambiente
virtual. Para Ulbricht (2006:22): “A navegação em um ambiente
hipermídia é o deslocamento do usuário no espaço formado pelos
nós e pelas ligações. Para que o usuário possa explorar esse
espaço e se localizar eficazmente, o documento precisa ter uma
estrutura clara”.
A navegabilidade se constitui na organização da informação, para
que o usuário navegue de forma intuitiva e saiba onde , de onde
veio e quais são as suas possibilidades futuras de acesso.
1.4.5 Interatividade
O termo interatividade tem sido muitoe utilizado nos últimos tempos
e de uma forma bastante difusa. Inicialmente far-se-á a distinção
entre os termos: interação e interatividade. A definição do conceito
de interação se torna um tanto controversa, pois muitas áreas do
saber a utilizam, como por exemplo a biologia, a farmácia, a
geologia, a física, a sociologia, etc.
De acordo com o dicionário de Ciências Sociais, da Fundação
Getulio Vargas(1986:624), a Interação Social “distingue a
influência recíproca dos atos de pessoas e grupos, o que
geralmente se dá por meio da comunicação”. Já a interatividade
está intrinsecamente relacionada com o mundo virtual, pois diz
respeito às ações mútuas que são exercidas entre duas ou mais
pessoas, duas ou mais coisas, estabelecendo assim, a
reciprocidade e a troca de informações.
De acordo com Moura (2006:03):
as tecnologias digitais exteriorizaram e
impulsionaram quatro qualidades do ser
humano: a curiosidade, a criatividade, a
cooperação e a vivência do lúdico. Sendo a
interatividade apontada como uma das
35
melhores aberturas para estas questões e para
o pensamento criador”. (MOURA, 2006:03).
Portanto, podemos pensar que é na interatividade que acontece a
experiência entre um usuário e a informação. A comunicação entre
o usuário e um site passa por esse caminho, inclusive a própria
comunicação é parte constante de um site, e a eficácia deste
dependerá da qualidade da interativida. (SZETO, 1997:78).
Para Lévy (1999:79), o termo interatividade “em geral, ressalta a
participação ativa do beneficiário de uma transação de informação”.
A interação também pode ser mediada por computador, e é esse
tipo de interação que será abordada nesse estudo.
Já se fala em interatividade desde o século XX, na década de 30.
No entanto, continua sendo um termo atual, pois foi somente na
década de 80 que foi adotado o termo HCI – Human Computer
Interaction – para definir um campo. De acordo com Preece
(2002:29):
(...) a interação homem-computador – IHC, se
preocupa com o design, a avaliação e a
implementação de sistemas computacionais
interativos para uso humano e com o estudo de
fenômenos importantes que os rodeiam.
(PREECE, 2002:29).
Também podemos entender que a interatividade é um conjunto de
ações que propicia a troca de conhecimentos e de informações,
facilitando a participação e a colaboração.
Podemos perceber que existem várias definições para o termo
interatividade. Porém, Alex Primo (2006:98) consegue defini-la
como:
A comunicação é reduzida à emissão de
informações (estímulo) e à reação do receptor
(resposta). E é justamente essa articulação que
fundamenta grande parte dos estudos da
chamada interatividade(...) Emissor-canal36
receptor se transformam em webmasterinterface-
usuário. Associando-se a essa
concepção, o par comportamentalista de
estímulo/resposta traduz-se como input/output
no contexto informático. (PRIMO, 2006:98).
Primo divide a interação em dois tópicos: a interação mútua e a
interação reativa. Ele entende que ambas possuem características
distintas. Para o autor, a interação mútua é “aquela caracterizada
por relações interdependentes, em que cada interagente participa
da construção inventiva e cooperada do relacionamento, afetandose
mutuamente” (Primo, 2006:57). Dessa forma, podemos entender
que a interação mútua diz respeito às modificações que acontecem
durante o processo em que ocorre a interação.
Para a definição de interação reativa, Primo (2007:57-58) afirma
que: “são limitadas por certas determinações e, se a mesma ação
fosse tomada uma segunda vez (mesmo que por outro
interagente), o efeito seria o mesmo”.
O autor ainda conceitua a multiinteração, afirmando que:
(...) em um chat, por exemplo, ao mesmo
tempo em que um interagente conversa com
outra pessoa, ele também interage com a
interface gráfica do software e também com o
mouse, com o teclado. Nesse sentido, em
muitos casos, tanto se pode estabelecer
interações reativas quanto mútuas,
simultaneamente. (PRIMO, 2007:57-58).
O autor coloca que podemos usar o termo interatividade quando as
seguintes características estão presentes: “interruptibilidade,
granularidade, degradação graciosa, previsão limitada e nãodefault”.
Afirma ainda que a interação mediada por computador
trata do potencial multimídia dessa máquina e de suas capacidades
de programação e automatização de processos. Pode ser chamado
de interativo quando as características descritas acima estão
37
presentes. Abaixo a definição das características apontadas por
PRIMO (2006:80).
Interruptabilidade: cada participante deve ter a possibilidade de
atuar quando bem entender. Esse modelo de interação está mais
para uma conversa do que para uma palestra.
Granularidade: refere-se ao menor elemento após o qual se pode
interromper. Em uma conversação, poderia ser uma frase, uma
palavra; em uma conversa, costuma-se responder à interrupção
com um balançar de cabeça, ou com frases do tipo “já respondo a
sua pergunta”. Essas circunstâncias devem ser levadas em conta
para que o usuário não creia que o sistema interativo usado tenha
travado.
Degradação graciosa: refere-se à instância do sistema não ter a
resposta para uma indagação. Quando isso ocorrer, o outro
participante não deve ser deixado perdido, nem o sistema deve
desligar-se. Aos participantes deve ser dada a possibilidade de
saber quando e como podem obter a resposta que não está
disponível naquele momento.
Previsão limitada: quando algo que não havia sido previsto ocorre
na interação, o sistema ainda tem condições de responder. No
caso de computadores, é comparado a um banco de dados infinito.
O princípio do não-default: o sistema não deve forçar uma
direção a ser seguida por seus participantes; a inexistência de um
padrão predeterminado dá liberdade aos participantes.
Ainda de acordo com Primo (2006:37) a interatividade acontece: “à
medida da habilidade potencial da mídia em permitir que o usuário
exerça uma influência no conteúdo e/ou na forma da comunicação
mediada”.
38
Pierre Lévy (1999:58) afirma que:
(...) é possível avaliar o grau de interatividade
de uma mídia ou de um dispositivo de
comunicação, baseado em diversos eixos,
dentre os quais as possibilidades de
apropriação e de personalização da mensagem
recebida – se é possível interferir no conteúdo
da mensagem em tempo real ou não; a
reciprocidade da comunicação – se o
dispositivo informacional é do tipo “um-um” ou
“todos-todos”, a virtualidade – no sentido da
possibilidade de cálculo computacional em
tempo real, em função de um modelo e de
dados de entrada; a implicação da imagem dos
participantes nas mensagens – se o
participante pode construir uma imagem de si
mesmo ou simular espaços não-físicos e a
telepresença. (LEVY, 1999:58).
O uso crescente das hipermídias e a explosão do uso da Web
abrem novas possibilidades nas interações mediadas por
computador. É possível que a interatividade seja observada em
diferentes graus, gerando aplicações diferenciadas de
interatividade entre usuário e a hipermídia, como apresentado a
seguir:
Segundo Santos e Campos (1998:51): "a liberdade de navegação
irá gerar aplicações com graus diferenciados de interatividade entre
usuário-hipermídia", como apresentado a seguir:
Alta interatividade: oferece-se ao usuário um tema, um conjunto
de sites e o acesso à internet. A navegação é livre ou pouco
direcionada. Espera-se que o usuário aprenda com a descoberta
imprevista e com a livre exploração do conteúdo disponível.
A vantagem desse enfoque é que o acesso ao conteúdo é
determinado pelo próprio usuário, para atingir o objetivo proposto.
39
Esse grau de interatividade apresenta alguns problemas, por
exemplo, em grandes espaços navegacionais,o usuário pode se
sentir perdido e sem saber para onde ir.
Baixa Interatividade: são oferecidos ao usuário o objetivo a ser
atingido e uma tarefa a ser cumprida, ao final da navegação. Para
tanto, ele tem acesso a uma aplicação multimídia ou a uma parte
específica de uma hipermídia. A navegação é induzida e o usuário
tem poucas opções navegacionais. Espera-se que ele se
movimente por recepção direcionada, exposição indutiva e/ou
dedutiva. A navegação é linear e seqüenciada. Os conteúdos são
fornecidos através de um sistema de menus, garantindo a
orientação do usuário. As metáforas mais utilizadas neste tipo de
hipermídia são os próprios conteúdos disponibilizados no site.
Média Interatividade: este grau de interatividade oferece ao
usuário o tema, os objetivos e a tarefa a ser cumprida ao final da
navegação - quase sempre guiada por menus. Espera-se que o
usuário descubra o conteúdo por descoberta guiada em uma rede
pré-definida. Adota como característica um enfoque híbrido. Esse
tipo de aplicação oferece ao usuário, em determinados pontos da
rede, somente um tema e o espaço de navegação, como as
hipermídias de alta interatividade, e em outros pontos da rede,
navegação quase linear, como as hipermídias de baixa
interatividade.
Segundo Preece, Rogers e Sharp (2005:78), a interatividade
proporciona o desenvolvimento de produtos interativos que sejam
utilizáveis, fáceis de aprender, eficazes no uso, que proporcionem
aos usuários uma experiência agradável. Os autores ainda afirmam
que “ao se projetar produtos interativos usáveis é necessário
considerar quem irá utilizá-los e onde serão utilizados”.
40
Com esse estudo, podemos perceber que a interação, assim como
a interatividade, são características do meio digital e são elas que
fazem da internet, principalmente da web 2.0, um dos principais
veículos de comunicação da atualidade, pois propicia as trocas de
informação, de conhecimentos, de participação e de colaboração -
como os chats, os comunicadores instantâneos, as listas de
discussões e os blogs, assuntos que serão abordados no próximo
capítulo.
Diante dessas características, podemos perceber a interatividade
digital como uma extensão em que os usuários podem participar na
modificação da forma e do conteúdo do ambiente em tempo real.
(PRIMO, 2006:74).
41
Capítulo 2 Internet
“(...) embora não determine a evolução
histórica e a transformação social, a tecnologia
(ou sua falta) incorpora a capacidade de
transformação das sociedades...” (CASTELLS,
1999)
A internet tem revolucionado o mundo dos computadores, das
comunicações e a forma como as pessoas se relacionam, como
nenhuma outra invenção foi capaz de fazer. O desenvolvimento e a
comercialização do microprocessador (unidade de cálculo
aritmético e lógico localizada em um pequeno chip eletrônico)
dispararam diversos processos econômicos e sociais de grande
amplitude (CIPRIANI, 2006:45; LEVY, 2000:88).
Essas características da web se consolidaram devido a um padrão
simples e universal, para a troca de informação. Abiteboul
(2000:02) completa:
O princípio central é decompor a informação em unidades que
possam ter nomes e ser transmitidas. Hoje a unidade de
informação é tipicamente um arquivo criado por um usuário da web
e compartilhado com outros por meio da disponibilização de seu
nome na forma de um URL (Uniform Resource Locator –
Localizador Uniforme de Recurso).
O governo, a indústria e o mundo acadêmico têm sido parceiros na
evolução e uso dessa tecnologia, como a própria história da
42
Internet tem nos mostrado. A internet, hoje, representa um dos
mais bem sucedidos exemplos dos benefícios da manutenção do
investimento e do compromisso com a pesquisa para o
desenvolvimento da informação (KUROSE, 2006:87). Por isso, a
intenção desse capítulo é compreender a Internet atual e entender
os recursos oferecidos pela web 2.0.
O termo web 2.0 aparece conceituado por Tim O'Reilly, numa série
de conferências, sobre o mesmo tema, promovidas pela O'Reilly
Media e pela MediaLive International tendo-se popularizado a partir
dessa data. A Web 2.0, segundo Tim O'Reilly , tem algumas
premissas básicas, a saber:
43
Figura 01: Mapa de Noções da Web 2.0
Posicionamento Estratégico
- Web como plataforma
Posição do Utilizador
- Cada um controla seus dados
Competências nucleares:
- Software como serviço não caixa
- Arquitetura Participação
- Escalabilidade eficiente em custos
- Fontes de dados remisturáveis
- Software acima de mono equipamento
- Explorar a inteligência coletiva
Flickr,
del.icio.us,não
taxonomia
Usuário como
colaborador
Blogs –
Participação
não publicação
Descentralizaç
ão radical
Experiência
rica do usuário
Calda longa
Wikipédia –
confiança
radical
Atitude não
tecnologia
Calda longa
Dados como o
“Intel Inside”
Confie nos
seus
usuários
A web como
componente
s
Beta Perpetuo
Software
melhor
quanto mais
utilizado
Play
Experiência
rica do usuário
Hackeabilidad
Direito de
Remixar
Comportamento
do usuário não
pré
determinado
Endereçabilid
ade granular
de conteúdo
44
A figura 01 mostra o mapa de noções da web 2.0, desenvolvido na
conferência da O’Reilly Media. Evidencia as várias idéias que
irradiam do centro da Web 2.0
1. A internet, como plataforma, deixa de ser considerada uma rede de
computadores. Esta idéia de plataforma é claramente visível na figura
acima.
