tag:blogger.com,1999:blog-10357357492948013382024-03-08T07:31:53.017-08:00A Web 2.0 e a Cultura dos BlogsDissertação de Mestrado - Design de HipermídiaLuciane Chiodihttp://www.blogger.com/profile/03007519014463577760noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-1035735749294801338.post-12026311020029335072010-04-25T19:25:00.000-07:002010-04-25T19:32:04.580-07:00DISSERTAÇÃO DE MESTRADO- A WEB 2.0 E A CULTURA DOS BLOGS<div style="text-align: justify;"><br /><div style="text-align: left;">Introdução<br />“Aprender a viver significa preparar os espíritos para<br />afrontar as incertezas e os problemas da existência<br />humana...” (MORIN, 2002, p. 20).<br /><br />A infoera, a era da informação e do conhecimento, está se impondo<br />na estrutura social mundial, atingindo os mais recônditos lugares de<br />nosso planeta.<br /><br />As transformações pelas qual a sociedade moderna passa decorre<br />das novas tecnologias de informação e comunicação e marca o<br />início de uma nova época denominada por Castells (2002, p. 22),<br />“Sociedade da informação” onde:<br />(...) um novo sistema de comunicação que fala cada<br />vez mais uma língua universal digital tanto está<br />promovendo a integração global da produção e<br />distribuição de palavras, sons e imagens de nossa<br />cultura, como personalizando ao gosto das<br />identidades e humores dos indivíduos. As redes<br />interativas de computadores estão crescendo<br />exponencialmente, criando novas formas e canais de<br />comunicação, moldando a vida, e ao mesmo tempo,<br />sendo moldadas por ela.<br /><br />Para o autor, “as redes desempenham um papel fundamental na<br />sociedade emergente porque a informação circula pelas redes:<br />redes entre empresas, redes internas às empresas, redes pessoais<br />e redes de computadores” (Castells, 2000, p. 23).<br />Estamos vivenciando uma sociedade conectada, onde grande parte<br />do tempo às pessoas estão em contato com a tecnologia. Em todos<br />os campos de atuação é possível observarmos algum computador<br />conectado a internet, interferindo nas transações, comunicações,<br />nas relações pessoais e também nas relações de trabalho.<br /><br /><br />Diante disso, a pesquisa aborda o tema "A web 2.0 e a cultura dos<br />blogs", com o propósito de verificar como os blogs evoluíram e<br />como foi inserido na cultura dos internautas. O estudo foi<br />bibliográfico, com delineamento exploratório, pois visa buscar maior<br />familiaridade com o problema, de forma a torná-lo explícito.<br />Envolveu levantamento bibliográfico e análise de exemplos que<br />facilitem a compreensão. Buscou-se conhecer e pesquisar sobre a<br />hipermídia, sobre a interatividade e a internet assim como os<br />próprios blogs. Utilizou-se no estudo autores previamente<br />selecionados para que fosse possível a reflexão sobre os<br />pressupostos teóricos, para então encontrar respostas às<br />perguntas que motivaram o presente estudo.<br /><br />A crescente utilização da web é fato. De acordo com o IAB1, o<br />número de internautas no Brasil, até o final de 2007, chegava a 40<br />milhões. De acordo com pesquisa realizada pela ComScore2, em<br />2007, as redes sociais e o vídeo online lideram o ranking de sites<br />acessados. Sites de relacionamento como Orkut, MySpace,<br />Facebook, Linkedin, cresceram 34% no período de 12 meses. De<br />cada três pessoas que acessam a internet, duas navegam em<br />redes sociais. A pesquisa realizada pela Tecnhorati em 2007 3,<br />mostra que o número de blogs no mundo é de quase 1 milhão. Daí<br />a necessidade de se estudar esse universo.<br />No ano de 2008, a partir de março (data do último levantamento da<br />companhia), a quantidade de páginas pessoais cresceu 41%, indo<br />de 70,6 milhões para 99,9 milhões e agora está prestes a bater a<br />casa dos bilhões, uma vez que a proporção média diária de novos<br />blogs é de 175 mil por dia.<br />1 (Interactive Advertising Bureau)<br />2 ComScore Media Metrix estuda as atividades on-line de indivíduos no Brasil<br />3 Tecnhorati<br />20<br />Os números e a sempre crescente utilização da web e dos blogs<br />demonstram a importância do desenvolvimento de pesquisas na<br />área. Entretanto, por serem inúmeros os focos de estudo, este<br />trabalho procurará responder a seguinte questão: como a<br />hipermídia é utilizada na blogosfera corporativa?<br />De acordo com um post datado de 22/09/2008, no blog de autoria<br />de Fábio Cripriani (http://www.blogcorporativo.net/), de junho de<br />2006 até outubro/2008 os blogs corporativos passaram de 3 para<br />263. O número de blogs corporativos cresceu mais de 300%, entre<br />2007 e 2008, passando de 62 para 263 (incluindo os que deixaram<br />de existir ao longo do ano).<br />A fonte dos números é o Blog Corporativo Wiki. No entanto,<br />existem inúmeros blogs corporativos que não figuram como um dos<br />blogs corporativos na lista do wiki. De qualquer forma, o<br />levantamento realizado por CIPRIANI em seu blog<br />http://www.blogcorporativo.net/ que é o levantamento mais<br />completo da blogosfera corporativa brasileira e aponta os dados da<br />tabela 1:<br />Tabela 1: Distribuição dos Blogs Corporativos<br />Tipo de Blog Quantidade Ano<br />Pequenas e<br />Médias<br />Empresas<br />164 2008<br />Grandes<br />Empresas<br />032 2008<br />Blogs de<br />Ensino<br />013 2008<br />Blogs de<br />Campanhas<br />026 2008<br />21<br />de Marketing<br /><br />Acredita-se que o Design de hipermídia seja um fator importante<br />para o desenvolvimento dos blogs, assim, tal estudo tem como foco<br />a forma de utilização do Design de Hipermídia nos blogs<br />educacionais nacionais.<br />Para João Antonio Zuffo, (2003, p. XVIII) “a teia mundial de<br />comunicações, que envolve os mais diversos recantos<br />freqüentados pela humanidade, garantirá que novas novidades,<br />todos os modismos e todos os procedimentos sejam<br />instantaneamente conhecidos”. O autor ainda acredita que:<br />“nessas condições, está ocorrendo uma verdadeira avalanche de<br />novas informações, de novos conhecimentos e de novas<br />situações”.<br />Pierre Levy (2003,) acredita que faremos um grande esforço a fim<br />de tecer incansavelmente relações entre as idades, os sexos, as<br />nações e as culturas, apesar das dificuldades e dos conflitos e que<br />o avanço das telecomunicações, implica no reconhecimento do<br />outro, a aceitação e ajuda mútuas, a cooperação, a associação, a<br />negociação, para além das diferenças de pontos de vista e de<br />interesses.<br />Para a compreensão deste estudo dividimos este trabalho em 05<br />(cinco) capítulos. No primeiro será efetivada uma análise da escrita<br />e da leitura, da chegada do hipertexto e de sua conseqüente<br />evolução até o design de hipermídia e suas características. O<br />capítulo 02 traz uma explanação sobre a evolução da internet,<br />assim como suas principais características e formas de utilização<br />no mundo atual. O capítulo 03 traz um estudo detalhado sobre os<br />blogs, sobretudo os corporativos. Já o capítulo 04 trata da pesquisa<br />de campo, na qual foi estudado o uso do design de hipermídia na<br />construção dos blogs corporativos de treze instituições de ensino.<br />22<br />Estes blogs foram estudados por terem sidos identificados como os<br />únicos blogs de instituições de ensino constantes na blogosfera<br />brasileira, de acordo com estudo de CIPRIANI divulgado em seu<br />blog http://www.blogcorporativo.net/. A grande expansão dos<br />blogs, em especial os corporativos de instituições de ensino, nos<br />levaram a verificar se as características do design de hipermídia<br />estão presentes em sua construção. Por fim, no capítulo 05 nas<br />considerações finais, será feita uma explanação de como as<br />características do Design de Hipermídia estão presentes na<br />construção dos blogs corportativos educacionais.<br />A pesquisa em questão contribuirá para o aumento da ainda<br />escassa bibliografia sobre a Web 2.0 e em particular dos blogs.<br />Serão redigidos artigos a serem submetidos aos comitês editoriais<br />de congressos e de periódicos nacionais e/ou internacionais,<br />demonstrando a tendência das organizações em utilizarem blogs<br />(por seu caráter bidimensional, informal e de fácil manuseio) e<br />discutindo o design de hipermídia na construção dos blogs.<br />.<br />23<br />Capítulo 1 Design de Hipermídia e suas características<br />“(...) nossa vida, nossos<br />pensamentos, nossa imaginação,<br />nossos sonhos não são<br />lineares...” (MOURA, 2003: 143).<br />1.1 Aspectos históricos do design de hipermídia<br />A necessidade de as pessoas trocarem informações é inerente ao<br />ser humano. Os povos pré-históricos já utilizavam figuras para<br />transmitirem informações. O princípio alfabético foi inventado pelos<br />gregos, por volta de 1.000 a.C. A escrita mais antiga de que se tem<br />conhecimento foi feita em argila, com um instrumento de madeira<br />chamado burril. Depois foi sendo substituída por tinta em couro ou<br />papiro (FISCHER, 2006:58; ELLIS, 1995:43).<br />Com o mundo em constante evolução, a escrita também<br />acompanhou a transformação da sociedade. A evolução da escrita<br />e da leitura proporcionou acesso ao conhecimento a um nível que a<br />mente humana não poderia alcançar sem o alfabeto latino. A TV,<br />os filmes e a música, tornaram-se um subproduto da leitura do<br />alfabeto latino. A escrita alfabética é uma união perfeita da<br />tecnologia com o meio, e como resultado há a eliminação das<br />fronteiras e a união de pessoas, O computador moderno, fazendo<br />uso do alfabeto, é capaz de colocar as pessoas para trocarem<br />informações em tempo real em todas as partes do mundo. Com a<br />internet, o alfabeto latino já é a força vital da comunicação.<br />(FISCHER, 2006:42).<br />Para este autor, “O PC moderno promoverá a leitura tanto quanto o<br />fez o surgimento da imprensa, há mais de quinhentos anos, pois a<br />24<br />revolução eletrônica é, sobretudo a revolução da leitura”<br />(FISCHER, 2006:43).<br />A preocupação em facilitar o acesso às informações, já em 1945,<br />levou Vannevar Bush a propor um assistente mecânico,<br />denominado Memex (Memory Extender. (ULBRICH, 2006:07)<br />O projeto do Memex continha telas visuais, botões, alavancas e um<br />teclado, permitindo armazenar quase tudo, incluindo livros, figuras,<br />periódicos e jornais. Permitia também sumarizar notas manuscritas,<br />fotografias, rascunhos e memorandos, pois sua essência era a<br />indexação associativa. A seleção de qualquer item permitiria a<br />seleção imediata de outro e, pela formação dessas associações, o<br />usuário poderia construir um caminho personalizado, por meio do<br />material (BUSCH, 1945 apud ULBRICHT, 2006:08).