2. Melhor experiência do usuário, associada à combinação de
tecnologias surgidas no final da década de 90 e ao aumento de
velocidade, surgem como os responsáveis pela edição
democratização e massificação da edição e pela edição colaborativa,
sendo os blogs e wikis bons exemplos.
3. Valorização do conteúdo colaborativo e da inteligência coletiva: o
conteúdo deve ser produzido e consumido por qualquer um, de forma
simples e direta.
4. Fim dos ciclos de lançamento e atualização de softwares
tradicionais”. Os aplicativos web podem ser atualizados de forma
constante, linear e independente da ação do usuário final. (O’REILLY,
2004)
5. Quanto mais simples a programação, melhor.
As diferenças entre a Web 1.0 e a Web 2.0, são vistas em oposição na
seguinte tabela, colhida do artigo de O’Reilly. Nela cada
funcionalidade da Web 1.0 é contrastada com a Web 2.0.
45
Diferenças entre a Web 1.0 e a Web 2.0
Web 1.0 Web 2.0
DoubleClick
-
-
>
Google
AdSense
Ofoto
-
-
>
Flickr
Mp3.com
-
-
>
Napster
Britannica
Online
-
-
>
Wikipedia
personal
websites
-
-
>
blogging
domain name
speculation
-
-
>
search engine
optimization
page views
-
-
>
cost per click
screen scraping
-
-
>
web services
Publishing
-
-
>
participation
46
content
management
systems
-
-
>
wikis
Atualmente podemos pensar que a internet implica o
reconhecimento do outro, a aceitação e a ajuda mútuas, a
cooperação, a associação e a negociação, independentemente do
ponto de vista e de interesses. A internet é responsável por
propiciar um contato amigável entre as pessoas de qualquer parte
do mundo, pois ela foi capaz de eliminar as barreiras que existiam
antes de sua invenção, além de enriquecer as trocas de
conhecimentos, a transmissão do saber e a convivência pacífica
entre as possíveis diferenças (LEVY, 2000: 87)
No entanto, podemos perceber que a internet foi capaz de facilitar a
rapidez na troca de informações, em tempo real, por todas as vias
de comunicações existentes. Levy (2000:34) afirma que: “Pode-se
transportar fisicamente os suportes (discos, disquetes etc) por
estrada, trem, barco ou avião. Mas a conexão direta, ou seja, em
rede ou on-line é evidentemente mais rápida”.
Hoje a internet serve de instrumento de trabalho, pesquisa e
entretenimento para uma variedade imensurável de usuários, de
estudantes recém-alfabetizados a doutores, incluindo profissionais
de todas as áreas (SPYER, 2007: 87).
Este processo atual de interação tecnológica expande-se
exponencialmente, em razão de sua capacidade de transitar entre
campos tecnológicos mediante uma linguagem digital comum, na
qual a informação é gerada, armazenada, recuperada, processada
e transmitida (CASTELLS, 1999:115).
Nessa primeira fase da internet, que também se pode chamar de
web 1.0, a troca de emails e mensagens instantâneas eram os
47
principais benefícios da rede. A rapidez na troca de informações
possibilitou a celeridade nos processos e também a disseminação
da informação, de forma democrática.
Nos dias atuais, o termo rede de computadores apresenta-se como
um termo desatualizado, devido a equipamentos não tradicionais,
ou seja, equipamentos que não seja o computador, que estão
sendo ligados à internet, a exemplo de televisores, câmeras web e
telefones celulares (KUROSE, 2006:38).
Também é notável uma mudança na web, na qual o mais
importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da
rede para se tornarem melhores quanto mais são utilizados pelas
pessoas, aproveitando a inteligência coletiva. A consolidação da
internet apresentou-se como um grande repositório de dados e
agente transformador dos meios de comunicação. Pelo fato de ser
global e não burocrática, viabiliza a contribuição, a opinião e a
inteligência coletiva (CIPRIANI, 2006:55).
Pode-se dizer que a web 2.0 é a segunda fase da www (word wide
web). Essa nova etapa tem um caráter mais participativo e
colaborativo, no qual os usuários vão acrescentando e
reformulando seus conteúdos. Segundo Spyer (2006, p. 27): “a
Web 2.0 é o termo mais difundido dentro da indústria de tecnologia
como sinônimo de sites colaborativos”.
Mattar (2007:85) alega que: “A Web 2.0 pode ser definida em
função da comunicação em duas direções, colaboração e
ler/escrever”. E essa colaboração de ler e escrever permite aos
usuários, além de realizarem dowloads, também realizarem
uploads, o que torna a web mais atraente.
Com a popularização da banda larga e o desenvolvimento de
novas linguagens, a Web 2.0 permite a criação de aplicativos sem
48
a necessidade de um software adicional. A web 2.0 está próxima
de ser um sistema operacional, como se fosse um windows
(MATTAR, 2007:56).
2.1 Conceitos da Web 2.0
Um acontecimento importante, que contribuiu para a conceituação
da Web 2.0, foi a conferência denominada Conferência Web 2.0,
que foi organizada pela O’Reilly Media, em outubro de 2004.
A idéia central da conferência foi reunir os maiores e mais
importantes especialistas da internet, para debater o que funciona e
o que não funciona, o que deve ou não ser usado nesta nova fase.
Nessa conferência foram tratados alguns princípios: a web como
plataforma, a inteligência coletiva e a arquitetura da participação.
A web como plataforma, de acordo com O’Reilly (2005: 05) pode
ser vista como: “um conjunto de princípios e práticas que interligam
um verdadeiro sistema solar de sites que demonstram alguns ou
todos esses princípios e que estão a distâncias variadas do centro”.
Uma plataforma é o lugar onde os programas existem. Então a web
seria a plataforma e os sites fazem o papel dos softwares. Os
softwares seriam como um serviço na web 2.0, os quais funcionam
também pela internet. Isso proporciona a facilidade de vários
programas poderem se unir para formar uma plataforma (O’RELLY,
2005:06).
A Web 2.0 é capaz de desenvolver interfaces completas e
funcionais, sendo que alguns aplicativos Web, ainda em versão
beta, são considerados como desktops on-line, o que proporciona
49
ao usuário um ambiente de trabalho totalmente baseado na www,
acessível de qualquer computador conectado à internet.
Outro conceito interessante da Web 2.0 é o do beta perpétuo. Esse
conceito pode ser entendido como o final do ciclo de lançamento de
programas, pois estes são corrigidos, alterados e melhorados a
todo o momento, pelo próprio usuário.
O google é um exemplo de padrão da Web 2.0 e também de beta
perpétuo. Ele não trabalha com prazos marcados para lançamento
de novos softwares, mas sim com aperfeiçoamentos contínuos.
Não faz uso de licenças e oferece apenas a disponibilização dos
serviços aos usuários, e ele roda sistemas operacionais de código
aberto. Acontece no espaço entre navegador e ferramenta de
busca, e o servidor de conteúdo de destino, como um intermediário
entre o usuário e a experiência on-line (O’REILLY, 2005:06).
Ainda com relação ao aperfeiçoamento contínuo da Web 2.0,
Mattar (2007: 85) afirma que:
Na web 2.0 tudo é matéria-prima para ser usada e remixada. Com
a Web 2.0, diversos conteúdos são criados e mantidos de forma
dinâmica por usuários e comunidades, e, portanto, não são mais
considerados acabados nem com uma finalidade especifica. Ao
contrário, tudo é visto como matéria prima, que pode ser
retrabalhada em função dos interesses e das necessidades dos
usuários. Daí a idéia de remixagem, que pode ser considerada uma
palavra-chave dessa tendência, assim como a idéia da versão beta
permanente.
Diante desses fatores, é possível perceber que o usuário não é
mais passivo, mas sim um agente transformador e produtor de
conteúdo. O que faz com que a web 2.0 seja interessante e
50
evolutiva, a tal ponto que Mattar (2007:85) afirma que é possível
tratar a Web 2.0 como: “uma sociedade de autores”.
A inteligência coletiva também é um dos conceitos básicos da Web
2.0. No que diz respeito a esse assunto, O’Reilly (2005:09) afirma
que: “o principal princípio por trás do sucesso dos gigantes
nascidos na era Web 1.0 que sobreviveram para liderar a era Web
2.0 parece ser porque eles souberam aproveitar o poder que a rede
tem de tirar partido da inteligência coletiva.”
É possível entender que quanto mais o usuário adiciona conteúdos
e sites novos, mais eles passam a integrar a rede, ao mesmo
tempo em que outro usuário descobre esse conteúdo e interage
com ele, participando e colaborando para a formação do conceito.
Na Web 2.0, a inteligência coletiva é relevante, pois é claramente
visível e confirmado que são os usuários que fazem a diferença.
Spyer (2006:28) afirma:
Em sua origem, ele deveria distinguir sites ou aplicativos com baixo
custo de desenvolvimento, em que o conteúdo surge de baixo para
cima (bottom-up) a partir do relacionamento entre participantes
(user generated content ou UGT), e que pode combinar as
soluções e o conteúdo de mais de um site para produzir uma
experiência integrada – o que no jargão tech se convencionou
chamar de mash-up.
Em outras palavras, um Mashup é um web site ou aplicativo web
que combina os conteúdos de mais de uma fonte. Mattar (2007:88)
afirma que o mashup: “além de crescer exponencialmente,
diferentes formatos de conteúdo tendem a se misturar e a confundir
seus próprios limites”.
51
A arquitetura da participação também é um dos conceitos-chave da
Web 2.0. Segundo O’Relly (2005:11): “a maioria dos servidores
web apóiam-se nos métodos de produção comunitária de código
aberto, eles próprios um exemplo de inteligência coletiva
possibilitada pela rede”
Existem mais de cem mil projetos4 de softwares abertos na rede.
Qualquer pessoa pode adicionar um projeto, baixar e usar seu
código. E os novos projetos migram da periferia para o centro,
como resultado de usuários que os fazem funcionar, em um
processo de construção e utilização da inteligência coletiva.
(O’Relly, 2005:11).
Já no que diz respeito à arquitetura da participação, O’Reilly
(2005:11) afirma que: “Alguns sistemas são projetados de forma a
encorajar a participação. E esses sistemas ficam melhores quanto
mais pessoas os utilizam.
Na definição de O’Reilly (2005:11): “as companhias Web 2.0
programam padrões para agregar dados do usuário e gerar valor
como um efeito paralelo ao uso comum do aplicativo”. Por isso, a
arquitetura da participação tem um aspecto importante para o
sucesso do software de código aberto.
O’Relly (2005:13) explica que:
Cada um desses projetos tem um pequeno centro – mecanismos
de extensão bem definidos – e uma abordagem que permite que
qualquer componente seja adicionado por qualquer usuário,
aumentando as camadas externas, daquilo que Larry Wall, se
refere como a cebola.
4 SorceForge.net.
52
Então é possível entender que as tecnologias utilizadas mostram
os efeitos de rede simplesmente pelo modo como foram projetadas.
E que os usuários agregam valor na medida em que eles
acrescentam seus próprios dados àqueles que já foram fornecidos,
e quanto maior o envolvimento dos usuários, maior será o valor do
aplicativo. No entanto, é necessário que o design da web 2.0 crie
padrões para agregar dados de usuário como efeito colateral ao
uso do aplicativo (O’Reilly, 2005: 28).
Para a formação da inteligência coletiva, a web 2.0 conta com seus
chamados filhotes, os quais proporcionam uma boa interatividade
com os usuários, e segundo Cipriani (2006:22): “a rede mundial de
computadores nos traz uma excelente fonte de informação com sua
numerosa variação étnica e cultural independentes.”
2.1.1 Filhotes da Web 2.0 e o seu potencial para a formação
da inteligência coletiva
São infinitas as possibilidades dos assuntos que podem ser
abordados através da web 2.0 e seus filhotes. Neste estudo
chamamos de filhotes os sites que tornaram a colaboração e a
participação um dos aspectos mais importantes da web 2.0, os
quais são retratados abaixo.