<br />Podemos pensar inclusive sobre o projeto Xanadu, que foi o<br />primeiro projeto realizado para o desenvolvimento daquilo que<br />posteriormente veio a ser conhecido como hipertexto. A idéia<br />básica deste sistema era a ser um grande arquivo para tudo o que<br />já havia sido escrito, com a possibilidade de tudo ser intertransportado<br />e de estar disponível ao mesmo tempo, on line. Um<br />grande hipertexto universal. (NELSON, 1965 apud MOURA,<br />2003:145).<br />Com o surgimento e a evolução da internet, o hipertexto foi-se<br />desenvolvendo e acabou por determinar a estrutura editorial básica<br />da web. Para compreendermos o hipertexto, são importantes os<br />conceitos de alguns autores, dos quais foram selecionados: Lucia<br />Leão, Vânia Ribas Ulbricht, Pollyana Ferrari e Mônica Moura e<br />Pierre Levi.<br />De acordo com Leão (2002:48):<br />25<br />Um hipertexto pode ser caracterizado como um<br />documento em que as operações da estrutura<br />interativa estão misturadas com o texto; em<br />geral, investiga-se a estrutura hipertextual do<br />ponto de vista da estrutura real, que conecta<br />essas operações.<br />Dessa forma, as narrativas digitais superam as limitações da<br />tradição da oralidade e da escrita, pois não buscam isolar ou<br />fragmentar o sentido do texto ou do discurso, mas ao contrário,<br />ampliar a rede de significações. (FERRARI, 2007;58).<br />Com relação aos nós de informações contidos no hipertexto,<br />Ulbricht (2006:16) afirma que:<br />Não existe uma fórmula para determinar o<br />tamanho e o quanto de conteúdo deve possuir<br />um nó, eles correspondem aproximadamente a<br />uma página, tela ou a uma janela sobre a tela,<br />se a informação for textual. Entretanto, os nós<br />podem ser: um gráfico, uma animação, uma<br />imagem, uma seqüência de vídeo ou de áudio,<br />ou um elemento externo como uma maquete,<br />entre outros. O conteúdo de um nó pode ser de<br />tipos diferentes como: definições, atributos,<br />referências, notas, ilustrações e exemplos<br />É possível que o hipertexto seja entendido como uma forma<br />narrativa, que não existe até ser produzida pelo leitor, mediante<br />uma série de escolhas feitas de acordo com seus desejos e<br />interesses. (HUESCA e DERVIN, 2004 apud ULBRICHT, 2006:09).<br />Pode-se ainda entender o hipertexto como sendo um método<br />intuitivo com diversidade de possibilidades para o acesso às<br />informações e à base de dados multimídia. Um esquema dinâmico<br />de representação de conhecimento; um sistema de auxílio à<br />argumentação, uma ferramenta de trabalho em grupo (MOURA,<br />2003:143).<br />26<br />Ainda de acordo com Moura (2003:239), o hipertexto pode ser<br />definido como “um conjunto de elementos e características que<br />poderão ser alterados e modificados conforme mudem as<br />tecnologias e sistemas”. A autora ainda afirma que o “avanço da<br />história mostra o hipertexto como uma evolução e um novo sistema<br />de leitura e de escrita, de busca e geração de informações”.<br />Com o desenvolvimento das interfaces gráficas tornou-se possível<br />a apresentação de vários tipos de recursos visuais, tais como texto,<br />áudio, vídeo, imagens e animações em uma única plataforma, que<br />hoje conhecemos como hipermídia (ULBRICHT, 2006:58).<br />1.2 Hipermídia<br />Segundo ULBRICHT (2006:57), a hipermídia pode ser definida<br />como: “uma rede de ligações de referências associadas a textos,<br />conjunto de dados, mapas, figuras, modelos tridimensionais, dentre<br />outros. Dessa maneira, essa rede deve permitir acesso às<br />informações por diversos caminhos”.<br />Enfim, é um campo onde se estabelece inter-relação entre<br />elementos resultantes de linguagens distintas. Estes, por sua vez,<br />passam a ser associados em uma fronteira fluida de sua linguagem<br />referencial e assumem características que determinam uma nova e<br />outra linguagem. (MOURA, 2003:149).<br />Hipermídia é, para DOMINGUES (1997:48), uma forma<br />combinatória, permutacional e interativa de multimídia, em que<br />textos, sons e imagens (estáticas e em movimento) estão ligados<br />entre si por elos probabilísticos e móveis, que podem ser<br />configurados pelos receptores de diferentes maneiras, de modo a<br />compor obras instáveis, em quantidades infinitas.<br />27<br />O primeiro aplicativo hipermídia foi desenvolvido por Andrew<br />Lippman, no fim dos anos 70. Era uma viagem virtual, um passeio<br />simulado, pela cidade de Aspen. (MOURA, 2003:149). Ulbricht e<br />Bugay ainda fazem uma descrição de como foi esse passeio<br />simulado:<br />O suporte desse sistema foi realizado em<br />videodiscos que continham fotos de todas as<br />ruas da cidade do Colorado. As fotos foram<br />organizadas como um conjunto de informações<br />ligadas umas às outras para possibilitar ao<br />usuário a sensação de visualizar em seqüência<br />as imagens. (BUGAY e ULBRICHT, 2000)<br />Moura apresenta alguns exemplos de aplicativos hipermidiáticos:<br />Os caixas eletrônicos e os sistemas bancários<br />on line; os quiosques de informações em locais<br />públicos (aeroportos, shopping-centers,<br />balcões de informações turísticas); as<br />enciclopédias em cd-roms, os dicionários e<br />cursos de línguas interativos; as coletâneas de<br />matérias e artigos de jornais e revistas<br />presentes na Internet; os aplicativos<br />educativos, culturais e turísticos; os sistemas<br />de treinamento (MOURA, 2003: 147).<br />A hipermídia, por seu caráter não linear, também pode ser<br />comparada a um labirinto, de acordo com Leão (2002:36), que<br />compara os labirintos naturais aos encontrados nos ambientes<br />hipermidiáticos. Machado faz uma comparação interessante com a<br />mitologia grega, quando diz:<br />Dédalo escapa de seu próprio labirinto voando<br />por cima dele com suas asas de cera, mas os<br />cretenses podiam simplesmente pular os<br />muros, como o moderno navegante da<br />hipermídia pode “clicar” o botão quit e desistir<br />do percurso”. (MACHADO, 1997:149).<br />Devido à sua riqueza, pluralidade e multiplicidade podemos dizer<br />que a hipermídia é uma linguagem desafiadora e envolvente, pois<br />se estabelece de forma aberta e abrangente, propiciando o<br />estabelecimento de inter-relações das linguagens advindas da<br />imagem estática, da imagem em movimento, do som, da animação,<br />28<br />da espacialidade, da imersividade, da movimentação e dos<br />sistemas de estruturação e organização da informação.<br />(MOURA,2003:144).<br />Através desse ambiente ocorrem as trocas de textos, imagens ou<br />sons, passando por diversas mídias, e linguagens, o que<br />proporciona um ambiente mais agradável e instigante,<br />proporcionando a interação e a troca constante de informações.<br />Machado (1997:146) afirma que “a hipermídia é um texto que já<br />traz dentro de si várias outras possibilidades de leitura e diante do<br />qual se pode escolher dentre várias alternativas”. Devido a essas<br />várias alternativas de caminhos, para que a leitura seja<br />completada, a hipermídia se apresenta como uma linguagem<br />desafiadora e envolvente, pois o leitor entra no ambiente da<br />hipermídia, sem saber ao certo para onde ir, mas sabe que sairá<br />desse ambiente com mais informações do que em qualquer outro<br />lugar já freqüentado no mundo virtual.<br />1.3 Design de hipermídia<br />O termo design de hipermídia (área de especialidade no campo do<br />design) é definido por MOURA (2006:147) como:<br />o desenvolvimento de projetos para a prática<br />comunicativa em rede ou para a solução de um<br />problema destinado aos sistemas digitais e<br />interativos, sendo um campo autônomo,<br />independente, com características e linguagens<br />próprias (MOURA,2006:147).<br />O design de hipermídia pode ser considerado uma atividade<br />projetual, que se torna essencial para a construção de interfaces<br />que possam facilitar a vida do interator. Nessa avalanche de<br />informações que o ambiente virtual proporciona, o papel do<br />designer se torna precioso para ajudar na organização dos textos,<br />das imagens, dos sons dos cliques e das páginas.<br />29<br />Ainda de acordo com Moura (2003:158):<br />(...) a criação e a produção nesta cultura<br />imaterial e sua gama de possibilidades no<br />universo da hipermídia levam os designers à<br />maior liberdade de criação, porém como nunca<br />o usuário e suas relações devem ser foco<br />principal de atenção em um projeto(...) neste<br />contexto é que entendemos o design de<br />hipermídia, ou seja, a atividade projetual<br />relacionada à hipermídia.<br />Portanto, cada vez mais o design de hipermídia é utilizado no<br />ciberespaço e cada vez mais é percebido como sendo de extrema<br />importância no ambiente virtual, pois aumentam as possibilidades<br />de alteração ou criação de novos programas de e novas interfaces<br />para a disseminação e o armazenamento de informações. As<br />tecnologias de hipertexto e hipermídia vão permirtindo que o<br />usuário “navegue” pela Internet, indo de um local a outro, fazendo<br />suas escolhas, interagindo com as mídias, escolhendo seu<br />caminho com o apertar dos botões do mouse.<br />Sob este enfoque, o papel do design de hipermídia consiste em<br />desenvolver produtos interativos que sejam utilizáveis, o que<br />significa produtos fáceis de aprender, eficazes no uso e que<br />proporcionem ao usuário uma experiência agradável. (PREECE,<br />2002:87).<br />Portanto, é válido pensar também no design de hipermídia como<br />“um campo onde a associação de linguagens é somada ao design<br />de informação” (MOURA, 2003:145). Ainda de acordo com a<br />autora, o usuário/interator é participante não apenas para obter<br />informação, navegar livremente ou utilizar um produto, mas<br />também para interagir com o próprio projeto, alterando seus<br />elementos e customizando-os.<br />30<br />Nessa linha de raciocínio, vale ressaltar o pensamento de Preece<br />(2002:28), que afirma que o design: “significa criar experiências que<br />melhorem e estendam a maneira como as pessoas trabalham se<br />comunicam e interagem”. Todos esses conceitos levam a pensar<br />no design de hipermídia como um espaço para criação de projetos<br />que facilitem a comunicação e a interação entre as pessoas. Todo<br />esse conceitual aponta para a necessidade da atenção dos<br />designers na construção das interfaces, para que ocorra o fácil<br />entendimento dos interatores no manuseio dos sites ou blogs.<br />Portanto, é valido refletir acerca do design de interação como um<br />projeto de espaços para comunicação e interação humanas, ou<br />seja, uma forma de encontrar maneiras de fornecer suporte às<br />pessoas. (WINOGRAD, 1997 apud PREECE, 2002:28). Esse<br />suporte se mostra necessário devido ao imenso campo de ação<br />que envolve o design de hipermídia, pois está relacionado com<br />todos os processos que se realizam através dos ambientes virtuais,<br />como uma forma de estabelecimento de diferenciação no<br />ciberespaço. (MOURA, 2003:138).