2.1.1.1 Chats
O Chat, que também é conhecido como sala de bate papo,
funciona como um fórum online, no qual os participantes
conseguem se comunicar em tempo real, dentro de um mesmo
ambiente. A dinâmica de funcionamento de um chat, de acordo
com Spyer (2007:77) “é parecida com a das mesas de bar, onde
53
muitas pessoas conhecidas ou não entre si, falam e escutam
conversas distintas simultaneamente”.
Geralmente as conversas acontecem entre duas pessoas, no
entanto é possível que mais indivíduos participem das conversas
online. Nas salas de bate papo da UOL5, por exemplo, é possível
fazer a opção para que o diálogo aconteça reservadamente, assim
somente as pessoas envolvidas no diálogo podem ler as
mensagens.
As primeiras salas de bate papo (chats) permitiam apenas as
mensagens escritas, mas a ferramenta foi evoluindo e hoje já é
possível, de acordo com Spyer (2007: 40): “a publicação de
imagens, de áudio e mesmo de vídeo transmitido por webcans,
recursos utilizados comercialmente para reuniões, conferências,
treinamentos e cursos à distância”.
2.1.1.2 Comunicadores Instantâneos
Segundo Spyer (2007:43): “chamaremos de comunicador
instantâneo ou comunicador, a ferramenta genérica”.
O conceito do comunicador instantâneo é parecido com o do email.
Ambos necessitam de um programa de instalação para gerenciar o
fluxo de informação, sendo possível que o usuário registre seus
contatos. Esse programa permite que o usuário forneça
informações através do status, como: disponível, ausente,
ocupado, em horário de almoço. Dessa forma, os amigos não se
sentem constrangidos para iniciar uma conversa (SPYER,
2007:78).
Os programas para comunicação instantâneas mais populares
atualmente, segundo Spyer (2007:44) são: “Qnest, MSN
5 Universo on line
54
Messenger, AOL Instant Messenger, Yahoo!, Skype, Google Talk,
Net Messenger Service, Jabber, QQ, iChat e ICQ”.
No Brasil, o comunicador instantâneo mais conhecido é o
Messenger (MSN). No entanto, Messenger é o nome do produto
que a Microsoft lançou para essa finalidade
2.1.1.3 Fóruns e listas de discussâo
Os fóruns e as listas de discussão são ferramentas que permitem a
participação e a colaboração, além de organizar um conteúdo que
deixem as discussões em evidência. Eles dispensam a presença
simultânea de quem recebe a mensagem, para que a comunicação
se estabeleça. Além disso, possuem muitos nomes, tais como:
mural de discussão, fórum de discussão, web fórums, discussion
boards ou simplesmente fóruns. (SPYER, 2007:88).
O fórum cumpre a função de comunicação grupal, pois facilita que
a audiência troque pontos de vista e opiniões a partir dos anúncios
colocados.
De acordo com Spyer (2007:48), “o mural estabelece hierarquias
para ordenar a informação. Existe a parte superior definida pelos
responsáveis pela ferramenta, e as áreas inferiores onde os
participantes se encontram para trocar mensagens”
Colocar uma mensagem num fórum é como escrever um e-mail;
existem os campos: título, autor e texto. Mas, de acordo com Spyer
(2007:49) “ao invés dessa informação ser transmitida para a caixa
postal de pessoas previamente definidas, a discussão do mural fica
disponível à comunidade de usuários”.
Já as listas de discussão são facilitadoras da colaboração online, e
utilizam o email como fonte de distribuição. De acordo com Spyer
(2007:50), “o conceito é parecido com o da mala direta, onde uma
55
relação de endereços serve para se enviar a mesma informação a
um grupo de pessoas.”
A mensagem parte de um lugar para muitos outros. A lista funciona
como um refletor de mensagens eletrônicas, que geram um
endereço de email para cada grupo criado, permitindo aos
participantes mandar mensagens para os integrantes da lista de
discussão (SPYER, 2007:88).
Existem serviços gratuitos para a criação de listas ou grupos, por
exemplo: Yahoo!, Google e Hotmail, que permitem ao criador
definir como o refletor irá funcionar. Pode ser da seguinte forma:
somente o moderador tem permissão de enviar conteúdo, ou pode
ser aberta, o que autoriza que qualquer participante envie emails.
2.1.1.4 Wikipédia
A ferramenta wiki gera páginas na internet, as quais podem ser
alteradas de forma simples e rápida, diretamente pelo browser,
representando uma solução eficiente para a escrita colaborativa. O
maior wiki em funcionamento hoje é www.wikipedia.org, que
utiliza o programa MediaWiki. (SPYER, 2007:65)
De acordo com SPYER (2007:57): “não é por acaso que a palavra
wiki vem da expressão havaiana ‘wiki wiki’, que poder ser traduzida
informalmente para o português como ‘rapidinho’, no sentido de ser
uma coisa sem complicações”.
É correto pensarmos em wiki, de acordo com Mattar (2007:102),
como:
(...) um software colaborativo que permite a
edição coletiva dos documentos de uma
maneira simples. Em geral não é necessário
registro, e todos os usuários podem incluir,
alterar ou até excluir textos, sem que haja
56
revisão antes de as modificações serem
aceitas(...)
Geralmente as pessoas possuem dúvidas com relação a esse
ambiente. Por ser um ambiente aberto é possível que alguém
possa vir a apagar algo importante ou mesmo todo o conteúdo. No
entanto, a estratégia adotada pelo wiki, nesse caso, é gravar as
últimas revisões, além de deixar disponível todo o histórico da
página.
Atualmente existem inúmeras ferramentas disponíveis para a
criação e o gerenciamento dos ambientes wiki, dentre os quais:
Wikispaces, Wetpaint, Mídia Wiki (MATTAR, 2007:46).
2.1.1.5 You tube
É um site na internet que permite que seus usuários carreguem,
assistam e compartilhem vídeos em formato digital. Foi fundado em
fevereiro de 2005, por três pioneiros do PayPal, um famoso site da
internet ligado a gerenciamento de doações.
O YouTube utiliza o formato Macromedia Flash, para disponibilizar
o conteúdo. É o mais popular site do tipo, devido à possibilidade
de hospedar quaisquer vídeos (exceto materiais protegidos por
copyright, apesar de este material ser encontrado em abundância
no sistema). Hospeda uma grande variedade de filmes, video-clipes
e materiais caseiros. O material encontrado no YouTube pode ser
disponibilizado em blogs e sites pessoais, através de mecanismos
(APIs) desenvolvidos pelo site.
De acordo com Mattar (2007:118), “existem outros serviços além
do You tube, como por exemplo o Google Vídeo, que permite
download de quase todos os vídeos, e o Teacher Tube, voltado
para vídeos instrucionais”.
2.1.1.6 Agregadores de conteúdo
57
Do inglês content syndication (sindicar conteúdo), significa utilizar o
serviço de uma empresa para distribuir o produto de um autor para
diversos meios de comunicação. Ou seja, trata-se de uma reunião
comercial de produtos editoriais para que sejam divulgados em
diversos locais. De acordo com SPYER (2007:63), “desde 2001
grandes veículos de mídia adotaram essa tecnologia, permitindo ao
internauta uma experiência de navegação personalizada ao
acessar a Web”.
Isso pode ser efetivado com a utilização de um agregador. O
internauta pode assinar o conteúdo dos sites preferidos e, sempre
que acessar a rede, seu computador importa as atualizações,
montando um informativo sob medida. Mas para que a distribuição
funcione, é necessário ter um disponibilizador de conteúdo,
também chamado de feed e um arquivo para fornecimento de
informação, que lista uma linguagem de sistema o conteúdo
oferecido pelo site. (SPYER, 2007:87).
Os agregadores, de acordo com Spyer (2007:63), “são programas
independentes que podem ser instalados no leitor de e-mail ou em
browsers como o Mozilla Firefox e o Internet Explorer a partir da
versão 7. Pelo browser, o usuário identifica a existência do serviço
por meio de ícones específicos, como .”
2.1.1.7 Folksonomia
É um sistema de etiquetas eletrônicas que permite aos integrantes
de comunidades categorizarem o conteúdo compartilhado. De
acordo com Spyer (2007:66): “folksonomia – neologismo formado
por folk (gente, povo) e taxonomia (ciência ou técnica de
classificação). Funciona a partir de ferramentas que dão às
comunidades o poder de indexar o conteúdo que consideram
relevantes na web”.
58
No entanto, podemos pensar em folksonomia como a classificação
direta dos recursos da internet pelos próprios usuários, que
acontecem geralmente dentro de ambientes sociais e que utilizam
etiquetas digitais (tags). Porém, ela depende da participação
maciça dos usuários e está relacionada à utilização de uma
ferramenta que exija pouco esforço e que renda benefícios.
(SPYER, 2007:50).
Spyer (2007: 68), nos mostra claramente um exemplo de
folksonomia:
O sistema convida o internauta a descrever o que está armazenado
por meio de etiquetas digitais (tags) que são palavras-chaves
indicando os assuntos relacionados àquela informação. Por
exemplo: as tags para o site do The New York Times podem ser
“jornal”, “mídia”, “diário” “notícias” e “nova york”.
2.1.1.8 Redes Sociais
As redes sociais propiciadas pela web 2.0 é uma contribuição muito
importante para o fortalecimento da inteligência coletiva. O
potencial das redes de relacionamento, para a construção da
inteligência coletiva, é uma das marcas da web 2.0. Mattar
(2007:80) afirma que as redes sociais:
(...) propiciam o estudo em grupo, oferecendo mecanismos para
comunicação com outros usuários, tais como fóruns, chats, e-mail,
recados ou mensagens instantâneas. Possibilitam também
identificar pessoas que possuem interesses similares aos nossos e
assim, criar uma rede por afinidades (...)
As redes sociais também favorecem a colaboração e a participação
e ainda permite que pessoas com os mesmos interesses comuns
se encontrem. Os sites de relacionamento deixaram de ser apenas
sites onde as pessoas se cadastravam com as suas características
59
com o intuito de arrumar um namorado ou namorada. De acordo
com Spyer (2007:71): ”Esse conceito evoluiu para atender à
demanda por relacionamento em outros níveis como o profissional
e o social, ou ainda por temas de interesse específico”.
As novas redes sociais oferecem uma forma para as pessoas
conseguirem reconstruir, pela internet, sua rede de familiares,
amigos e conhecidos. O programa funciona como uma agenda de
endereços, na qual cada usuário cria seu perfil, preenchendo um
formulário e a partir daí, procura conhecidos que também estejam
cadastrados no sistema. De acordo com Spyer (2007:71):
(...) na medida em que você encontra essas
pessoas, pode convidá-las a fazer parte da sua
rede de contatos, que funciona como uma
caderneta de endereços: uma relação de
nomes de conhecidos e suas informações
pessoais, com a diferença de que essas
cadernetas se interconectam, permitindo que
uma pessoa explore a lista de conhecidos de
outra.
A rede social mais conhecida no Brasil é o orkut, e fora do Brasil é
o MySpace, que oferece uma interface que agrega vários
conteúdos como: perfis, blogs, MP3, vídeos e fotos. No entanto,
existem outras redes de relacionamentos, como o Facebbok, que
de acordo com Mattar (2007:108): “é uma rede de relacionamentos
voltada especificamente para estudantes de nível superior”.
Existe ainda o Elgg, que é uma rede social voltada para a
educação e que oferece a cada aluno o seu próprio blog, seu
repositório de arquivos, um profile on-line e um leitor de RSS, com
graus diferenciados de privacidade. E o LinkekIn, que é uma rede
voltada para contatos profissionais (MATTAR, 2007:56).
2.1.1.9 Second Life
60
Existem algumas denominações para o Second Life, dentre elas:
realidade virtual, mundo cibernético ou ambiente virtual. Mas
acordo com o especialista em Second Life, professor Carlos
Valente (2007:155): “é um conjunto de tecnologias que, quando
combinadas, fornecem uma interface para um mundo
tridimensional gerado por computador, de tal forma que o usuário
acredita estar realmente nesse mundo, e intuitivamente passa a
interagir com esse ambiente imersivo e dinâmico”.
A principal característica do Second Life é a sua interface
tridimensional, pois propicia a realidade virtual. Existe inclusive um
novo termo que está sendo usado para definir essa interface, o
metaverso, que é sinônimo de universo digital. (MATTAR, 2007:32).
O Second Life é a evolução do jogo The Sins. E o criador dessa
ferramenta é Philip Rosedale, através da sua empresa Linden Lab.