<br />Seguindo esse pensamento, Moura (2003:155) ainda afirma que o<br />design de hipermídia:<br />Exige que o designer não apenas domine a<br />relação texto e imagem, mas também, a<br />gramática advinda de outras linguagens, como<br />por exemplo, a imagem dinâmica ou em<br />movimento, o som e suas relações, as<br />questões da organização e estruturação das<br />informações, as questões relativas à<br />interatividade, mobilidade/navegabilidade e os<br />novos elementos para a concepção e<br />composição da interface (MOURA, 2003:155).<br />No entanto, para um melhor entendimento do design de hipermídia<br />se faz necessário a compreensão de suas características.<br />1.4 Características do design de hipermídia<br />31<br />De acordo com Moura, o design de hipermídia: “se caracteriza pelo<br />hibridismo, hipertextualidade, não-linearidade, navegabilidade,<br />interatividade e pela manipulação de constantes atualizações”.<br />(MOURA,2006:185-202)<br />1.4.1 Hibridismo<br />O hibridismo pode ser entendido como algo que é misturado;<br />consiste na formação de palavras pela junção de radicais de<br />línguas diferentes. De acordo com Moura (2007:117):<br />(...) é uma característica que confere à<br />hipermídia a possibilidade de propiciar uma resignificação<br />de informação através da<br />associação de duas ou mais mídias,<br />ampliando, assim, suas formas de expressão<br />O caráter híbrido do design de hipermídia permite, em ambientes<br />virtuais, o surgimento do diálogo entre códigos visual, sonoro e<br />verbal. É possível que sejam explorados a imagem e o som em um<br />mesmo ambiente e que seja observada a mistura de diversos tipos<br />de linguagens, como imagens, texto, animação, vídeos, etc.<br />O uso do vocábulo hibridismo passou a ser utilizado a partir da<br />explosão da cultura digital, em meados dos anos 90. O avanço da<br />internet e a crescente utilização desse meio como forma de<br />comunicação proporcionaram a utilização de diversas linguagens e<br />da mistura de mídias, na construção de ambientes hipermidiáticos.<br />(Santaella 2008:10).<br />1.4.2 Hipertextualidade<br />O hipertexto é uma forma não linear de apresentar a informação<br />textual, uma espécie de texto em paralelo, dividido em unidades<br />básicas, entre as quais se estabelecem elos conceituais.<br />32<br />Uma das características gerais do hipertexto é que, acima de tudo,<br />existe a possibilidade de diálogo de um texto original com outros<br />textos ocultos, que são inter-relacionados e disponíveis para<br />estabelecer qualquer relação lógica com o conteúdo anterior.<br />É possível notar que nem todos os textos que se encontram na<br />Internet são necessariamente hipertextos. Por exemplo, um dos<br />formatos mais usuais para a divulgação de documentos que<br />exigem certo nível de proteção de escrita, são documentos com a<br />extensão PDF De forma análoga um simples texto digitalizado com<br />qualquer processador de texto, pode ser importado para a internet,<br />sem qualquer marca de hipertextualidade.<br />1.4.3 Não-linearidade<br />A não-linearidade refere-se a todas as estruturas que não<br />apresentam um único sentido. Também apresentam múltiplos<br />caminhos e destinos, podendo desencadear vários finais. Moura<br />(2008:4) afirma que: “A não-linearidade refere-se à condição de<br />não haver cominhos/rotas predeterminadas, mas, sim, a oferta de<br />diferentes situações de uso, compreendendo, naturalmente,<br />possíveis desvios de foco e favorecendo novas descobertas”.<br />A leitura hipertextual, por meio de links, permite uma leitura não<br />linear, na qual ele se empenha em um processo de interconexões<br />que podem levá-lo tanto para o interior do próprio espaço de leitura,<br />quanto para outros textos, em outros lugares do ciberespaço.<br />(Lévy, 1999:78). Ainda de acordo com o autor:<br />O desenvolvimento desse novo suporte possibilita a leitura em uma<br />tela com múltiplas janelas de trabalho, que permitem manipular,<br />com a ajuda de um mouse, a presença dos elementos tecnológicos<br />na sociedade, especialmente a Internet, que vem transformando o<br />modo dos jovens se comunicarem, se relacionarem e construírem<br />conhecimentos. (LEVY,1999:79).<br />33<br />A não linearidade contém vínculos – links - para outros<br />documentos, permitindo ao leitor que se desloque de um lugar para<br />outro, e permitindo também que o movimento seja feito e o<br />conhecimento adquirido.<br />A não linearidade proporciona que o leitor possa obter informações<br />e estabelecer conexões associativas (hipertextuais) com bancos de<br />dados ou entre documentos escritos por autores diferentes.<br />Na leitura não linear, observa-se como característica, a<br />heterogeneidade e a polifonia. Todo texto aponta para as várias<br />direções de leitura, porque há sempre uma relação constitutiva que<br />ele estabelece com outros textos.<br />1.4.4 Navegabilidade<br />A maneira mais usual de visualizar uma escritura múltipla na tela<br />plana do monitor de vídeo é através de “janelas” paralelas, que se<br />pode ir abrindo sempre que necessário, e também através de “elos”<br />(links) que ligam determinadas palavras-chave de um texto a outros<br />textos disponíveis na memória. “O processo de leitura é designado<br />pela metáfora, bastante pertinente, da navegação, pois se trata<br />realmente de “navegar” ao longo de um imenso mar de textos que<br />se superpõem e se tangenciam” (MACHADO,1997:147):<br />Portanto, a navegabilidade diz respeito ao ato de navegar, à<br />exploração e à mobilidade do usuário no ciberespaço, na rede ou<br />em um aplicativo de hipermídia. Já, de acordo com Moura<br />(2008:04) a navegabilidade:<br />compreende a apresentação de elementos<br />hipermidiáticos que permitam a exploração e a<br />mobilidade do usuário, onde provavelmente, o<br />usuário irá deparar também com as<br />características de não linearidade e<br />interatividade (MOURA, 2008:04).<br />34<br />A navegabilidade, em um ambiente hipermidiático, diz respeito à<br />facilidade com que o usuário consegue se descolar no ambiente<br />virtual. Para Ulbricht (2006:22): “A navegação em um ambiente<br />hipermídia é o deslocamento do usuário no espaço formado pelos<br />nós e pelas ligações. Para que o usuário possa explorar esse<br />espaço e se localizar eficazmente, o documento precisa ter uma<br />estrutura clara”.<br />A navegabilidade se constitui na organização da informação, para<br />que o usuário navegue de forma intuitiva e saiba onde , de onde<br />veio e quais são as suas possibilidades futuras de acesso.<br />1.4.5 Interatividade<br />O termo interatividade tem sido muitoe utilizado nos últimos tempos<br />e de uma forma bastante difusa. Inicialmente far-se-á a distinção<br />entre os termos: interação e interatividade. A definição do conceito<br />de interação se torna um tanto controversa, pois muitas áreas do<br />saber a utilizam, como por exemplo a biologia, a farmácia, a<br />geologia, a física, a sociologia, etc.<br />De acordo com o dicionário de Ciências Sociais, da Fundação<br />Getulio Vargas(1986:624), a Interação Social “distingue a<br />influência recíproca dos atos de pessoas e grupos, o que<br />geralmente se dá por meio da comunicação”. Já a interatividade<br />está intrinsecamente relacionada com o mundo virtual, pois diz<br />respeito às ações mútuas que são exercidas entre duas ou mais<br />pessoas, duas ou mais coisas, estabelecendo assim, a<br />reciprocidade e a troca de informações.<br />De acordo com Moura (2006:03):<br />as tecnologias digitais exteriorizaram e<br />impulsionaram quatro qualidades do ser<br />humano: a curiosidade, a criatividade, a<br />cooperação e a vivência do lúdico. Sendo a<br />interatividade apontada como uma das<br />35<br />melhores aberturas para estas questões e para<br />o pensamento criador”. (MOURA, 2006:03).<br />Portanto, podemos pensar que é na interatividade que acontece a<br />experiência entre um usuário e a informação. A comunicação entre<br />o usuário e um site passa por esse caminho, inclusive a própria<br />comunicação é parte constante de um site, e a eficácia deste<br />dependerá da qualidade da interativida. (SZETO, 1997:78).<br />Para Lévy (1999:79), o termo interatividade “em geral, ressalta a<br />participação ativa do beneficiário de uma transação de informação”.<br />A interação também pode ser mediada por computador, e é esse<br />tipo de interação que será abordada nesse estudo.<br />Já se fala em interatividade desde o século XX, na década de 30.<br />No entanto, continua sendo um termo atual, pois foi somente na<br />década de 80 que foi adotado o termo HCI – Human Computer<br />Interaction – para definir um campo. De acordo com Preece<br />(2002:29):<br />(...) a interação homem-computador – IHC, se<br />preocupa com o design, a avaliação e a<br />implementação de sistemas computacionais<br />interativos para uso humano e com o estudo de<br />fenômenos importantes que os rodeiam.<br />(PREECE, 2002:29).<br />Também podemos entender que a interatividade é um conjunto de<br />ações que propicia a troca de conhecimentos e de informações,<br />facilitando a participação e a colaboração.<br />Podemos perceber que existem várias definições para o termo<br />interatividade. Porém, Alex Primo (2006:98) consegue defini-la<br />como:<br />A comunicação é reduzida à emissão de<br />informações (estímulo) e à reação do receptor<br />(resposta). E é justamente essa articulação que<br />fundamenta grande parte dos estudos da<br />chamada interatividade(...) Emissor-canal36<br />receptor se transformam em webmasterinterface-<br />usuário. Associando-se a essa<br />concepção, o par comportamentalista de<br />estímulo/resposta traduz-se como input/output<br />no contexto informático. (PRIMO, 2006:98).<br />Primo divide a interação em dois tópicos: a interação mútua e a<br />interação reativa. Ele entende que ambas possuem características<br />distintas. Para o autor, a interação mútua é “aquela caracterizada<br />por relações interdependentes, em que cada interagente participa<br />da construção inventiva e cooperada do relacionamento, afetandose<br />mutuamente” (Primo, 2006:57). Dessa forma, podemos entender<br />que a interação mútua diz respeito às modificações que acontecem<br />durante o processo em que ocorre a interação.<br />Para a definição de interação reativa, Primo (2007:57-58) afirma<br />que: “são limitadas por certas determinações e, se a mesma ação<br />fosse tomada uma segunda vez (mesmo que por outro<br />interagente), o efeito seria o mesmo”.<br />O autor ainda conceitua a multiinteração, afirmando que:<br />(...) em um chat, por exemplo, ao mesmo<br />tempo em que um interagente conversa com<br />outra pessoa, ele também interage com a<br />interface gráfica do software e também com o<br />mouse, com o teclado. Nesse sentido, em<br />muitos casos, tanto se pode estabelecer<br />interações reativas quanto mútuas,<br />simultaneamente. (PRIMO, 2007:57-58).<br />O autor coloca que podemos usar o termo interatividade quando as<br />seguintes características estão presentes: “interruptibilidade,<br />granularidade, degradação graciosa, previsão limitada e nãodefault”.<br />Afirma ainda que a interação mediada por computador<br />trata do potencial multimídia dessa máquina e de suas capacidades<br />de programação e automatização de processos. Pode ser chamado<br />de interativo quando as características descritas acima estão<br />37<br />presentes. Abaixo a definição das características apontadas por<br />PRIMO (2006:80).<br />Interruptabilidade: cada participante deve ter a possibilidade de<br />atuar quando bem entender. Esse modelo de interação está mais<br />para uma conversa do que para uma palestra.<br />Granularidade: refere-se ao menor elemento após o qual se pode<br />interromper. Em uma conversação, poderia ser uma frase, uma<br />palavra; em uma conversa, costuma-se responder à interrupção<br />com um balançar de cabeça, ou com frases do tipo “já respondo a<br />sua pergunta”. Essas circunstâncias devem ser levadas em conta<br />para que o usuário não creia que o sistema interativo usado tenha<br />travado.<br />Degradação graciosa: refere-se à instância do sistema não ter a<br />resposta para uma indagação. Quando isso ocorrer, o outro<br />participante não deve ser deixado perdido, nem o sistema deve<br />desligar-se. Aos participantes deve ser dada a possibilidade de<br />saber quando e como podem obter a resposta que não está<br />disponível naquele momento.<br />Previsão limitada: quando algo que não havia sido previsto ocorre<br />na interação, o sistema ainda tem condições de responder. No<br />caso de computadores, é comparado a um banco de dados infinito.<br />O princípio do não-default: o sistema não deve forçar uma<br />direção a ser seguida por seus participantes; a inexistência de um<br />padrão predeterminado dá liberdade aos participantes.<br />Ainda de acordo com Primo (2006:37) a interatividade acontece: “à<br />medida da habilidade potencial da mídia em permitir que o usuário<br />exerça uma influência no conteúdo e/ou na forma da comunicação<br />mediada”.<br />38<br />Pierre Lévy (1999:58) afirma que:<br />(...) é possível avaliar o grau de interatividade<br />de uma mídia ou de um dispositivo de<br />comunicação, baseado em diversos eixos,<br />dentre os quais as possibilidades de<br />apropriação e de personalização da mensagem<br />recebida – se é possível interferir no conteúdo<br />da mensagem em tempo real ou não; a<br />reciprocidade da comunicação – se o<br />dispositivo informacional é do tipo “um-um” ou<br />“todos-todos”, a virtualidade – no sentido da<br />possibilidade de cálculo computacional em<br />tempo real, em função de um modelo e de<br />dados de entrada; a implicação da imagem dos<br />participantes nas mensagens – se o<br />participante pode construir uma imagem de si<br />mesmo ou simular espaços não-físicos e a<br />telepresença. (LEVY, 1999:58).<br />O uso crescente das hipermídias e a explosão do uso da Web<br />abrem novas possibilidades nas interações mediadas por<br />computador. É possível que a interatividade seja observada em<br />diferentes graus, gerando aplicações diferenciadas de<br />interatividade entre usuário e a hipermídia, como apresentado a<br />seguir:<br />Segundo Santos e Campos (1998:51): "a liberdade de navegação<br />irá gerar aplicações com graus diferenciados de interatividade entre<br />usuário-hipermídia", como apresentado a seguir:<br />Alta interatividade: oferece-se ao usuário um tema, um conjunto<br />de sites e o acesso à internet. A navegação é livre ou pouco<br />direcionada. Espera-se que o usuário aprenda com a descoberta<br />imprevista e com a livre exploração do conteúdo disponível.<br />A vantagem desse enfoque é que o acesso ao conteúdo é<br />determinado pelo próprio usuário, para atingir o objetivo proposto.<br />39<br />Esse grau de interatividade apresenta alguns problemas, por<br />exemplo, em grandes espaços navegacionais,o usuário pode se<br />sentir perdido e sem saber para onde ir.<br />Baixa Interatividade: são oferecidos ao usuário o objetivo a ser<br />atingido e uma tarefa a ser cumprida, ao final da navegação. Para<br />tanto, ele tem acesso a uma aplicação multimídia ou a uma parte<br />específica de uma hipermídia. A navegação é induzida e o usuário<br />tem poucas opções navegacionais. Espera-se que ele se<br />movimente por recepção direcionada, exposição indutiva e/ou<br />dedutiva. A navegação é linear e seqüenciada. Os conteúdos são<br />fornecidos através de um sistema de menus, garantindo a<br />orientação do usuário. As metáforas mais utilizadas neste tipo de<br />hipermídia são os próprios conteúdos disponibilizados no site.<br />Média Interatividade: este grau de interatividade oferece ao<br />usuário o tema, os objetivos e a tarefa a ser cumprida ao final da<br />navegação - quase sempre guiada por menus. Espera-se que o<br />usuário descubra o conteúdo por descoberta guiada em uma rede<br />pré-definida. Adota como característica um enfoque híbrido. Esse<br />tipo de aplicação oferece ao usuário, em determinados pontos da<br />rede, somente um tema e o espaço de navegação, como as<br />hipermídias de alta interatividade, e em outros pontos da rede,<br />navegação quase linear, como as hipermídias de baixa<br />interatividade.<br />Segundo Preece, Rogers e Sharp (2005:78), a interatividade<br />proporciona o desenvolvimento de produtos interativos que sejam<br />utilizáveis, fáceis de aprender, eficazes no uso, que proporcionem<br />aos usuários uma experiência agradável. Os autores ainda afirmam<br />que “ao se projetar produtos interativos usáveis é necessário<br />considerar quem irá utilizá-los e onde serão utilizados”.<br />40<br />Com esse estudo, podemos perceber que a interação, assim como<br />a interatividade, são características do meio digital e são elas que<br />fazem da internet, principalmente da web 2.0, um dos principais<br />veículos de comunicação da atualidade, pois propicia as trocas de<br />informação, de conhecimentos, de participação e de colaboração -<br />como os chats, os comunicadores instantâneos, as listas de<br />discussões e os blogs, assuntos que serão abordados no próximo<br />capítulo.<br />Diante dessas características, podemos perceber a interatividade<br />digital como uma extensão em que os usuários podem participar na<br />modificação da forma e do conteúdo do ambiente em tempo real.<br />(PRIMO, 2006:74).<br />41<br />Capítulo 2 Internet<br />“(...) embora não determine a evolução<br />histórica e a transformação social, a tecnologia<br />(ou sua falta) incorpora a capacidade de<br />transformação das sociedades...” (CASTELLS,<br />1999)<br />A internet tem revolucionado o mundo dos computadores, das<br />comunicações e a forma como as pessoas se relacionam, como<br />nenhuma outra invenção foi capaz de fazer. O desenvolvimento e a<br />comercialização do microprocessador (unidade de cálculo<br />aritmético e lógico localizada em um pequeno chip eletrônico)<br />dispararam diversos processos econômicos e sociais de grande<br />amplitude (CIPRIANI, 2006:45; LEVY, 2000:88).<br />Essas características da web se consolidaram devido a um padrão<br />simples e universal, para a troca de informação. Abiteboul<br />(2000:02) completa:<br />O princípio central é decompor a informação em unidades que<br />possam ter nomes e ser transmitidas. Hoje a unidade de<br />informação é tipicamente um arquivo criado por um usuário da web<br />e compartilhado com outros por meio da disponibilização de seu<br />nome na forma de um URL (Uniform Resource Locator –<br />Localizador Uniforme de Recurso).<br />O governo, a indústria e o mundo acadêmico têm sido parceiros na<br />evolução e uso dessa tecnologia, como a própria história da<br />42<br />Internet tem nos mostrado. A internet, hoje, representa um dos<br />mais bem sucedidos exemplos dos benefícios da manutenção do<br />investimento e do compromisso com a pesquisa para o<br />desenvolvimento da informação (KUROSE, 2006:87). Por isso, a<br />intenção desse capítulo é compreender a Internet atual e entender<br />os recursos oferecidos pela web 2.0.<br />O termo web 2.0 aparece conceituado por Tim O'Reilly, numa série<br />de conferências, sobre o mesmo tema, promovidas pela O'Reilly<br />Media e pela MediaLive International tendo-se popularizado a partir<br />dessa data. A Web 2.0, segundo Tim O'Reilly , tem algumas<br />premissas básicas, a saber:<br />43<br />Figura 01: Mapa de Noções da Web 2.0<br />Posicionamento Estratégico<br />- Web como plataforma<br />Posição do Utilizador<br />- Cada um controla seus dados<br />Competências nucleares:<br />- Software como serviço não caixa<br />- Arquitetura Participação<br />- Escalabilidade eficiente em custos<br />- Fontes de dados remisturáveis<br />- Software acima de mono equipamento<br />- Explorar a inteligência coletiva<br />Flickr,<br />del.icio.us,não<br />taxonomia<br />Usuário como<br />colaborador<br />Blogs –<br />Participação<br />não publicação<br />Descentralizaç<br />ão radical<br />Experiência<br />rica do usuário<br />Calda longa<br />Wikipédia –<br />confiança<br />radical<br />Atitude não<br />tecnologia<br />Calda longa<br />Dados como o<br />“Intel Inside”<br />Confie nos<br />seus<br />usuários<br />A web como<br />componente<br />s<br />Beta Perpetuo<br />Software<br />melhor<br />quanto mais<br />utilizado<br />Play<br />Experiência<br />rica do usuário<br />Hackeabilidad<br />Direito de<br />Remixar<br />Comportamento<br />do usuário não<br />pré<br />determinado<br />Endereçabilid<br />ade granular<br />de conteúdo<br />44<br />A figura 01 mostra o mapa de noções da web 2.0, desenvolvido na<br />conferência da O’Reilly Media. Evidencia as várias idéias que<br />irradiam do centro da Web 2.0<br />1. A internet, como plataforma, deixa de ser considerada uma rede de<br />computadores. Esta idéia de plataforma é claramente visível na figura<br />acima.<br />2. Melhor experiência do usuário, associada à combinação de<br />tecnologias surgidas no final da década de 90 e ao aumento de<br />velocidade, surgem como os responsáveis pela edição<br />democratização e massificação da edição e pela edição colaborativa,<br />sendo os blogs e wikis bons exemplos.<br />3. Valorização do conteúdo colaborativo e da inteligência coletiva: o<br />conteúdo deve ser produzido e consumido por qualquer um, de forma<br />simples e direta.<br />4. Fim dos ciclos de lançamento e atualização de softwares<br />tradicionais”. Os aplicativos web podem ser atualizados de forma<br />constante, linear e independente da ação do usuário final. (O’REILLY,<br />2004)<br />5. Quanto mais simples a programação, melhor.