A princípio, a idéia era relacionar muitas pessoas do mundo,
através de uma interface semelhante ao The Sins. (MATTAR,
2007:45)
Essa rede social difere do Orkut, pois além de possuir o caráter
tridimensional, as pessoas também podem nadar e criar o seu
avatar, que é a representação gráfica do residente, nome
designado aos freqüentadores desse ambiente. Mas a palavra
avatar tem origem hindu e não em termos técnicos de informática.
De acordo com Mattar (2207:156): “significando em sânscrito a
transfiguração de um ser divino ao corpo humano, a rencarnação
de um deus e sua descida à Terra”.
Existem duas variáveis que fizeram a diferença no Second Life.
Uma dela foi o processo de criação de objetos e a outra foi a forma
de negociação no mundo virtual. De acordo com Mattar (2007:157):
61
Qualquer um, com conceitos básicos de design gráfico, consegue
construir objetos. O programa oferece, embutido nele, ferramental
para isso. Através dos prims, objetos primários podem ser
agrupados, cortados e rotacionados, permitindo, com criatividade,
criar praticamente qualquer coisa no Second Life.
Atualmente, grandes empresas já possuem alguma construção em
ilhas do Second Life. Até mesmo experiências nacionais já estão
sendo realizadas: a Petrobrás realizou uma reunião profissional,
agregando seus funcionários distribuídos pelo Brasil.
62
3 BLOG
“(...) vivemos em uma nova era. Uma era de constante formação de
opinião que potencializam ainda mais a voz das pessoas. A era dos
blogs” (CIPRIANI, 2006).
Blog é o uso reduzido da palavra weblog, que é a junção de web +
blog, no sentido de nós blogamos. É um registro publicado na
internet com relação a algum assunto organizado de forma
cronológica. (CIPRIANI, 2006:07; MATTAR, 2007:87).
Ordunã (2007:02) apresenta uma definição clara, na qual coloca
que:
Weblogs ou blogs são páginas pessoais da
web que, à semelhança de diários on-line,
tornaram possível a todos publicar na rede. Por
ser a publicação on-line centralizada no usuário
e nos conteúdos, e não na programação ou no
design gráfico, os blogs multiplicaram o leque
de ações dos internautas, de levar para a rede
conteúdos próprios sem intermediários,
atualizados e de grande visibilidade para os
pesquisadores.
O blog é uma página de internet fácil de implementar e colocar no
ar. Possui uma interface agradável e simples de usar, o que facilita
a utilização para qualquer pessoa que não saiba os segredos da
programação web. De acordo com Cipriani (2006:30) um blog é
“um diário virtual, um palanque aberto, um espaço colaborativo, um
63
ambiente para discutir política, uma vitrine de notícias superrecentes,
uma coleção de links, seus pensamentos, pessoas, ou
aquilo que você desejar”.
3.1. História e Estrutura do blog
No início da www, existia uma série de obstáculos que se
interpunham entre o usuário médio e a publicação de conteúdos on
line: a codificação das páginas através de editores de HTML, sua
composição mediante os programas de design gráfico e sua
publicação em servidores web, com aplicações de transferência de
arquivos (FTP). Tanto os serviços de edição quanto os de
publicação de blogs, como Blogger, Blogia, Blogalia e Bitacorae,
resolvem de modo simples e intuitivo esses obstáculos técnicos e
permitem que o usuário se concentre na tarefa de elaborar
conteúdos, tornando-a tão fácil quanto o uso de e-mails.
(CIPRIANI, 2006:58).
Considera-se que o primeiro blog tenha sido a página What’s new
in ’92, publicada por Tim-Berners Lee, a partir de janeiro de 1992,
para divulgar as novidades do projeto World Wide Web. (ORDUNÃ,
2007:32).
No início de 1999, o surgimento dos primeiros serviços de edição e
publicação de blogs, como o Pita e o Blogger, contribuíram para a
popularização dos mesmos. (ORDUNÃ, 2007:33).
Inicialmente, a base dos blogs foram os links com um breve
comentário, um registro (log) da navegação na web. E Pelo fato de
os blogs serem interconectados por links, os blogueiros se lêem
constantemente, fazendo links e referências uns aos outros, em
64
seus textos, formando assim uma comunidade ou rede social
(SPYER, 2007:60; ORDUNÃ, 2006:21).
Com relação à interconecção dos blogs, Ordunã (2006:22) afirma
que:
O principal elemento de um blog são as
anotações (posts), ordenadas segundo a
cronologia inversa (com as mais recentes
primeiro), em que cada uma possui um
endereço URL permanente (permalink ou link
permanente, o que facilita sua conexão a partir
de sites externos. As histórias podem ser
arquivadas cronológica (por meses e anos) e
tematicamente (por categorias) e é possível ter
um buscador interno para tornar sua
localização mais fácil. A maior parte dos blogs
traz uma seleção de conexões (blogroll) que
reúne os sites lidos ou pelo menos
recomendados pelo autor e alguma referência
pessoal (about) que, com o título e a descrição
do blog, ajudam o leitor a situá-la.
Em agosto de 1999, o surgimento de um dos primeiros serviços de
edição e publicação de blogs, o Blogger, fez o panorama do meio
mudar, o que contribuiu para a sua popularização. (ORDUNÃ,
2007:45).
O Blogger é um serviço para fazer a publicação de blogs de forma
mais simplificada. O usuário não tem que escrever nenhum código
ou preocupar-se com instalação de programas em servidores, ou
scripts. Assim, qualquer pessoa pode postar um conteúdo num
blog, recurso antes restrito a quem conhecesse a linguagem HTML.
O não conhecimento dessa linguagem não impede o usuário de
mudar o visual do seu blog.
Essa facilidade em elaborar conteúdos, levou o blog a ser
considerado uma vedete, dentre as ferramentas colaborativas,
65
apesar de ser frequentemente associado ao usuário adolescente.
No entanto, segundo Spyer (2007:52) podemos considerar que “o
blog se elevou à uma condição de ferramenta de articulação social
e essa condição só emergiu no final dos anos 1990, e começou a
receber projeção a partir de 2001”.
Alguns acontecimentos importantes marcaram a rápida evolução
dos blogs, pois serviram de ferramentas para que as pessoas
expressassem suas opiniões sobre determinados assuntos. Um
exemplo foi o atentado terrorista de 11 de setembro, nos Estados
Unidos. As pessoas estavam sedentas de informações com relação
ao fato ocorrido e a grande mídia não era capaz de informar o
público com precisão.
Ordunã (2007:47) afirma que:
Os atentados de 11 de setembro, a Guerra do
Iraque e a campanha presidencial dos Estados
Unidos, assim como o desastre do Prestige, as
eleições catalãs e gerais na Espanha e os
atentados de 11 de março, ressaltaram a
importância informativa dos blogs como fontes
complementares, alternativas e críticas diante
da mídia tradicional. As credenciais concedidas
aos blogueiros, durante as convenções
democrata e republicana de 2004, nos Estados
Unidos, assinalam um ponto de singular
importância no processo de reconhecimento
dos blogs, como atores midiáticos.
Assim, os blogs passaram a exercer um papel de divulgador e
formador de opiniões, além de catalisadores de notícias e de fatos
importantes. É um poderoso canal de troca de informações e
também de disseminação dessa própria informação.
De acordo com Cripiani (2006:77),
66
(...) contando com uma rede mundial de
milhões e milhões de blogs, que cresce em
ritmo assustador, tudo que é considerado
interessante consegue se espalhar de um
modo fenomenal, por meio dos links. É uma
versão instantânea do uso de e-mails para
espalhar piadas, fotos, vídeos engraçados ou
notícias verdadeiras ou falsas. Da noite para o
dia, uma pessoa desconhecida pode se tornar
uma celebridade no mundo virtual, basta a
idéia se auto-vender, que os blogueiros fazem
o resto.
A blogosfera, até o ano de 2007, era composta por
aproximadamente 37 milhões de blogs6. De acordo com a
Tecnhorati, site especializado em medir a blogosfera, o total de
blogs dobra a cada cinco meses. Esse mesmo site afirma ter
catalogado mais de 27 milhões de blogs. Desse total, após três
meses de operação, 13,7 milhões de blogs se mantêm ativos e a
grande maioria desse conteúdo é composta por artigos pessoais e
diários.
Para a melhor compreensão desse fenômeno, estudaremos a
blogosfera.
3.2 Blogosfera
A blogosfera pode ser definida como o universo e a cultura dos
blogs. É um sistema complexo, autoregulado, extraordinariamente
dinâmico e especialmente perceptível à informação que produz os
meios tradicionais, em particular no que se refere a assuntos
políticos e tecnológicos. (ORDUNÃ, 2007).
A blogosfera funciona por meio dos links a sites externos que faz e
dos links e comentários que recebe, cada blogueiro entra em uma
comunidade ou “vizinhança” composta por esses veículos comuns
6 Fonte Technorati
67
e pela familiaridade que adquire com seu grupo de
referencia”(ORDUNÃ, 2007:47).
Devido a essa familiaridade e aos links, geralmente o conteúdo
postados nos blogs passa por uma observação e por julgamentos
constantes, colaborando para a formação e para o aperfeiçoamento
dos conteúdos.
A blogosfera exerce variadas funções; funciona como um filtro
social de opiniões e notícias, um sistema de alerta prévio para as
mídias, um sistema de controle e de crítica dos meios de
comunicação, um fato de mobilização social, um novo canal para
as fontes convertidas em mídias, um novo formato aplicável às
versões eletrônicas dos meios tradicionais para as coberturas
extensas, catástrofes e acidentes, um enorme arquivo que opera
como memória da web, o alinhamento privilegiado e sua alta
densidade de links de entrada e de saída e, finalmente, a grande
conversação de múltiplas comunidade cujo objetivo comum é o
conhecimento compartilhado (ORDUNÃ, 2007:14).
Ordunã (2007:15) ainda credita que:
A blogosfera é considerada um bom sistema
para se medir o pulso da opinião dominante na
internet sobre quase qualquer tema e, por sua
vez, se converteu em um indicador de
relevância das notícias e opiniões publicadas
pelas versões eletrônicas dos meios de
comunicação tradicional. Ela está se
convertendo em um sistema de controle e
crítica dos meios tradicionais e na caixa de som
da opinião política da rede.
Para avaliar o que acontece na blogosfera existe o Technorati,
que é um agregador de blogs da internet. Trata-se de um serviço
popular da internet, que oferece aos usuários a possibilidade de
apresentar sua página pessoal, além de se manter informado
acerca das tendências ditadas por blogueiros do mundo inteiro. O
68
site oferece uma ferramenta de busca, a atualização é constante e
periodicamente são apresentados relatórios com informações sobre
o crescimento da blogosfera.
Os blogs produzem comunidades ativas e comprometidas que, com
a interatividade, a hipertextualidade e a multimidialidade, são
ligadas aos meios tradicionas na era digital (ORDUNÃ, 2007:16).
3.3 O Blog hoje
As pessoas estão mudandos seus hábitos no que diz respeito à
obtenção de informação. De acordo com Hewitt (2006:14), “isso
aconteceu muitas vezes antes: com o aparecimento da imprensa,
depois do telégrafo, do telefone, do rádio, da televisão, da internet).
E agora, com a blogosfera. Houve um aumento na quantidade de
blogs, a partir dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001
(SPYER, 2007:15).
Atualmente além de entreter , os blogs tão são ferramentas
poderosas de trabalho e de educação, inclusive é uma ferramenta
para se ganhar dinheiro (SPYER, 2007:17).
Uma das características básicas do blog , de acordo com Ordunã
(2007:07):
(...) é que ele consegue fazer com que o
processo de publicação na rede seja quase
completamente transparante e praticamente
simultâneo a esrita. Essas características se
traduzem na informalidade, na espontaneidade
e no caráter pessoal, às vezes íntimo, do estilo
dominante nos blogs.
Hoje, a importância relativa dos blogs em relação a outros meios de
comunicação tem menos a ver com o número de visitas e
quantidade de comentários por história e mais com a sua influência
69
potencial ou centralidade, ou seja, a média ponderada de links de
entrada e de saída que lhes confere alta visibilidade diante dos
buscadores e da blogosfera (ORDUNÃ, 2007:28).
Assim como na televisão e no rádio, nos quais existem muitos
programas ruins, na blogosfera também existem. No entanto, há
blogs relevantes e famosos, naturalmente em menor número.
Existem pessoas de opinião que estão continuamente gerando
material interessante, algumas delas já se tornaram celebridades,
como é o caso dos blogueiros da revista época, que todos os dias
trazem notícias novas
(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,15293,00.html).
O agregador de blog mais antigo em atividade é Technorati, lá é
possível um ranking da blogsfera mundial por links ou por favoritos,
além de ser possível saber quais são as músicas, vídeos, filmes,
games, dvds e notícias mais linkados nas últimas 48 horas.
Também é possível acompanhar quem está linkando seu blog ou
um post específico e pesquisar posts e blogs sobre determinados
assuntos.
Aqui no Brasil existe o BlogBlogs, que fornece o ranking por links e
por favoritos, com a vantagem de aparecem apenas os blogs
brasileiros. O BlogBlogs e o Technorati são fontes de
pesquisa para entender a blogosfera e servem como termômetro
de popularidade.
3.4 Criação do blog
Como vimos nos capítulos anteriores a Web 2.0 facilitou o acesso à
criação dos blogs, pois dispensa o conhecimento das linguagens
de programação como HTML, PHP, SQL, ou qualquer outra
70
relacionada com páginas web e banco de dados. A abordagem
será na alimentação do blog e nos aspectos técnicos para a sua
criação.
O primeiro passo para a construção de um blog é procurar as
ferramentas mais adequadas e verificar quais as maneiras de
alojá-lo na internet. Existem duas formas para hospedagem ou
alojamento dos blogs:
- Blogs em serviços de hospedagem específicos, nos quais o blog
fica hospedado em servidores, podendo este serviço ser pago ou
gratuito. Toda a parte técnica de desenvolvimento do software do
blog e o banco de dados ficam sob responsabilidade do provedor.
- Blogs em servidores próprios ou alugados, nos quais os blogs
ficam hospedados em um servidor web da empresa (que pode ser
propriedade dela ou então alugado para esse fim). Porém, além do
servidor, é necessário possuir um software (script) de blogs
instalado. O script pode ser gratuito ou pago e pode ser chamado
também de CMS (Content Management System) ou de plataforma
de publicação (CIPRIANI, 2006:58).
3.4.1 CMS – Software para Blogs
CMS é a sigla de Sistema de Gerenciamento de Conteúdo. É uma
ferramenta que permite ao usuário gerar, de maneira dinâmica, os
elementos que fazem parte de um site, desde a criação de páginas,
a redação, o design, os arquivos, até as licenças.
De acordo com Ordunã (2006:102): “as empersas que fazem parte
dessa categoria dedicam-se a desenvolver o software que gerencia
os blogs e que podem ser soluções baseadas na web, as quais os
usuários simplesmente utilizam e em poucos minutos têm um blog
pronto e gratuito”.
71
Em 1999, surgem os primeiros serviços específicos para blogs, que
são baseados na fórmula : CMS e hospedagem gratuita. A partir
daí, qualquer pessoa pode ter um blog, pois não precisa mais
conhecer a linguagem do Dreamweaver e do Front Page; basta
apenas saber manusear a Internet. A gratuidade e as interfaces
amigáveis e rápidas fizeram com que o número de blogs se
multiplicasse em pouco tempo.(ORDUNÃ, 2007:32).
O Livejournal foi o primeiro serviço voltado exclusivamente para
blogs. Foi criado por Brad Fitzpatrick, americano e estudante de
ciência da computação. O principal intuito de Fitzpatric era de se
comunicar com seus amigos de Portland e Seattle em pouco
tempo. A manutenção do sistema demandou esforços que gerou a
ajuda desinteressada de voluntários, para a sua consolidação. Em
27 de agosto, Fitzpatric fundou a companhia Bradfitz Inc,
denominada em agosto de 2002, Danga Interactive. Em janeiro de
2005, a Six Apart comprou a Danga, tornando o LiveJournal sua
terceira ferramenta de publicação, juntamente com o Movable Type
e Typepad (ORDUNÃ, 2007:14).
O LiveJournal possuía algumas características de um blog, como a
ordem cronológica inversa. Depois começaram a aparecer alguns
acessórios, também conhecidos por emoticons, que tinham a
finalidade de expressar o estado de humor do autor. Depois foram
acrescentados comentários, enquetes, fóruns, e outras aplicações
que fizeram do LiveJournal uma ferramenta social moldada.
O Pitas foi inaugurado em julho de 1999 e seu criador foi o
canadense Andrew Smales. Pela história oficial, ele é considerado
o primeiro serviço que possibitou a criação dos blogs. No entanto, o
LiveJournal surgiu quatro meses antes (ORDUNÃ, 2007:11).
72
A principal característica do Pitas é a estabilidade. O registro de
quedas do servidor é mínimo (ORDUNÃ, 2006:18) a sua página é
bem simples, tanto na parte inicial quanto na de acessos, e o
número de usuários totais e ativos não é conhecido.
O Blogger foi lançado pela Pyra Labs, em 1999, em São
Francisco. Os fundadores foram Matthew Haughey, Evan Williams,
Meg Hourihan e Paul Bausch. A Pyra Labs, era uma pequena
empresa de software e criou essa aplicação web para uso interno,
com o intuito de gerenciar o cotidiano da empresa (evolução dos
projetos, agenda de contatos, lista de assuntos pendentes, etc).
Hoje é conhecido no mundo como um serviço que oferece
ferramentas para os indivíduos publicarem textos na internet
(ORDUNÃ, 2007:41).
A ferramenta blogger é um serviço para fazer a publicação de blogs
mais facilmente. O usuário não precisa escrever código ou
preocupar-se com instalação de programas em servidores ou
scripts, além de permitir que o usuário mude o visual do seu blog.
O Blogger permite a hospedagem de blogs em seu BlogSpot, que é
o servidor do usuário via FTP.
O Blogger apresenta páginas mais bem apresentadas do que seus
primeiros concorrentes, como a opção de exportar o blog para um
domínio e a simplicidade das telas iniciais. Problemas como
interrupções frequêntes no servidor foram solucionados quando o
Google entrou no negócio. Ordunã (2007:27) afirma:
O google contribuiu com sua infra-estrutura, fez
que o Blogger Pro desaparecesse, e uma
versão com alguns extras foi colocada no ar em
janeiro de 2002, para amortizar a ascensão de
outros serviços. Para o financiamento do
serviço, o Google apostou na inclusão de
publicidade no cabeçalho de todos os blogs.
73
Após a entrada do Google, o Blogger implantou o sistema de
comentários e um perfil público de cada autor, socializando a
interação da ferramenta, além de páginas individuais para cada
post. Ordunã (2007:28) afirma que “apesar de não ter incluído o
arquivo por categorias, outra solicitação clássica, o Blogger passou
por uma renovação completa, recuperando seu prestígio”.
Já o Wordpress é um sistema de gerência de conteúdos na web,
escrito em PHP e com banco de dados em MySQL, especialmente
para a criação de blogs. Foi criado a partir do b2/cafelog, por Ryan
Borem e Matthew Mullenweg. É distribuído sob a GNU (General
Public License) com o objetivo de criar um sistema operacional
totalmente livre, o qual qualquer pessoa pode utilizar e distribuir
sem ter que pagar pelo uso.
Normalmente, as soluções prontas para instalação são bastante
fáceis de configurar, porque fazem quase tudo automaticamente
para o usuário: criam o banco de dados, preenchem uma série de
configurações automaticamente, mas consultam passo a passo nos
procedimentos para estabelecer o funcionamento do blog.
(CIPRIANI, 2006:49).
3.5 Principais Funcionalidades
Para a criação de um blog é necessário que conheçamos suas
principais funcionalidades. Cipriani (2006:96) nos apresenta
algumas delas:
Comentários: Todo blog deve ter a abertura de um link para
comentários, no final do post. É por intermédio desse link que o
leitor poderá interagir com o autor. Inclusive em algumas soluções
existe a opção de moderação dos comentários, impedindo, dessa
forma, que seja colocado algum comentário indesejado.
74
Categorias: Cada post realizado deve ser classificado dentro de
uma categoria, para que o leitor ache a informação que procura.
Feeds: O feeds ou Atm é importante para que seus leitores
possam ter acesso com facilidade, aos posts e lê-los no software
agregador.
Lista de links: É uma lista de links para blogs, que o autor
acompanha e recomenda.
Layout: Algumas plataformas permitem alterar a aparência do
blog. As empresas de hospedagem podem liberar o uso de
templates, os quais podem ser encontrados na internet.
Calendário: Mostram os dias do mês corrente e os dias em que
ocorreram posts.
Arquivo: Por meio de links, é possível navegar por todos os post
que ocorreram.
De acordo com Cipriani (2006:97):
“Sempre existem outros tipos de
funcionalidades que podem ser incluídos
e são criados a todo o momento na
blogosfera, como envio de post para email,
assinatura de posts, link para
impressão, selo e banner de
propagandas, espaço para anúncios, e
muitos outros.”
3.6 Tipos de Blogs
Os blogs se dividem em Pessoal e Coorporativo.
Os pessoais são de uso individual, algumas vezes utilizados como
diários ou como veículo de informação, de acordo com o gosto
pessoal e a profissão do blogueiro.
75
Os blogs corporativos são usados por membros de uma
determinada empresa, os quais escrevem sobre a rotina da
organização e sobre o lançamento de novos produtos, dentre
outros assuntos. É também um canal de comunicação entre os
clientes. Ter um blog significa, para a empresa, proximidade com
clientes, futuros clientes, parceiro de trabalho e fornecedores.
(CIPRIANI, 2007:15)
3.6.1 Blog Pessoal
Pela simplicidade, custo zero e uma interface amigável, qualquer
pessoa com conhecimentos mínimos de web pode colocar um blog
no ar. Os assuntos que podem ser abordados são infinitos e
depende da criatidade do indivíduo.
Na blogosfera existem blogs relevantes e famosos e há muitas
pessoas de opiniões, que estão continuamente gerando material
interessante. De acordo com Cipriani (2006:30), “algumas delas já
se tornaram celebridades, como é o caso dos blogueiros do diário
de tecnologia Boing Boing (www.boingbloing.net): a opinião deles
faz diferença e causa impacto no cotidiano de milhares de pessoas
que acompanham os blogs todos os dias”.
Toda essa facilidade e interatividade possibilita que uma pessoa
comum, em pouco tempo, vire uma celebridade; basta a idéia ser
criativa que os blogueiros fazem o resto pelos links e com rapidez
na troca de informações.
A tabela 03 apresenta alguns exemplos de blogs pessoais de
sucesso:
76
Tabela 3: Blogs pessoais de sucesso
NOME DO
BLOG
ASSUNTO BLOGUEIRO
Jesus, me
chicoteia
Uma paródia da Bíblia Marco
Aurélio
Santos
Kibe Loco Humor debochado Antonio
Tabet
Cocadaboa Humor negro Wagner
martins
Interney Tecnologia/Variedades Edney Sousa
Querido Leitor Notícias/Variedades Rosana
Hermann
Pensar
Enlouquece
Atualidade/Comportame
nto
Alexandre
Inagaki
Blog do
Noblat
Política Ricardo
Noblat
Blog do Juca Esportes Juca Kfouri
77
3.6.2 Blog Corporativo
Os blogs surgiram, no cenário empresarial, para cobrir algumas
funções melhor do que outros meios tradicionais. Ordunã
(2007:101) afirma que “seu surgimento se deve à confluência
simultânea de uma série de fatores que multiplicaram sua
relevancia e permitiram que eles crescessem em um ritmo
acelerado”
O Blog corporativo, também conhecido como Blog de negócios, de
acordo com Cipriani (2006:33): “é a otimização dos processos e
racionalização de custos, a introdução de uma campanha de
marketing eficiente, o envolvimento da comunidade da internet em
seus planos estratégicos, a satisfação das dúvidas dos clientes
rapidamente, prestação de suporte, entre outras”
Atualmente, o uso de blogs pelas empresas é uma ferramenta
indispensável para a aproximação com os clientes, e uma empresa
com foco no cliente pode utilizar o blog de negócios para ser o
agente transformador que apresentará um diferencial competitivo
aos clientes (CIPRIANI, 2006:17).
O blog, por ter como característica o poder de comunicação
bidirecional, é um canal de comunicação veloz nas interações, visto
que possui uma leitura agradável e cronológica, é fácil de
manusear, custa pouco, tem navegação simples e espaço para os
comentários, disponibiliza a troca de links, demonstra
78
conhecimento e transparência da empresa e ainda permite a
criação de uma comunidade (CIPRIANI, 2006:22).
Cipriani (2006:36) afirma que:
(...) o blog, quando voltado para o público
externo, não é substituto pela página web
tradicional já usada pela maioria das empresas.
A página web é uma vitrine da empresa e
contém informações catalogadas como uma
biblioteca, o cliente acessa o seu conteúdo.