<br />As diferenças entre a Web 1.0 e a Web 2.0, são vistas em oposição na<br />seguinte tabela, colhida do artigo de O’Reilly. Nela cada<br />funcionalidade da Web 1.0 é contrastada com a Web 2.0.<br />45<br />Diferenças entre a Web 1.0 e a Web 2.0<br />Web 1.0 Web 2.0<br />DoubleClick<br />-<br />-<br />><br />Google<br />AdSense<br />Ofoto<br />-<br />-<br />><br />Flickr<br />Mp3.com<br />-<br />-<br />><br />Napster<br />Britannica<br />Online<br />-<br />-<br />><br />Wikipedia<br />personal<br />websites<br />-<br />-<br />><br />blogging<br />domain name<br />speculation<br />-<br />-<br />><br />search engine<br />optimization<br />page views<br />-<br />-<br />><br />cost per click<br />screen scraping<br />-<br />-<br />><br />web services<br />Publishing<br />-<br />-<br />><br />participation<br />46<br />content<br />management<br />systems<br />-<br />-<br />><br />wikis<br />Atualmente podemos pensar que a internet implica o<br />reconhecimento do outro, a aceitação e a ajuda mútuas, a<br />cooperação, a associação e a negociação, independentemente do<br />ponto de vista e de interesses. A internet é responsável por<br />propiciar um contato amigável entre as pessoas de qualquer parte<br />do mundo, pois ela foi capaz de eliminar as barreiras que existiam<br />antes de sua invenção, além de enriquecer as trocas de<br />conhecimentos, a transmissão do saber e a convivência pacífica<br />entre as possíveis diferenças (LEVY, 2000: 87)<br />No entanto, podemos perceber que a internet foi capaz de facilitar a<br />rapidez na troca de informações, em tempo real, por todas as vias<br />de comunicações existentes. Levy (2000:34) afirma que: “Pode-se<br />transportar fisicamente os suportes (discos, disquetes etc) por<br />estrada, trem, barco ou avião. Mas a conexão direta, ou seja, em<br />rede ou on-line é evidentemente mais rápida”.<br />Hoje a internet serve de instrumento de trabalho, pesquisa e<br />entretenimento para uma variedade imensurável de usuários, de<br />estudantes recém-alfabetizados a doutores, incluindo profissionais<br />de todas as áreas (SPYER, 2007: 87).<br />Este processo atual de interação tecnológica expande-se<br />exponencialmente, em razão de sua capacidade de transitar entre<br />campos tecnológicos mediante uma linguagem digital comum, na<br />qual a informação é gerada, armazenada, recuperada, processada<br />e transmitida (CASTELLS, 1999:115).<br />Nessa primeira fase da internet, que também se pode chamar de<br />web 1.0, a troca de emails e mensagens instantâneas eram os<br />47<br />principais benefícios da rede. A rapidez na troca de informações<br />possibilitou a celeridade nos processos e também a disseminação<br />da informação, de forma democrática.<br />Nos dias atuais, o termo rede de computadores apresenta-se como<br />um termo desatualizado, devido a equipamentos não tradicionais,<br />ou seja, equipamentos que não seja o computador, que estão<br />sendo ligados à internet, a exemplo de televisores, câmeras web e<br />telefones celulares (KUROSE, 2006:38).<br />Também é notável uma mudança na web, na qual o mais<br />importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos da<br />rede para se tornarem melhores quanto mais são utilizados pelas<br />pessoas, aproveitando a inteligência coletiva. A consolidação da<br />internet apresentou-se como um grande repositório de dados e<br />agente transformador dos meios de comunicação. Pelo fato de ser<br />global e não burocrática, viabiliza a contribuição, a opinião e a<br />inteligência coletiva (CIPRIANI, 2006:55).<br />Pode-se dizer que a web 2.0 é a segunda fase da www (word wide<br />web). Essa nova etapa tem um caráter mais participativo e<br />colaborativo, no qual os usuários vão acrescentando e<br />reformulando seus conteúdos. Segundo Spyer (2006, p. 27): “a<br />Web 2.0 é o termo mais difundido dentro da indústria de tecnologia<br />como sinônimo de sites colaborativos”.<br />Mattar (2007:85) alega que: “A Web 2.0 pode ser definida em<br />função da comunicação em duas direções, colaboração e<br />ler/escrever”. E essa colaboração de ler e escrever permite aos<br />usuários, além de realizarem dowloads, também realizarem<br />uploads, o que torna a web mais atraente.<br />Com a popularização da banda larga e o desenvolvimento de<br />novas linguagens, a Web 2.0 permite a criação de aplicativos sem<br />48<br />a necessidade de um software adicional. A web 2.0 está próxima<br />de ser um sistema operacional, como se fosse um windows<br />(MATTAR, 2007:56).<br />2.1 Conceitos da Web 2.0<br />Um acontecimento importante, que contribuiu para a conceituação<br />da Web 2.0, foi a conferência denominada Conferência Web 2.0,<br />que foi organizada pela O’Reilly Media, em outubro de 2004.<br />A idéia central da conferência foi reunir os maiores e mais<br />importantes especialistas da internet, para debater o que funciona e<br />o que não funciona, o que deve ou não ser usado nesta nova fase.<br />Nessa conferência foram tratados alguns princípios: a web como<br />plataforma, a inteligência coletiva e a arquitetura da participação.<br />A web como plataforma, de acordo com O’Reilly (2005: 05) pode<br />ser vista como: “um conjunto de princípios e práticas que interligam<br />um verdadeiro sistema solar de sites que demonstram alguns ou<br />todos esses princípios e que estão a distâncias variadas do centro”.<br />Uma plataforma é o lugar onde os programas existem. Então a web<br />seria a plataforma e os sites fazem o papel dos softwares. Os<br />softwares seriam como um serviço na web 2.0, os quais funcionam<br />também pela internet. Isso proporciona a facilidade de vários<br />programas poderem se unir para formar uma plataforma (O’RELLY,<br />2005:06).<br />A Web 2.0 é capaz de desenvolver interfaces completas e<br />funcionais, sendo que alguns aplicativos Web, ainda em versão<br />beta, são considerados como desktops on-line, o que proporciona<br />49<br />ao usuário um ambiente de trabalho totalmente baseado na www,<br />acessível de qualquer computador conectado à internet.<br />Outro conceito interessante da Web 2.0 é o do beta perpétuo. Esse<br />conceito pode ser entendido como o final do ciclo de lançamento de<br />programas, pois estes são corrigidos, alterados e melhorados a<br />todo o momento, pelo próprio usuário.<br />O google é um exemplo de padrão da Web 2.0 e também de beta<br />perpétuo. Ele não trabalha com prazos marcados para lançamento<br />de novos softwares, mas sim com aperfeiçoamentos contínuos.<br />Não faz uso de licenças e oferece apenas a disponibilização dos<br />serviços aos usuários, e ele roda sistemas operacionais de código<br />aberto. Acontece no espaço entre navegador e ferramenta de<br />busca, e o servidor de conteúdo de destino, como um intermediário<br />entre o usuário e a experiência on-line (O’REILLY, 2005:06).<br />Ainda com relação ao aperfeiçoamento contínuo da Web 2.0,<br />Mattar (2007: 85) afirma que:<br />Na web 2.0 tudo é matéria-prima para ser usada e remixada. Com<br />a Web 2.0, diversos conteúdos são criados e mantidos de forma<br />dinâmica por usuários e comunidades, e, portanto, não são mais<br />considerados acabados nem com uma finalidade especifica. Ao<br />contrário, tudo é visto como matéria prima, que pode ser<br />retrabalhada em função dos interesses e das necessidades dos<br />usuários. Daí a idéia de remixagem, que pode ser considerada uma<br />palavra-chave dessa tendência, assim como a idéia da versão beta<br />permanente.<br />Diante desses fatores, é possível perceber que o usuário não é<br />mais passivo, mas sim um agente transformador e produtor de<br />conteúdo. O que faz com que a web 2.0 seja interessante e<br />50<br />evolutiva, a tal ponto que Mattar (2007:85) afirma que é possível<br />tratar a Web 2.0 como: “uma sociedade de autores”.<br />A inteligência coletiva também é um dos conceitos básicos da Web<br />2.0. No que diz respeito a esse assunto, O’Reilly (2005:09) afirma<br />que: “o principal princípio por trás do sucesso dos gigantes<br />nascidos na era Web 1.0 que sobreviveram para liderar a era Web<br />2.0 parece ser porque eles souberam aproveitar o poder que a rede<br />tem de tirar partido da inteligência coletiva.”<br />É possível entender que quanto mais o usuário adiciona conteúdos<br />e sites novos, mais eles passam a integrar a rede, ao mesmo<br />tempo em que outro usuário descobre esse conteúdo e interage<br />com ele, participando e colaborando para a formação do conceito.<br />Na Web 2.0, a inteligência coletiva é relevante, pois é claramente<br />visível e confirmado que são os usuários que fazem a diferença.<br />Spyer (2006:28) afirma:<br />Em sua origem, ele deveria distinguir sites ou aplicativos com baixo<br />custo de desenvolvimento, em que o conteúdo surge de baixo para<br />cima (bottom-up) a partir do relacionamento entre participantes<br />(user generated content ou UGT), e que pode combinar as<br />soluções e o conteúdo de mais de um site para produzir uma<br />experiência integrada – o que no jargão tech se convencionou<br />chamar de mash-up.<br />Em outras palavras, um Mashup é um web site ou aplicativo web<br />que combina os conteúdos de mais de uma fonte. Mattar (2007:88)<br />afirma que o mashup: “além de crescer exponencialmente,<br />diferentes formatos de conteúdo tendem a se misturar e a confundir<br />seus próprios limites”.<br />51<br />A arquitetura da participação também é um dos conceitos-chave da<br />Web 2.0. Segundo O’Relly (2005:11): “a maioria dos servidores<br />web apóiam-se nos métodos de produção comunitária de código<br />aberto, eles próprios um exemplo de inteligência coletiva<br />possibilitada pela rede”<br />Existem mais de cem mil projetos4 de softwares abertos na rede.<br />Qualquer pessoa pode adicionar um projeto, baixar e usar seu<br />código. E os novos projetos migram da periferia para o centro,<br />como resultado de usuários que os fazem funcionar, em um<br />processo de construção e utilização da inteligência coletiva.<br />(O’Relly, 2005:11).<br />Já no que diz respeito à arquitetura da participação, O’Reilly<br />(2005:11) afirma que: “Alguns sistemas são projetados de forma a<br />encorajar a participação. E esses sistemas ficam melhores quanto<br />mais pessoas os utilizam.<br />Na definição de O’Reilly (2005:11): “as companhias Web 2.0<br />programam padrões para agregar dados do usuário e gerar valor<br />como um efeito paralelo ao uso comum do aplicativo”. Por isso, a<br />arquitetura da participação tem um aspecto importante para o<br />sucesso do software de código aberto.<br />O’Relly (2005:13) explica que:<br />Cada um desses projetos tem um pequeno centro – mecanismos<br />de extensão bem definidos – e uma abordagem que permite que<br />qualquer componente seja adicionado por qualquer usuário,<br />aumentando as camadas externas, daquilo que Larry Wall, se<br />refere como a cebola.<br />4 SorceForge.net.