Já no blog é diferente, o cliente pode consultar o que a empresa
(representada pelosCEOS, executivos, ou mesmo um blogueiro
profissional) tem a dizer sobre ela e também pode interagir com a
mesma, colocando seu ponto de vista e obtendo uma resposta
rápida. Geralmente o blog deve caminhar paralelo ao site. A
principal função do blog corporativo é trazer os cliente e os
funcionários para perto da empresa e também construir uma
identidade para a sua marca.
Um dos primeiros CEOS a postarem textos em blogs dentro de
empresas foi Paul Otellini, da Intel, em 2005. No Brasil, Emilson
Alonso, presidente executivo do HSBC, escreve artigos
semanalmente em seu blog, desde 2006. De acordo com Cipriani
(2006:49): “na primeira hora de vida, seu blog recebeu um
comentário novo por minuto”. Os funcionários do banco estão
interagindo e dando sugestões diretamente ao presidente.
Existem inúmeros cases de sucesso de blogs escritos pelos CEOS,
O mais famoso é o blog http://fastlane.gmblogs.com da General
Motors, no qual o vice presidente Bob Lutz escreve sobre aspectos
da GM, em relação ao mercado e em relação a ela mesma. Ele
chegou a postar o protótipo de um novo modelo de automóvel, o
que repercutiu em muitos comentários e elogios. O diretor sênior do
McDonald’s Bog Langert, o presidente da Sun Microsystem
79
Jonathan Schwartez, o vice presidente da IBM Bot Sutor e o vice
presidente da HP também possuem blogs (CIPRIANI, 2006:56).
Além dos blogs escritos pelos CEOS, existem os Blogs que podem
ser criados pelo próprio departamento e recurso humanos das
empresas, com o intuito de disseminar as notícias de interesse de
seus colaboradores. Há também os blogs criados pelos
colaboradores, com o intuito de passar credibilidade e confiança
para os clientes, com o endosso dos próprios funcionários. Cipriani
(2007:50) afirma que:
O Google mantém seu blog oficial escrito pelos funcionários no
blog(http://googleblog.blogspot.com). Além de trazer novidades das
mais recentes invenções da equipe de engenharia ele também
apresenta textos personalizados e escritos pelas mesmas mãos
que criam os produtos da companhia.
No Brasil, o blog da Tecnisa é o primeiro blog corporativo do
mercado imobiliário. Ele é mantido pela construtora Tecnisa como
meio de comunicação e relacionamento com seus stakeholders.
Figura 02 – Imagem do Blog da Tecnisa
80
Podemos perceber que o blog corporativo é uma nova ferramenta,
a qual auxilia as empresas no processo de aproximação com os
clientes e gera uma maior credibilidade entre a empresa e os
clientes.
3.7 Desenvolvimento do blog
Como vimos anteriormente, a melhor forma de começar um blog é
procurar a ferramenta mais adequada. Para um blog corporativo, é
interessante criar algo com alguma ferramenta que apresente
ligações comerciais com determinado portal, pois geralmente
carregam banners e propagandas. É melhor esse blog corporativo
ficar dentro do domínio da empresa, por exemplo:
www.empresa.com.br/blog.
3.7.1 Criação do domínio
Após a definição do blog e o nome que será colocado no endereço,
é importante verificar se o nome escolhido já existe ou não, para
que se possa efetivar o registro de domínio. De acordo com
Cipriani (2006:159), “o domínio é o conjunto do nome da página
mais a extensão do domínio – no exemplo citado para “seunome”,
o domínio é “seunome.com.br”.
No Brasil é possível registrar o domínio no Registro.Br
(http://registro.br). Porém, existem empresas especializadas em
registro e hospedagem de domínios na internet.
3.7.2 Hospedagem de blogs
Geralmente a empresa de hospedagem de blogs oferece toda a
infra-estrutura e a interface com o usuário já preparada e pronta
para o uso. Um simples tutorial é suficiente para começar a
escrever seus posts. No entanto, algumas limitações podem
81
ocorrer, como limitação de espaços e o risco de perder os dados,
no caso de esse serviço ser extinto. (CIPRIANI, 2006: indicar
número de página).
Geralmente, os serviços pagos de hospedagem de blogs oferecem
mais alternativas e podem disponibilizar pessoal técnico para
quaisquer eventualidades. As funcionalidades podem variar,
dependendo do serviço ser gratuito ou pago.
3.8 Elementos que podem ser utilizados na construção
do blog
3.8.1 Feeds (RSS e Atom)
De acordo com Cipriani (2006:117):
(...) o termo feed vem do verbo inglês que quer
dizer alimentar. Um feed é um endereço web
como qualquer outro, mas seu conteúdo é
diferente. Em vez de fornecer um código
interpretado pelos navegadores para mostrar a
página web tal como conhecemos, o feed
fornece um outro código, para ser interpretado
pelo leitor de feeds. Ele alimenta o leitor, que
mostra as informações como se fossem e-mails
recém-chegados.
A figura a seguir demonstra um exemplo de leitor de feeds.
Figura 03 – Exemplo de leitor de Feeds
82
3.8.2 Videocasts
O termo videocast, de acordo com Cipriani (2006:146) é utilizado
para: “descrever o uso do vídeo para divulgações de interesse das
empresas, mas podemos encontrar também os termos vodcast,
vidcast, video blog, vlog, vlogging, vcast, entre outros, para o
mesmo sentido”
Nesse caso é possível observar mais um elemento da hipermídia
utilizado nos blogs, o vídeo, que começa a invadir os blogs e as
páginas da internet para a divulgação de trabalhos pessoais,
fortalecimento da imagem e inclusive para a divulgação de marcas
já estabelecidadas no mercado.
3.9 Conclusão
A interatividade, a hipermídia e a própria web 2.0, configuram o
potencial comunicativo da rede e caracterizam o modo como os
83
novos agentes da comunicação, no caso os blogs, se apropriam da
web.
Os blogs são um meio que funciona sem um conhecimento
profundo da linguagem Html, por isso, tem como característica
principal uma resposta rápida, o que contribui para a disseminação
da informação.
A informalidade, a espontaneidade e o caráter pessoal faz parte do
estilo dominante dos blogs. Existem assuntos diversos sendo
tratados nos blogs, desde assuntos íntimos a outros de caráter
mais relevantes, como política, educação, aquecimento global e
outros.
Como se pode perceber, estamos vivenciando em uma sociedade
conectada e as pessoas passam parte do dia acessando o
computador de algum lugar.
O caracter participativo e colaborativo da web 2.0, proporciona às
pessoas uma liberdade para mostrar suas qualidades, sem precisar
passar por autorização de outra pessoa. Isso resultou numa nova
noção, a noção da inteligência coletiva.
É possível perceber também que o blog é fácil de usar, tem baixo
custo e é interativo, pois permite que se tenha uma relação
contínua com diversos públicos. Além disso, é enriquecedor,
humaniza a organização e permite que seja possível atingir
públicos que abandonaram outras mídias.
84
Capitulo 4: A Pesquisa de Campo
Para responder a questão de pesquisa que segue: O Design de
Hipermídia é utilizado na construção dos blogs corporativos das
Instituições de Ensino? Foi realizado um estudo de caso (método
qualitativo e quantitativo). Utilizando como principal recurso à
pesquisa já realizada por Cipriani sobre os blogs de Instituições de
Ensino nacionais.
Pesquisamos 13 blogs de Instituições de Ensino identificados por
Cipriani, ou seja, todos os blogs de Instituições de Ensino
existentes na blogosfera brasileira, que de acordo com Cipriani: “é
a pesquisa mais completa da blogsfera brasileira” que são: o blog
do Colégio Regina Mundi em São Paulo, o blog do Colégio dos
Santos Anjos - Varginha-MG, o blog da Faculdade Campos Elísios
- São Paulo-SP, da FAMA - Faculdade Machado de Assis - Rio de
Janeiro-RJ, da Escola Sol - São Paulo-SP, da ESAB - Escola
Superior Aberta do Brasil, da ETEC Júlio de Mesquita - Nutrição -
Santo André-SP, do Objetivo - Baixada Santista-SP, da Unijuí - Ijuí-
RS, da Uniminas - União Educacional Minas Gerais - Uberlândia85
MG, da Unisul – UnisulBusiness, da Universidade Tiradentes - Pró-
Reitoria de Educação a Distância e da Wizard Idiomas -
Guarulhos-SP.
Na pesquisa quantitativa foram observadas as seguintes
características: o hibridismo, a hipertextualidade, a navegabilidade,
a não linearidade e a interatividade.
A pesquisa qualitativa foi realizada com o blog da ESAB, onde
foram analisadas com mais detalhes as características do Design
de Hipermídia.
De acordo com a pesquisa realizada chegamos aos resultados
apontados na Figura 4 e Tabela 4:
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
hibridismo
hipertextualidade
não-linearidade
interatividade
navegabilidade
Figura 04- Gráfico da porcentagem de cada característica
identificada
86
BLOGS Hibridis
mo
Hipert
extual
idade
Não-
Linearid
ade
Interati
vidade
Navega
bilidade
Colégio
Regina Mundi
X X
Colégio
Santos Anjos
X X X X X
Faculdade
Campos
Elísios
X X
Faculdade
Machado de
Assis
X X
Escola Sol X ESAB X X X ETEC Julio de
Mesquita
X X
Objetivo X X
Unijuí X X X
Uniminas X
87
Tabela 4: distribuição das características identificadas por blogs
4.2 As características identificadas nos Blogs
4.2.1 Colégio Regina Mundi -São Paulo-SP -
http://blog.colegioreginamundi.com.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
Unisul X X X
Universidade
Tiradentes
X X X X
Wizard
Idiomas
X X
TOTAL 4 3 3 12 13
PORCENTAGE
M
30,76% 23,07
%
23,07% 92,30% 100%
88
Figura 05 - Imagem do Blog do Colégio Regina Mundi
89
Figura 06 - Imagem da Característica interativa do blog do Colégio
Regina Mundi
90
Figura 07 - Imagem da navegabilidade do Colégio Regina Mundi
91
Figura 08 Imagem da navegabilidade do Colégio Regina Mundi
92
Comentários: O blog do Colégio Regina Mundi, é alimentado pela
diretora do colégio possui textos relacionados à educação, família e
93
sociedade. Em sua interface podemos observar que das
características do design hipermídia já conceituadas nesse estudo
é utilizado somente a interatividade e a navegabilidade. A
interatividade foi observada e possibilitada por meio de comentários
dos leitores e a navegabilidade está resumida ao espaço dos
artigos do blog e a lista de sites. Não foi identificada a utilização de
outras mídias, tais como imagens, sons, vídeos que caracterizam o
hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade também não
foram detectadas, pois o blog é composto de textos longos que não
proporcionam aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de partir
para outros textos.
94
4.2.2 Colégio dos Santos Anjos-Varginha-MG -
http://blog.colegiosantosanjos.com.br/
( x ) Hibridismo
( x ) Hipertextualidade
( x ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
Figura 09 Imagem do Blog do Colégio Santos Anjos
95
96
Figura 10 Imagem da característica Hipertextual do blog do Colégio
Santos Anjos
97
Figura 11 - Imagem da característica não-linear do blog do Colégio
Santos Anjos
98
Figura 12 - Imagem da característica interativa do Blog do Colégio
Santos Anjos
99
Figura 13 - Imagem da característica da navegabilidade do blog do
Colégio Santos Anjos
100
Figura 14 - Imagem da característica hibrida do blog do Colégio
Santos Anjos
101
Comentário: O blog do Colégio dos Santos Anjos possui textos
relacionados aos assuntos do próprio colégio, como acesso aos
arquivos de fotos dos eventos realizados, avisos de
acontecimentos como datas de provas e calendários, além de
textos e vídeos disponibilizados pela comunidade do colégio. Em
sua interface podemos observar que todas as características do
design hipermídia já conceituadas nesse estudo foram utilizadas
em sua construção. Na característica interatividade foi observada
que possibilitada por meio de comentários dos leitores a partir de
um login e uma senha o que impede que a interatividade seja
utilizada em toda a sua potência. A navegabilidade foi observada a
partir de um link de busca e aos espaços dos artigos do blog e a
lista de sites. Foi identificada a utilização de outras mídias, tal
como um vídeo extraído do youtube, caracterizando o hibridismo. A
hipertextualidade e a não linearidade foram detectadas dentro dos
posts, onde é observado o “clique aqui para acessar”
proporcionando aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de partir
para outros textos.