<br />52<br />Então é possível entender que as tecnologias utilizadas mostram<br />os efeitos de rede simplesmente pelo modo como foram projetadas.<br />E que os usuários agregam valor na medida em que eles<br />acrescentam seus próprios dados àqueles que já foram fornecidos,<br />e quanto maior o envolvimento dos usuários, maior será o valor do<br />aplicativo. No entanto, é necessário que o design da web 2.0 crie<br />padrões para agregar dados de usuário como efeito colateral ao<br />uso do aplicativo (O’Reilly, 2005: 28).<br />Para a formação da inteligência coletiva, a web 2.0 conta com seus<br />chamados filhotes, os quais proporcionam uma boa interatividade<br />com os usuários, e segundo Cipriani (2006:22): “a rede mundial de<br />computadores nos traz uma excelente fonte de informação com sua<br />numerosa variação étnica e cultural independentes.”<br />2.1.1 Filhotes da Web 2.0 e o seu potencial para a formação<br />da inteligência coletiva<br />São infinitas as possibilidades dos assuntos que podem ser<br />abordados através da web 2.0 e seus filhotes. Neste estudo<br />chamamos de filhotes os sites que tornaram a colaboração e a<br />participação um dos aspectos mais importantes da web 2.0, os<br />quais são retratados abaixo.<br />2.1.1.1 Chats<br />O Chat, que também é conhecido como sala de bate papo,<br />funciona como um fórum online, no qual os participantes<br />conseguem se comunicar em tempo real, dentro de um mesmo<br />ambiente. A dinâmica de funcionamento de um chat, de acordo<br />com Spyer (2007:77) “é parecida com a das mesas de bar, onde<br />53<br />muitas pessoas conhecidas ou não entre si, falam e escutam<br />conversas distintas simultaneamente”.<br />Geralmente as conversas acontecem entre duas pessoas, no<br />entanto é possível que mais indivíduos participem das conversas<br />online. Nas salas de bate papo da UOL5, por exemplo, é possível<br />fazer a opção para que o diálogo aconteça reservadamente, assim<br />somente as pessoas envolvidas no diálogo podem ler as<br />mensagens.<br />As primeiras salas de bate papo (chats) permitiam apenas as<br />mensagens escritas, mas a ferramenta foi evoluindo e hoje já é<br />possível, de acordo com Spyer (2007: 40): “a publicação de<br />imagens, de áudio e mesmo de vídeo transmitido por webcans,<br />recursos utilizados comercialmente para reuniões, conferências,<br />treinamentos e cursos à distância”.<br />2.1.1.2 Comunicadores Instantâneos<br />Segundo Spyer (2007:43): “chamaremos de comunicador<br />instantâneo ou comunicador, a ferramenta genérica”.<br />O conceito do comunicador instantâneo é parecido com o do email.<br />Ambos necessitam de um programa de instalação para gerenciar o<br />fluxo de informação, sendo possível que o usuário registre seus<br />contatos. Esse programa permite que o usuário forneça<br />informações através do status, como: disponível, ausente,<br />ocupado, em horário de almoço. Dessa forma, os amigos não se<br />sentem constrangidos para iniciar uma conversa (SPYER,<br />2007:78).<br />Os programas para comunicação instantâneas mais populares<br />atualmente, segundo Spyer (2007:44) são: “Qnest, MSN<br />5 Universo on line<br />54<br />Messenger, AOL Instant Messenger, Yahoo!, Skype, Google Talk,<br />Net Messenger Service, Jabber, QQ, iChat e ICQ”.<br />No Brasil, o comunicador instantâneo mais conhecido é o<br />Messenger (MSN). No entanto, Messenger é o nome do produto<br />que a Microsoft lançou para essa finalidade<br />2.1.1.3 Fóruns e listas de discussâo<br />Os fóruns e as listas de discussão são ferramentas que permitem a<br />participação e a colaboração, além de organizar um conteúdo que<br />deixem as discussões em evidência. Eles dispensam a presença<br />simultânea de quem recebe a mensagem, para que a comunicação<br />se estabeleça. Além disso, possuem muitos nomes, tais como:<br />mural de discussão, fórum de discussão, web fórums, discussion<br />boards ou simplesmente fóruns. (SPYER, 2007:88).<br />O fórum cumpre a função de comunicação grupal, pois facilita que<br />a audiência troque pontos de vista e opiniões a partir dos anúncios<br />colocados.<br />De acordo com Spyer (2007:48), “o mural estabelece hierarquias<br />para ordenar a informação. Existe a parte superior definida pelos<br />responsáveis pela ferramenta, e as áreas inferiores onde os<br />participantes se encontram para trocar mensagens”<br />Colocar uma mensagem num fórum é como escrever um e-mail;<br />existem os campos: título, autor e texto. Mas, de acordo com Spyer<br />(2007:49) “ao invés dessa informação ser transmitida para a caixa<br />postal de pessoas previamente definidas, a discussão do mural fica<br />disponível à comunidade de usuários”.<br />Já as listas de discussão são facilitadoras da colaboração online, e<br />utilizam o email como fonte de distribuição. De acordo com Spyer<br />(2007:50), “o conceito é parecido com o da mala direta, onde uma<br />55<br />relação de endereços serve para se enviar a mesma informação a<br />um grupo de pessoas.”<br />A mensagem parte de um lugar para muitos outros. A lista funciona<br />como um refletor de mensagens eletrônicas, que geram um<br />endereço de email para cada grupo criado, permitindo aos<br />participantes mandar mensagens para os integrantes da lista de<br />discussão (SPYER, 2007:88).<br />Existem serviços gratuitos para a criação de listas ou grupos, por<br />exemplo: Yahoo!, Google e Hotmail, que permitem ao criador<br />definir como o refletor irá funcionar. Pode ser da seguinte forma:<br />somente o moderador tem permissão de enviar conteúdo, ou pode<br />ser aberta, o que autoriza que qualquer participante envie emails.<br />2.1.1.4 Wikipédia<br />A ferramenta wiki gera páginas na internet, as quais podem ser<br />alteradas de forma simples e rápida, diretamente pelo browser,<br />representando uma solução eficiente para a escrita colaborativa. O<br />maior wiki em funcionamento hoje é www.wikipedia.org, que<br />utiliza o programa MediaWiki. (SPYER, 2007:65)<br />De acordo com SPYER (2007:57): “não é por acaso que a palavra<br />wiki vem da expressão havaiana ‘wiki wiki’, que poder ser traduzida<br />informalmente para o português como ‘rapidinho’, no sentido de ser<br />uma coisa sem complicações”.<br />É correto pensarmos em wiki, de acordo com Mattar (2007:102),<br />como:<br />(...) um software colaborativo que permite a<br />edição coletiva dos documentos de uma<br />maneira simples. Em geral não é necessário<br />registro, e todos os usuários podem incluir,<br />alterar ou até excluir textos, sem que haja<br />56<br />revisão antes de as modificações serem<br />aceitas(...)<br />Geralmente as pessoas possuem dúvidas com relação a esse<br />ambiente. Por ser um ambiente aberto é possível que alguém<br />possa vir a apagar algo importante ou mesmo todo o conteúdo. No<br />entanto, a estratégia adotada pelo wiki, nesse caso, é gravar as<br />últimas revisões, além de deixar disponível todo o histórico da<br />página.<br />Atualmente existem inúmeras ferramentas disponíveis para a<br />criação e o gerenciamento dos ambientes wiki, dentre os quais:<br />Wikispaces, Wetpaint, Mídia Wiki (MATTAR, 2007:46).<br />2.1.1.5 You tube<br />É um site na internet que permite que seus usuários carreguem,<br />assistam e compartilhem vídeos em formato digital. Foi fundado em<br />fevereiro de 2005, por três pioneiros do PayPal, um famoso site da<br />internet ligado a gerenciamento de doações.<br />O YouTube utiliza o formato Macromedia Flash, para disponibilizar<br />o conteúdo. É o mais popular site do tipo, devido à possibilidade<br />de hospedar quaisquer vídeos (exceto materiais protegidos por<br />copyright, apesar de este material ser encontrado em abundância<br />no sistema). Hospeda uma grande variedade de filmes, video-clipes<br />e materiais caseiros. O material encontrado no YouTube pode ser<br />disponibilizado em blogs e sites pessoais, através de mecanismos<br />(APIs) desenvolvidos pelo site.<br />De acordo com Mattar (2007:118), “existem outros serviços além<br />do You tube, como por exemplo o Google Vídeo, que permite<br />download de quase todos os vídeos, e o Teacher Tube, voltado<br />para vídeos instrucionais”.<br />2.1.1.6 Agregadores de conteúdo<br />57<br />Do inglês content syndication (sindicar conteúdo), significa utilizar o<br />serviço de uma empresa para distribuir o produto de um autor para<br />diversos meios de comunicação. Ou seja, trata-se de uma reunião<br />comercial de produtos editoriais para que sejam divulgados em<br />diversos locais. De acordo com SPYER (2007:63), “desde 2001<br />grandes veículos de mídia adotaram essa tecnologia, permitindo ao<br />internauta uma experiência de navegação personalizada ao<br />acessar a Web”.<br />Isso pode ser efetivado com a utilização de um agregador. O<br />internauta pode assinar o conteúdo dos sites preferidos e, sempre<br />que acessar a rede, seu computador importa as atualizações,<br />montando um informativo sob medida. Mas para que a distribuição<br />funcione, é necessário ter um disponibilizador de conteúdo,<br />também chamado de feed e um arquivo para fornecimento de<br />informação, que lista uma linguagem de sistema o conteúdo<br />oferecido pelo site. (SPYER, 2007:87).<br />Os agregadores, de acordo com Spyer (2007:63), “são programas<br />independentes que podem ser instalados no leitor de e-mail ou em<br />browsers como o Mozilla Firefox e o Internet Explorer a partir da<br />versão 7. Pelo browser, o usuário identifica a existência do serviço<br />por meio de ícones específicos, como .”<br />2.1.1.7 Folksonomia<br />É um sistema de etiquetas eletrônicas que permite aos integrantes<br />de comunidades categorizarem o conteúdo compartilhado. De<br />acordo com Spyer (2007:66): “folksonomia – neologismo formado<br />por folk (gente, povo) e taxonomia (ciência ou técnica de<br />classificação). Funciona a partir de ferramentas que dão às<br />comunidades o poder de indexar o conteúdo que consideram<br />relevantes na web”.<br />58<br />No entanto, podemos pensar em folksonomia como a classificação<br />direta dos recursos da internet pelos próprios usuários, que<br />acontecem geralmente dentro de ambientes sociais e que utilizam<br />etiquetas digitais (tags). Porém, ela depende da participação<br />maciça dos usuários e está relacionada à utilização de uma<br />ferramenta que exija pouco esforço e que renda benefícios.<br />(SPYER, 2007:50).<br />Spyer (2007: 68), nos mostra claramente um exemplo de<br />folksonomia:<br />O sistema convida o internauta a descrever o que está armazenado<br />por meio de etiquetas digitais (tags) que são palavras-chaves<br />indicando os assuntos relacionados àquela informação. Por<br />exemplo: as tags para o site do The New York Times podem ser<br />“jornal”, “mídia”, “diário” “notícias” e “nova york”.