102
4.2.3 Faculdade Campos Elísios - São Paulo-SP -
http://blog.faesp.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
103
Figura 15 - Imagem do Blog da Faculdade Campos Elísios
104
Figura 16 - Imagem da característica interativa do blog da
Faculdade Campos Elísios
105
Figura 17 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade
Campos Elísios
106
Figura 18 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade
Campos Elísios
107
Comentário: O blog da Faculdade Campos Elisios possui textos
relacionados com os últimos acontecimentos e notícias
relacionados com a própria faculdade. Em sua interface podemos
observar que das características do design hipermídia já
conceituadas nesse estudo é utilizado somente a interatividade e a
navegabilidade. Na característica interatividade foi observada que é
possibilitada por meio de comentários dos leitores a partir de um
login e uma senha o que impede que a interatividade seja utilizada
em toda a sua potência. A navegabilidade foi observada a partir do
link de busca, acesso rápido, e aos arquivos dos posts. Não foi
identificada a utilização de outras mídias, tais como imagens, sons,
vídeos que caracterizam o hibridismo. A hipertextualidade e a não
linearidade também não foram detectadas, pois o blog é composto
de textos longos que não proporcionam aos leitores a mobilidade e
a flexibilidade de partir para outros textos.
108
4.2.4 FAMA - Faculdade Machado de Assis - Rio de
Janeiro-RJ - http://blog.famanet.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
109
Figura 19 - Imagem do Blog da Faculdade Machado de Assis
110
Figura 20 - Imagem da característica interativa do blog da
Faculdade Machado de Assis
111
Figura 21 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade
Machado de Assis
112
Figura 22 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade
Machado de Assis
113
Comentário: O blog da Faculdade Machado de Assis possui textos
relacionados com os últimos acontecimentos e notícias
relacionados com a própria faculdade. Observou-se que das
características do design hipermídia, já conceituadas nesse estudo,
é utilizada somente a interatividade e a navegabilidade. A
interatividade é possibilitada por meio de comentários dos leitores a
partir de um login e uma senha o que impede que ela seja utilizada
em toda a sua potência. A navegabilidade foi observada a partir do
link de busca, aos arquivos dos posts e as categorias de blogs
relacionados. Não foi identificada a utilização de outras mídias,
tais como imagens, sons, vídeos que caracterizam o hibridismo. A
hipertextualidade foi observada uma única vez, facilitando o acesso
ao conteúdo de algumas palestras e a não linearidade também não
foi detectada. O Blog apresenta textos longos que não
proporcionam aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de se
conectarem a outros textos.
114
4.2.5 Escola Sol - São Paulo-SP -
http://blog.escolasol.com.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
115
Figura 23 - Imagem do blog da Escola Sol
116
Figura 24 - Imagem da característica Interativa do blog da Escola
Sol
117
Figura 25 - Imagem da navegabilidade do blog da Escola Sol
118
Comentário: O blog Escola Sol possui textos relacionados com os
últimos acontecimentos e notícias relacionados com a própria
escola. De acordo com o blogueiro o blog foi construído com a
intenção intensificar o relacionamento que já existe da escola com
os pais e alunos e também de registrar os momentos vividos. Em
sua interface podemos observar somente a interatividade e a
navegabilidade. Na característica interatividade foi observada que é
possibilitada por meio de comentários dos leitores, qualquer pessoa
pode interagir com o site, visto que não é necessário um registro
para adquirir um login e uma senha A navegabilidade foi observada
a partir do link de busca, do acesso a outras páginas e aos
arquivos dos posts. Não foi identificada a utilização de outras
mídias, tais como imagens, sons, vídeos que caracterizam o
hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade também não
foram detectadas, pois o blog é composto de textos longos.
119
4.2.6 ESAB - Escola Superior Aberta do Brasil -
http://blog.esab.edu.br/
( x ) Hibridismo
( x ) Hipertextualidade
( x ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
120
Figura 26 - Imagem do Blog da ESAB.
121
Figura 27 - Imagem da característica hibrida do blog da ESAB
122
Figura 28 - Imagem da característica hipertextual do blog da Esab
123
Figura 29 - Imagem da característica não-linear do blog da Esab
124
Figura 30 - Imagem da característica interativa do blog da Esab
125
Figura 31 - Imagem da característica da navegabilidade do blog da
Esab
126
Comentário: O blog da ESAB apresenta artigos, opiniões e
comentários de diretores, professores e colaboradores da ESAB,
os assuntos são diversos, tais como: educação, tecnologia,
Internet, e-learning, vida cotidiana, vida profissional e inovação.
Contatou-se que todas as características do design hipermídia
foram utilizadas em sua construção. Na característica interatividade
foi observada que é possibilitada por meio de comentários dos
leitores sem a necessidade de se cadastrar para adquirir um login e
uma senha para fazer comentários A navegabilidade foi observada
a partir de um link de busca e aos espaços dos artigos do blog e a
lista de categorias. Foi identificada a utilização de outras mídias,
tal como um vídeo extraído do youtube e muitas imagens,
caracterizando o hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade
foram detectadas dentro dos posts, onde é observado o “clique
aqui para acessar” e palavras com links de acesso.
127
4.2.7 ETEC Júlio de Mesquita - Nutrição - Santo André-SP -
http://nutrietecjm.spaceblog.com.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
128
Figura 32 - Imagem do blog da ETEC Júlio de Mesquita
129
Figura 33 - Imagem da característica interativa do blog da ETEC
Júlio de Mesquita
130
Figura 34 - Imagem da Navegabilidade do blog da ETEC Júlio de
Mesquita
131
Comentário: O blog da ETEC Julio de Mesquita possui textos
relacionados com notícias, informações, dados, comentários e links
úteis aos alunos do curso técnico de nutrição e dietética,
relacionados ao dia-a-dia da escola. Quem alimenta o blog são os
coordenadores, professores, colaboradores e a direção. Com
relação às características do design hipermídia foi utilizada
somente a interatividade e a navegabilidade. Na característica
interatividade foi observada que é possibilitado por meio de
comentários dos leitores sem a necessidade ir de um login e uma
senha. Foi observado também que os posts dos comentários ficam
visíveis, o que estimula que outros leitores também façam
comentários. A navegabilidade foi observada a partir do link de
busca, links favoritos, palavras chaves e aos arquivos dos posts.
Não foi identificada a utilização de outras mídias, tais como
imagens, sons, vídeos que caracterizam o hibridismo. A
hipertextualidade e a não linearidade também não foram
detectadas, pois o blog é composto de textos longos que não
proporcionam aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de partir
para outros textos.
132
4.2.8 Objetivo - Baixada Santista-SP -
http://blog.objetivobaixada.com.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
133
Figura 35 - Imagem do Blog do Colégio Objetivo
134
Figura 36 - Imagem da Característica Interativa do blog do Colégio
Objetivo
135
Figura 37 - Imagem da Navegabilidade do blog do Colégio Objetivo
136
Comentario: O blog Colégio Objetivo possui textos relacionados
com os últimos acontecimentos e notícias relacionados com a
própria escola. Novamente, como em outros blogs, das
características do design hipermídia foram utilizados somente a
interatividade e a navegabilidade. A interatividade é realizada por
meio de comentários dos leitores sem a necessidade de se
cadastrar para adquirir um login e uma senha. A navegabilidade foi
observada a partir do link de busca, do calendário, das publicações
recentes e dos arquivos dos posts. Não foi identificada a utilização
de outras mídias, tais como imagens, sons, vídeos que
caracterizam o hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade
também não foram detectadas. O blog é composto de textos
longos.
137
4.2.9 Unijuí-Ijuí-RS
http://www.unijui.edu.br/content/blogsection/
( x ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
138
Figura 38 - Imagem do blog da Unijuí
139
Figura 39 - Imagem do carater hibrido do blog da Unijuí
140
Figura 40 - Imagem do caráter interativo do blog da Unijui
141
Figura 41 - Imagem da navegabilidade do blog da Unijui
142
Comentário: O blog da Universidade Unijui retrata o cotidiano do
estudante da UNIJUÍ de forma descontraída, simples e objetiva.
Das características do design hipermídia é utilizado o hibridismo,
interatividade e a navegabilidade. Na característica hibridismo foi
possível detectar que essa característica aparece com freqüência,
através de um plugin para podcast da própria radio da Unijui e
através de várias imagens e fotos. A interatividade foi observada
em comentários dos leitores com a necessidade de se cadastrar
para adquirir um login e uma senha o que no caso da Unijui não
impediu que os leitores do blog fizessem comentários. É um blog
bastante interativo, onde existem comentários em quase todos os
posts. A navegabilidade foi observada basicamente a partir dos
links para outros sites. Não foi identificada a utilização de outras
características do design de hipermídia, tais como a
hipertextualidade e a não linearidade, pois o blog é composto de
textos longos que não proporcionam aos leitores a mobilidade e a
flexibilidade de partir para outros textos.
143
4.2.10 Uniminas - União Educacional Minas Gerais -
Uberlândia-MG - http://blog.uniminas.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
144
Figura 42 - Imagem do blog da Uniminas
145
Figura 43 - Imagem da navegabilidade do blog da Uniminas
146
Comentário: O blog da Uniminas não está construído. Só existe a
interface sem a alimentação dos dados. A navegabilidade foi
identificada pelo blogrool.
147
4.2.11 Unisul - UnisulBusiness - http://www.blogubs.com/
( x ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
Formatado: Inglês (EUA)
Formatado: Inglês (EUA)
Código de campo alterado
Formatado: Inglês (EUA)
Código de campo alterado
Formatado: Inglês (EUA)
Formatado: Inglês (EUA)
148
Figura 44 - Imagem do blog da Unisul
149
Figura 45 - Imagem da característica hibrida do blog da Unisul
150
Figura 46 - Imagem da característica interativa do blog da Unisul
151
Figura 47 - Imagem da navegabilidade do blog da Unisul
152
Comentário: O blog da Unisul possui conteúdo relativo ao
cotidiano dos universitários e a rotina da universidade. Das
características do design hipermídia são utilizados o hibridismo,
interatividade e a navegabilidade. Na característica hibridismo foi
possível detectar que essa característica aparece com freqüência,
através vídeos extraídos do youtube. A interatividade foi observada
por meio de comentários dos leitores sem a necessidade de se
cadastrar para adquirir um login e uma senha o que no caso facilita
a inclusão de comentários facilitando a interatividade. A
navegabilidade foi observada basicamente a partir dos link para
outros sites e links para parceiros da universidade e também para
acesso ao currículo lates do corpo docente. Não foi identificada a
utilização de outras características, tais como a hipertextualidade e
a não linearidade, pois o blog é composto de textos longos.
153
4.2.12 Universidade Tiradentes - Pró-Reitoria de Educação a
Distância - http://proead.wordpress.com/
( ) Hibridismo
( x ) Hipertextualidade
( x ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
154
Figura 48 - Imagem do blog da Universidade Tiradentes
155
Figura 49 - Imagem da característica hipertextual do blog da
Universidade Tiradentes
156
Figura 50 - Imagem da característica não-linear do blog da
Universidade Tiradentes
157
Figura 51 - Imagem da característica interativa do blog da
Universidade Tiradentes
158
Figura 52 - Imagem da navegabilidade do blog da Universidade
Tiradentes
159
Comentário: O blog da Universidade Tiradentes é uma iniciativa da
Pró-Reitoria Acadêmica e da Pró-Reitoria Adjunta de Ensino a
Distância e possui textos relacionados aos assuntos do universo
acadêmico. Observou-se que das características do design
hipermídia, listadas neste estudo, não foi utilizada em sua
construção o hibridismo. Na característica interatividade foi
observada que é possibilitada por meio de comentários dos leitores
sem a necessidade de se cadastrar para obter um login e uma
senha para postar comentários. A navegabilidade foi observada a
partir links de busca, links para os artigos do blog e a lista de blogs
da EAD. A hipertextualidade e a não linearidade foram detectadas
dentro dos posts, onde é observado o “clique aqui para acessar” e
palavras sublinhadas, proporcionando aos leitores a mobilidade e a
flexibilidade de partir para outros textos.
160
4.2.13 Wizard Idiomas - Guarulhos-SP -
http://blog.wizardguarulhos.com.br/
( ) Hibridismo
( ) Hipertextualidade
( ) Não Linearidade
( x ) Interatividade
( x ) Navegabilidade
161
Figura 53 - Imagem do blog da Wizard
162
Figura 54 - Imagem da característica interativa do blog da Wizard
163
Figura 55 - Imagem da navegabilidade do blog da Wizard
164
Comentário: O blog da Wizard Guarulhos é tratado como um canal
direto entre a empresa e seus alunos e possui conteúdo relativo ao
cotidiano dos alunos e a rotina da escola. Em sua interface
podemos observar que das características do design hipermídia é
utilizado apenas a interatividade e a navegabilidade. A
interatividade foi observada que é possibilitada por meio de
comentários dos leitores sem a necessidade de se cadastrar para
adquirir um login e uma senha o que no caso facilita a inclusão de
comentários proporcionando a interatividade. A navegabilidade foi
observada basicamente a partir dos link para outros sites e links
úteis, de tags e link para os arquivos do blog. Não foi identificada a
utilização de outras características, tais como a hipertextualidade, o
hibridismo e a não linearidade.
165
4.3 PESQUISA QUALITATIVA DO BLOG DA ESAB
O blog da ESAB foi escolhido para apresentar a pesquisa
qualitativa, pois apresentou todas as características reunidas do
Design de Hipermídia. A analise realizada possibilitou a
observação de que o blog através da interatividade possibilita o
desenvolvimento do pensamento criador e ainda sustentou a
afirmação de Moura (2006, pg. 03): “as tecnologias digitais
exteriorizaram e impulsionaram quatro qualidades do ser humano:
a curiosidade, a criatividade, a cooperação e a vivência do lúdico.
Sendo a interatividade apontada como uma das melhores aberturas
para estas questões e para o pensamento criador. Como
analisamos na resposta aos posts conforme figura abaixo:
166
Abaixo temos outro exemplo do desenvolvimento do pensamento
criador através da interatividade. Nesses comentários foi possível
detectar a participação dos usuários e dos leitores dos blogs e
claramente que através da interatividade é possível detectar o
carinho pela Instituição.
Outra característica observada é que interatividade observada é
possibilitada por meio de comentários dos leitores sem a
necessidade de se cadastrar para adquirir um login e uma senha
para fazer comentários. O que nos leva a identificar a interatividade
desse blog como grau médio de interatividade. Esse grau oferece
ao usuário o tema, objetivos e a tarefa a ser cumprida ao final da
navegação. A navegação quase sempre é guiada por menus.
Espera-se que o usuário descubra o conteúdo por descoberta
167
guiada em uma rede pré-definda. No blog da Esab podemos
perceber o link para os comentários, onde o objetivo é que o
usuário coloque seu ponto de vista a respeito do conteúdo que ele
teve acesso, e a tarefa é que o usuário participe com suas
opiniões, criticas, sugestões ou simplesmente diga que leu o
conteúdo.
Seguindo a linha de raciocínio PRIMO (2006), o Blog da Esab
apresenta as características da interatividade que são a
interruptabilidade, onde observamos que cada participante tem a
possibilidade de colocar o seu comentário quando melhor lhe
convier. Fazendo com que o conteúdo postado se assemelhe mais
a uma conversa do que a uma palestra. No que diz respeito à
granularidade, não foi detectado essa característica no blog, pois
nem sempre existe uma resposta rápida para o comentário
efetuado. Quanto a degradação graciosa, ou seja, à instância do
sistema não ter a resposta para uma indagação não foi observada
que o usuário tenha a possibilidade de saber quando e como
podem obter a resposta que não está disponível naquele momento.
Já o princípio do não default também não foi observado, visto que o
sistema mesmo já direciona para onde seus participantes devem ir.
A navegabilidade foi observada a partir de um link de busca e aos
espaços destinados aos artigos do blog e a lista de categorias.
Essa navegabilidade analisada também nos faz pensar que ela se
assemelha aos hipertextos. Podemos justificar essa afirmação
usando a conceitualização de FERRARI (2007, pg. 65) onde afirma
que: “É possível descrever o hipertexto como um conjunto de nós
de significações interligados por conexões entre palavras, páginas,
fotografias, imagens, gráficos, seqüências sonoras, etc.” Dessa
forma, levantamos a questão sobre se a navegabilidade observada
na realidade não seja uma característica hipertextual também.
168
Quanto a característica hibrida, foi identificada a utilização de
outras mídias, tal como um vídeo extraído do youtube e muitas
imagens, caracterizando o hibridismo. De todos os blogs
analisados o blog da Esab foi o que mais apresentou a
característica híbrida. O blogueiro explorou de várias maneiras
essa característica. Verificou-se que o conteúdo disponiblizado está
amparado por vídeos extraídos do youtube e também de muitas
imagens facilitando dessa forma o caráter hibrido. MOURA (2007,
p. 117) nos apresenta uma definição interessante sobre o caráter
hibrido, onde afirma que é: “uma característica que confere a
Hipermídia a possibilidade de propiciar uma re-significação de
informação através da associação de duas ou mais mídias
ampliando, assim, suas formas de expressão”. Foi possível
observar que o blog da Esab proporcionou o diálogo entre os
códigos visual e sonoro. O vídeo extraído do youtube mostra um
vídeo da escritora Zélia Gattai proporcionando aos leitores um
diálogo de carinho e de sentimentos pela morte da viúva do escritor
Jorge Amado.
A hipertextualidade foi observada em várias situações facilitando o
acesso a assuntos diversos, tais como: educação, tecnologia,
Internet, e-learning, vida cotidiana, vida profissional e inovação.
Observou-se também essa característica desde links de acesso até
o clique aqui para acessar. Essa análise também nos faz pensar
que o blog é todo composto de hipertextos, inclusive com os links
que favorecem a navegação, que também nos faz refletir a respeito
da navegabilidade e da hipertextualidade. Os links para outras
páginas que também podem ser definidas como uma característica
de navegabilidade também pode ser entendida como
características hipertextuais, como podem observar nas palavras
que dão acesso a outros textos como os links para outros artigos,
opiniões, outros blogs, a outras datas e inclusive a outros
interesses.
169
Já a característica não linear foi detectada dentro dos posts, onde é
observado o “clique aqui para acessar” e palavras com links de
acesso. Como podemos observar a não linearidade contém
vínculos – links - para outros documentos, permitindo ao leitor que
se desloque de um lugar para outro, permitindo que o movimento
seja feito e o conhecimento adquirido, no entanto no blog
observado podemos entender que essa característica poderia ser
mais bem explorada, pois foi observada com baixa regularidade,
tornando os posts muito compridos. A não-linearidade é uma
característica muito interessante que possibilita que o leitor faça
uma viagem sem saber ao certo onde chegar, facilitando o acesso
ao conhecimento. Se essa característica tivesse tido melhor
explorada o conteúdo ficaria mais rico e os posts com uma estética
melhor.
170
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Diante da pesquisa realizada, foi possível constatar que a
navegabilidade é a característica do Design de Hipermídia mais
freqüente nos blogs, com 100% de utilização, seguido pela
característica interativa com 92,30% de utilização. A característica
híbrida apresentou um resultado de 30,76% e as características
hipertextual e a não linear apresentaram empate no resultado, com
23,07%.
A navegabilidade é um item importante em um blog, pois ela se
constitui na organização da informação para que o usuário navegue
de forma intuitiva e saiba onde está de onde veio e quais são as
suas possibilidades futuras de acesso. A pesquisa também nos
mostrou que a navegabilidade encontrada nos blogs facilita à
exploração e à mobilidade do usuário para exploração de
conteúdos, e o acesso rápido as informações disponíveis. Também
foi possível perceber que a esse acesso a informação de maneira
rápida e eficiente acontece através dos links de busca, relação das
publicações recentes, arquivos organizados de forma cronológica,
blogrolls, e categorias, além de ter sido observado também link de
acesso rápido para sites relacionados com os assuntos abordados
no blog.
A característica interativa também foi observada nos blogs
pesquisados e o resultado apontou 92,30% porque um blog não
estava ativo no momento da pesquisa. O caráter interativo dos
blogs é facilmente identificado, pois em geral a interatividade é
identificada nos posts, onde é possível escrever comentários sobre
cada matéria publicada, porém os blogs analisados não oferecem
muitas formas de interatividade. Em alguns casos, para que ocorra
a interatividade, é solicitado ao usuário um cadastro para a criação
de um login e de uma senha.
171
Ainda no que diz respeito à interação, é oportuno o pensamento de
Preece (2002) que salienta a importância dos moderadores nos
processos colaborativos que entre outras tarefas está a de
solucionar conflitos, promover o diálogo e coordenar atividades,
bem como, estimular a participação do grupo na construção e
evolução do ambiente.
Diante dessa colocação devemos pensar que quanto maior a
simplicidade do contexto com o intuito de facilitar a interatividade
melhor será a construção do conhecimento coletivo. Para quem
“passeia pelo blog” pela primeira vez ao se deparar com a
necessidade de se cadastrar para poder fazer um comentário leva
esse usuário a desistir de dar a sua contribuição.
A característica híbrida observada nos blogs pesquisados
apresentou formas diferentes de transmitir informações, ou seja,
eles comunicam-se através de imagens, textos, áudios e vídeos.
As características hipertextual e a não linear foram as que
apresentaram o menor índice de utilização nos blogs avaliados.
Pode-se observar que somente 23,07 dos blogs apresentaram a
característica não linear e a característica hipertextual,
características essas que poderiam ser bem mais utilizadas pelos
blogueiros. Lévy (1999, pg. 58) afirma que: “ler é selecionar,
esquematizar, associar a outros dados, integrar as palavras e as
imagens a uma memória pessoal em reconstrução permanente.”
Por isso a importância da exploração dessas características na
construção do blog, pois ainda de acordo com Lévy (1999, pg. 86):
“a leitura de um texto é sempre uma construção”.
172
Capítulo 05 Considerações Finais
A web 2.0 proporcionou aos usuários um novo paradigma na
utilização e criação de web sites mais participativos e colaborativos.
E fez com que as redes sociais dessem um salto quantitativo e
qualitativo, colocando os blogs como objeto desse estudo para
compreendermos a importância do Design de hipermídia na
construção dos mesmos.
Esse estudo buscou a discussão e o esclarecimento sobre a
caracterização do processo de Design de Hipermídia no
desenvolvimento de interfaces dos blogs. Para tanto, embasado
nos objetivos do projeto, foi trazida a natureza da hipermídia, em
seu desenvolvimento histórico. Em seguida buscou-se formalizar o
entendimento sobre o design de hipermídia e suas principais
características. Posteriormente, realizamos um estudo sobre a
internet que teve como propósito definir algumas características do
Design de Hipermídia. Depois foi feito um estudo dos blogs.
Na pesquisa realizada podemos constatar que o Design de
Hipermídia mostra-se eficiente e necessário no papel de conduzir a
construção dos blogs e é cada vez mais importante o domínio das
técnicas que facilitem o seu acesso e seu uso. A pesquisa também
apontou que as características do Design de Hipermída estão
presentes, em diferentes proporções, nos blogs corportativos das
Instituições de Ensino analisados. Dentre estas as que são mais
utilizadas é navegabilidade e a interatividade.
Entretanto a navegabilidade observada resume-se a link de buscas
e não permitem que o usuário utilize outra forma de percorrer o
documento e também está relacionada aos espaços dos artigos, da
lista de sites, e dos arquivos dos posts anteriores muitas vezes
assemelhando-se ao hipertexto.
173
No que diz respeito à interatividade, a maiorias dos blogs
analisados não oferecem muitas formas de interatividade, que é
observada através dos comentários dos leitores. Esta característica
poderia ser melhor explorada utilizando os recursos que a própria
web 2.0 proporciona de maneira rápida e com custo zero.
A maioria dos blogs analisados possuem textos muito longos e com
pouco uso dos hipertextos e não exploram a não-linearidade. O
hipertexto é a escrita apropriada para este meio e a não-linearidade
poderia permitir que o documento postado se assemelhe a forma
com que o ser humano pensa.
Em relação às características que analisamos pode-se dizer que os
blogs pesquisados apresentam baixo grau de hibridismo, podendo
essa característica ser melhor explorada pelos responsáveis para
transmitir o conteúdo de forma mais atrativa, pois o hibridismo
apresenta formas diferentes de transmitir informações, ou seja,
pode comunicar-se através de imagens, textos, áudio ou até
vídeos.
A resposta à pergunta da pesquisa deste trabalho foi respondida,
na medida em que foram delimitadas as principais características
encontradas no Design de Hipermídia, que foram: interatividade,
navegabilidade, hipertextualidade, hibridismo e não-linearidade e
relacionadas com a construção e na elaboração dos conteúdos dos
blogs corporativos de Instituições de Ensino.
Após estas discussões e reflexões, chega-se a conclusão de que o
Design de Hipermídia está presente em diferentes proporções na
construção dos blogs corporativos de Instituições de Ensino, e que
as características do Design de Hipermídia podem ser melhores
exploradas.
174
Como contribuição deste estudo, está à busca pelo aprimoramento
de técnicas já existentes, como a utilização de todas as
características do Design de Hipermídia na construção dos blogs,
visto que o Design de Hipermídia mostrou-se fundamental para
trabalhar com o meio virtual e que é preciso entender suas
especificidades adaptando-as às características dos leitores dos
blogs, que como esse estudo aponta cresce de forma exponencial.
175
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