<br />2.1.1.8 Redes Sociais<br />As redes sociais propiciadas pela web 2.0 é uma contribuição muito<br />importante para o fortalecimento da inteligência coletiva. O<br />potencial das redes de relacionamento, para a construção da<br />inteligência coletiva, é uma das marcas da web 2.0. Mattar<br />(2007:80) afirma que as redes sociais:<br />(...) propiciam o estudo em grupo, oferecendo mecanismos para<br />comunicação com outros usuários, tais como fóruns, chats, e-mail,<br />recados ou mensagens instantâneas. Possibilitam também<br />identificar pessoas que possuem interesses similares aos nossos e<br />assim, criar uma rede por afinidades (...)<br />As redes sociais também favorecem a colaboração e a participação<br />e ainda permite que pessoas com os mesmos interesses comuns<br />se encontrem. Os sites de relacionamento deixaram de ser apenas<br />sites onde as pessoas se cadastravam com as suas características<br />59<br />com o intuito de arrumar um namorado ou namorada. De acordo<br />com Spyer (2007:71): ”Esse conceito evoluiu para atender à<br />demanda por relacionamento em outros níveis como o profissional<br />e o social, ou ainda por temas de interesse específico”.<br />As novas redes sociais oferecem uma forma para as pessoas<br />conseguirem reconstruir, pela internet, sua rede de familiares,<br />amigos e conhecidos. O programa funciona como uma agenda de<br />endereços, na qual cada usuário cria seu perfil, preenchendo um<br />formulário e a partir daí, procura conhecidos que também estejam<br />cadastrados no sistema. De acordo com Spyer (2007:71):<br />(...) na medida em que você encontra essas<br />pessoas, pode convidá-las a fazer parte da sua<br />rede de contatos, que funciona como uma<br />caderneta de endereços: uma relação de<br />nomes de conhecidos e suas informações<br />pessoais, com a diferença de que essas<br />cadernetas se interconectam, permitindo que<br />uma pessoa explore a lista de conhecidos de<br />outra.<br />A rede social mais conhecida no Brasil é o orkut, e fora do Brasil é<br />o MySpace, que oferece uma interface que agrega vários<br />conteúdos como: perfis, blogs, MP3, vídeos e fotos. No entanto,<br />existem outras redes de relacionamentos, como o Facebbok, que<br />de acordo com Mattar (2007:108): “é uma rede de relacionamentos<br />voltada especificamente para estudantes de nível superior”.<br />Existe ainda o Elgg, que é uma rede social voltada para a<br />educação e que oferece a cada aluno o seu próprio blog, seu<br />repositório de arquivos, um profile on-line e um leitor de RSS, com<br />graus diferenciados de privacidade. E o LinkekIn, que é uma rede<br />voltada para contatos profissionais (MATTAR, 2007:56).<br />2.1.1.9 Second Life<br />60<br />Existem algumas denominações para o Second Life, dentre elas:<br />realidade virtual, mundo cibernético ou ambiente virtual. Mas<br />acordo com o especialista em Second Life, professor Carlos<br />Valente (2007:155): “é um conjunto de tecnologias que, quando<br />combinadas, fornecem uma interface para um mundo<br />tridimensional gerado por computador, de tal forma que o usuário<br />acredita estar realmente nesse mundo, e intuitivamente passa a<br />interagir com esse ambiente imersivo e dinâmico”.<br />A principal característica do Second Life é a sua interface<br />tridimensional, pois propicia a realidade virtual. Existe inclusive um<br />novo termo que está sendo usado para definir essa interface, o<br />metaverso, que é sinônimo de universo digital. (MATTAR, 2007:32).<br />O Second Life é a evolução do jogo The Sins. E o criador dessa<br />ferramenta é Philip Rosedale, através da sua empresa Linden Lab.<br />A princípio, a idéia era relacionar muitas pessoas do mundo,<br />através de uma interface semelhante ao The Sins. (MATTAR,<br />2007:45)<br />Essa rede social difere do Orkut, pois além de possuir o caráter<br />tridimensional, as pessoas também podem nadar e criar o seu<br />avatar, que é a representação gráfica do residente, nome<br />designado aos freqüentadores desse ambiente. Mas a palavra<br />avatar tem origem hindu e não em termos técnicos de informática.<br />De acordo com Mattar (2207:156): “significando em sânscrito a<br />transfiguração de um ser divino ao corpo humano, a rencarnação<br />de um deus e sua descida à Terra”.<br />Existem duas variáveis que fizeram a diferença no Second Life.<br />Uma dela foi o processo de criação de objetos e a outra foi a forma<br />de negociação no mundo virtual. De acordo com Mattar (2007:157):<br />61<br />Qualquer um, com conceitos básicos de design gráfico, consegue<br />construir objetos. O programa oferece, embutido nele, ferramental<br />para isso. Através dos prims, objetos primários podem ser<br />agrupados, cortados e rotacionados, permitindo, com criatividade,<br />criar praticamente qualquer coisa no Second Life.<br />Atualmente, grandes empresas já possuem alguma construção em<br />ilhas do Second Life. Até mesmo experiências nacionais já estão<br />sendo realizadas: a Petrobrás realizou uma reunião profissional,<br />agregando seus funcionários distribuídos pelo Brasil.<br />62<br />3 BLOG<br />“(...) vivemos em uma nova era. Uma era de constante formação de<br />opinião que potencializam ainda mais a voz das pessoas. A era dos<br />blogs” (CIPRIANI, 2006).<br />Blog é o uso reduzido da palavra weblog, que é a junção de web +<br />blog, no sentido de nós blogamos. É um registro publicado na<br />internet com relação a algum assunto organizado de forma<br />cronológica. (CIPRIANI, 2006:07; MATTAR, 2007:87).<br />Ordunã (2007:02) apresenta uma definição clara, na qual coloca<br />que:<br />Weblogs ou blogs são páginas pessoais da<br />web que, à semelhança de diários on-line,<br />tornaram possível a todos publicar na rede. Por<br />ser a publicação on-line centralizada no usuário<br />e nos conteúdos, e não na programação ou no<br />design gráfico, os blogs multiplicaram o leque<br />de ações dos internautas, de levar para a rede<br />conteúdos próprios sem intermediários,<br />atualizados e de grande visibilidade para os<br />pesquisadores.<br />O blog é uma página de internet fácil de implementar e colocar no<br />ar. Possui uma interface agradável e simples de usar, o que facilita<br />a utilização para qualquer pessoa que não saiba os segredos da<br />programação web. De acordo com Cipriani (2006:30) um blog é<br />“um diário virtual, um palanque aberto, um espaço colaborativo, um<br />63<br />ambiente para discutir política, uma vitrine de notícias superrecentes,<br />uma coleção de links, seus pensamentos, pessoas, ou<br />aquilo que você desejar”.<br />3.1. História e Estrutura do blog<br />No início da www, existia uma série de obstáculos que se<br />interpunham entre o usuário médio e a publicação de conteúdos on<br />line: a codificação das páginas através de editores de HTML, sua<br />composição mediante os programas de design gráfico e sua<br />publicação em servidores web, com aplicações de transferência de<br />arquivos (FTP). Tanto os serviços de edição quanto os de<br />publicação de blogs, como Blogger, Blogia, Blogalia e Bitacorae,<br />resolvem de modo simples e intuitivo esses obstáculos técnicos e<br />permitem que o usuário se concentre na tarefa de elaborar<br />conteúdos, tornando-a tão fácil quanto o uso de e-mails.<br />(CIPRIANI, 2006:58).<br />Considera-se que o primeiro blog tenha sido a página What’s new<br />in ’92, publicada por Tim-Berners Lee, a partir de janeiro de 1992,<br />para divulgar as novidades do projeto World Wide Web. (ORDUNÃ,<br />2007:32).<br />No início de 1999, o surgimento dos primeiros serviços de edição e<br />publicação de blogs, como o Pita e o Blogger, contribuíram para a<br />popularização dos mesmos. (ORDUNÃ, 2007:33).<br />Inicialmente, a base dos blogs foram os links com um breve<br />comentário, um registro (log) da navegação na web. E Pelo fato de<br />os blogs serem interconectados por links, os blogueiros se lêem<br />constantemente, fazendo links e referências uns aos outros, em<br />64<br />seus textos, formando assim uma comunidade ou rede social<br />(SPYER, 2007:60; ORDUNÃ, 2006:21).<br />Com relação à interconecção dos blogs, Ordunã (2006:22) afirma<br />que:<br />O principal elemento de um blog são as<br />anotações (posts), ordenadas segundo a<br />cronologia inversa (com as mais recentes<br />primeiro), em que cada uma possui um<br />endereço URL permanente (permalink ou link<br />permanente, o que facilita sua conexão a partir<br />de sites externos. As histórias podem ser<br />arquivadas cronológica (por meses e anos) e<br />tematicamente (por categorias) e é possível ter<br />um buscador interno para tornar sua<br />localização mais fácil. A maior parte dos blogs<br />traz uma seleção de conexões (blogroll) que<br />reúne os sites lidos ou pelo menos<br />recomendados pelo autor e alguma referência<br />pessoal (about) que, com o título e a descrição<br />do blog, ajudam o leitor a situá-la.<br />Em agosto de 1999, o surgimento de um dos primeiros serviços de<br />edição e publicação de blogs, o Blogger, fez o panorama do meio<br />mudar, o que contribuiu para a sua popularização. (ORDUNÃ,<br />2007:45).<br />O Blogger é um serviço para fazer a publicação de blogs de forma<br />mais simplificada. O usuário não tem que escrever nenhum código<br />ou preocupar-se com instalação de programas em servidores, ou<br />scripts. Assim, qualquer pessoa pode postar um conteúdo num<br />blog, recurso antes restrito a quem conhecesse a linguagem HTML.<br />O não conhecimento dessa linguagem não impede o usuário de<br />mudar o visual do seu blog.<br />Essa facilidade em elaborar conteúdos, levou o blog a ser<br />considerado uma vedete, dentre as ferramentas colaborativas,<br />65<br />apesar de ser frequentemente associado ao usuário adolescente.<br />No entanto, segundo Spyer (2007:52) podemos considerar que “o<br />blog se elevou à uma condição de ferramenta de articulação social<br />e essa condição só emergiu no final dos anos 1990, e começou a<br />receber projeção a partir de 2001”.<br />Alguns acontecimentos importantes marcaram a rápida evolução<br />dos blogs, pois serviram de ferramentas para que as pessoas<br />expressassem suas opiniões sobre determinados assuntos. Um<br />exemplo foi o atentado terrorista de 11 de setembro, nos Estados<br />Unidos. As pessoas estavam sedentas de informações com relação<br />ao fato ocorrido e a grande mídia não era capaz de informar o<br />público com precisão.<br />Ordunã (2007:47) afirma que:<br />Os atentados de 11 de setembro, a Guerra do<br />Iraque e a campanha presidencial dos Estados<br />Unidos, assim como o desastre do Prestige, as<br />eleições catalãs e gerais na Espanha e os<br />atentados de 11 de março, ressaltaram a<br />importância informativa dos blogs como fontes<br />complementares, alternativas e críticas diante<br />da mídia tradicional. As credenciais concedidas<br />aos blogueiros, durante as convenções<br />democrata e republicana de 2004, nos Estados<br />Unidos, assinalam um ponto de singular<br />importância no processo de reconhecimento<br />dos blogs, como atores midiáticos.<br />Assim, os blogs passaram a exercer um papel de divulgador e<br />formador de opiniões, além de catalisadores de notícias e de fatos<br />importantes. É um poderoso canal de troca de informações e<br />também de disseminação dessa própria informação.<br />De acordo com Cripiani (2006:77),<br />66<br />(...) contando com uma rede mundial de<br />milhões e milhões de blogs, que cresce em<br />ritmo assustador, tudo que é considerado<br />interessante consegue se espalhar de um<br />modo fenomenal, por meio dos links. É uma<br />versão instantânea do uso de e-mails para<br />espalhar piadas, fotos, vídeos engraçados ou<br />notícias verdadeiras ou falsas. Da noite para o<br />dia, uma pessoa desconhecida pode se tornar<br />uma celebridade no mundo virtual, basta a<br />idéia se auto-vender, que os blogueiros fazem<br />o resto.<br />A blogosfera, até o ano de 2007, era composta por<br />aproximadamente 37 milhões de blogs6. De acordo com a<br />Tecnhorati, site especializado em medir a blogosfera, o total de<br />blogs dobra a cada cinco meses. Esse mesmo site afirma ter<br />catalogado mais de 27 milhões de blogs. Desse total, após três<br />meses de operação, 13,7 milhões de blogs se mantêm ativos e a<br />grande maioria desse conteúdo é composta por artigos pessoais e<br />diários.<br />Para a melhor compreensão desse fenômeno, estudaremos a<br />blogosfera.<br />3.2 Blogosfera<br />A blogosfera pode ser definida como o universo e a cultura dos<br />blogs. É um sistema complexo, autoregulado, extraordinariamente<br />dinâmico e especialmente perceptível à informação que produz os<br />meios tradicionais, em particular no que se refere a assuntos<br />políticos e tecnológicos. (ORDUNÃ, 2007).<br />A blogosfera funciona por meio dos links a sites externos que faz e<br />dos links e comentários que recebe, cada blogueiro entra em uma<br />comunidade ou “vizinhança” composta por esses veículos comuns<br />6 Fonte Technorati<br />67<br />e pela familiaridade que adquire com seu grupo de<br />referencia”(ORDUNÃ, 2007:47).<br />Devido a essa familiaridade e aos links, geralmente o conteúdo<br />postados nos blogs passa por uma observação e por julgamentos<br />constantes, colaborando para a formação e para o aperfeiçoamento<br />dos conteúdos.<br />A blogosfera exerce variadas funções; funciona como um filtro<br />social de opiniões e notícias, um sistema de alerta prévio para as<br />mídias, um sistema de controle e de crítica dos meios de<br />comunicação, um fato de mobilização social, um novo canal para<br />as fontes convertidas em mídias, um novo formato aplicável às<br />versões eletrônicas dos meios tradicionais para as coberturas<br />extensas, catástrofes e acidentes, um enorme arquivo que opera<br />como memória da web, o alinhamento privilegiado e sua alta<br />densidade de links de entrada e de saída e, finalmente, a grande<br />conversação de múltiplas comunidade cujo objetivo comum é o<br />conhecimento compartilhado (ORDUNÃ, 2007:14).<br />Ordunã (2007:15) ainda credita que:<br />A blogosfera é considerada um bom sistema<br />para se medir o pulso da opinião dominante na<br />internet sobre quase qualquer tema e, por sua<br />vez, se converteu em um indicador de<br />relevância das notícias e opiniões publicadas<br />pelas versões eletrônicas dos meios de<br />comunicação tradicional. Ela está se<br />convertendo em um sistema de controle e<br />crítica dos meios tradicionais e na caixa de som<br />da opinião política da rede.<br />Para avaliar o que acontece na blogosfera existe o Technorati,<br />que é um agregador de blogs da internet. Trata-se de um serviço<br />popular da internet, que oferece aos usuários a possibilidade de<br />apresentar sua página pessoal, além de se manter informado<br />acerca das tendências ditadas por blogueiros do mundo inteiro. O<br />68<br />site oferece uma ferramenta de busca, a atualização é constante e<br />periodicamente são apresentados relatórios com informações sobre<br />o crescimento da blogosfera.<br />Os blogs produzem comunidades ativas e comprometidas que, com<br />a interatividade, a hipertextualidade e a multimidialidade, são<br />ligadas aos meios tradicionas na era digital (ORDUNÃ, 2007:16).<br />3.3 O Blog hoje<br />As pessoas estão mudandos seus hábitos no que diz respeito à<br />obtenção de informação. De acordo com Hewitt (2006:14), “isso<br />aconteceu muitas vezes antes: com o aparecimento da imprensa,<br />depois do telégrafo, do telefone, do rádio, da televisão, da internet).<br />E agora, com a blogosfera. Houve um aumento na quantidade de<br />blogs, a partir dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001<br />(SPYER, 2007:15).<br />Atualmente além de entreter , os blogs tão são ferramentas<br />poderosas de trabalho e de educação, inclusive é uma ferramenta<br />para se ganhar dinheiro (SPYER, 2007:17).<br />Uma das características básicas do blog , de acordo com Ordunã<br />(2007:07):<br />(...) é que ele consegue fazer com que o<br />processo de publicação na rede seja quase<br />completamente transparante e praticamente<br />simultâneo a esrita. Essas características se<br />traduzem na informalidade, na espontaneidade<br />e no caráter pessoal, às vezes íntimo, do estilo<br />dominante nos blogs.<br />Hoje, a importância relativa dos blogs em relação a outros meios de<br />comunicação tem menos a ver com o número de visitas e<br />quantidade de comentários por história e mais com a sua influência<br />69<br />potencial ou centralidade, ou seja, a média ponderada de links de<br />entrada e de saída que lhes confere alta visibilidade diante dos<br />buscadores e da blogosfera (ORDUNÃ, 2007:28).<br />Assim como na televisão e no rádio, nos quais existem muitos<br />programas ruins, na blogosfera também existem. No entanto, há<br />blogs relevantes e famosos, naturalmente em menor número.<br />Existem pessoas de opinião que estão continuamente gerando<br />material interessante, algumas delas já se tornaram celebridades,<br />como é o caso dos blogueiros da revista época, que todos os dias<br />trazem notícias novas<br />(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,15293,00.html).<br />O agregador de blog mais antigo em atividade é Technorati, lá é<br />possível um ranking da blogsfera mundial por links ou por favoritos,<br />além de ser possível saber quais são as músicas, vídeos, filmes,<br />games, dvds e notícias mais linkados nas últimas 48 horas.<br />Também é possível acompanhar quem está linkando seu blog ou<br />um post específico e pesquisar posts e blogs sobre determinados<br />assuntos.<br />Aqui no Brasil existe o BlogBlogs, que fornece o ranking por links e<br />por favoritos, com a vantagem de aparecem apenas os blogs<br />brasileiros. O BlogBlogs e o Technorati são fontes de<br />pesquisa para entender a blogosfera e servem como termômetro<br />de popularidade.<br />3.4 Criação do blog<br />Como vimos nos capítulos anteriores a Web 2.0 facilitou o acesso à<br />criação dos blogs, pois dispensa o conhecimento das linguagens<br />de programação como HTML, PHP, SQL, ou qualquer outra<br />70<br />relacionada com páginas web e banco de dados. A abordagem<br />será na alimentação do blog e nos aspectos técnicos para a sua<br />criação.<br />O primeiro passo para a construção de um blog é procurar as<br />ferramentas mais adequadas e verificar quais as maneiras de<br />alojá-lo na internet. Existem duas formas para hospedagem ou<br />alojamento dos blogs:<br />- Blogs em serviços de hospedagem específicos, nos quais o blog<br />fica hospedado em servidores, podendo este serviço ser pago ou<br />gratuito. Toda a parte técnica de desenvolvimento do software do<br />blog e o banco de dados ficam sob responsabilidade do provedor.<br />- Blogs em servidores próprios ou alugados, nos quais os blogs<br />ficam hospedados em um servidor web da empresa (que pode ser<br />propriedade dela ou então alugado para esse fim). Porém, além do<br />servidor, é necessário possuir um software (script) de blogs<br />instalado. O script pode ser gratuito ou pago e pode ser chamado<br />também de CMS (Content Management System) ou de plataforma<br />de publicação (CIPRIANI, 2006:58).<br />3.4.1 CMS – Software para Blogs<br />CMS é a sigla de Sistema de Gerenciamento de Conteúdo. É uma<br />ferramenta que permite ao usuário gerar, de maneira dinâmica, os<br />elementos que fazem parte de um site, desde a criação de páginas,<br />a redação, o design, os arquivos, até as licenças.<br />De acordo com Ordunã (2006:102): “as empersas que fazem parte<br />dessa categoria dedicam-se a desenvolver o software que gerencia<br />os blogs e que podem ser soluções baseadas na web, as quais os<br />usuários simplesmente utilizam e em poucos minutos têm um blog<br />pronto e gratuito”.<br />71<br />Em 1999, surgem os primeiros serviços específicos para blogs, que<br />são baseados na fórmula : CMS e hospedagem gratuita. A partir<br />daí, qualquer pessoa pode ter um blog, pois não precisa mais<br />conhecer a linguagem do Dreamweaver e do Front Page; basta<br />apenas saber manusear a Internet. A gratuidade e as interfaces<br />amigáveis e rápidas fizeram com que o número de blogs se<br />multiplicasse em pouco tempo.(ORDUNÃ, 2007:32).<br />O Livejournal foi o primeiro serviço voltado exclusivamente para<br />blogs. Foi criado por Brad Fitzpatrick, americano e estudante de<br />ciência da computação. O principal intuito de Fitzpatric era de se<br />comunicar com seus amigos de Portland e Seattle em pouco<br />tempo. A manutenção do sistema demandou esforços que gerou a<br />ajuda desinteressada de voluntários, para a sua consolidação. Em<br />27 de agosto, Fitzpatric fundou a companhia Bradfitz Inc,<br />denominada em agosto de 2002, Danga Interactive. Em janeiro de<br />2005, a Six Apart comprou a Danga, tornando o LiveJournal sua<br />terceira ferramenta de publicação, juntamente com o Movable Type<br />e Typepad (ORDUNÃ, 2007:14).<br />O LiveJournal possuía algumas características de um blog, como a<br />ordem cronológica inversa. Depois começaram a aparecer alguns<br />acessórios, também conhecidos por emoticons, que tinham a<br />finalidade de expressar o estado de humor do autor. Depois foram<br />acrescentados comentários, enquetes, fóruns, e outras aplicações<br />que fizeram do LiveJournal uma ferramenta social moldada.<br />O Pitas foi inaugurado em julho de 1999 e seu criador foi o<br />canadense Andrew Smales. Pela história oficial, ele é considerado<br />o primeiro serviço que possibitou a criação dos blogs. No entanto, o<br />LiveJournal surgiu quatro meses antes (ORDUNÃ, 2007:11).<br />72<br />A principal característica do Pitas é a estabilidade. O registro de<br />quedas do servidor é mínimo (ORDUNÃ, 2006:18) a sua página é<br />bem simples, tanto na parte inicial quanto na de acessos, e o<br />número de usuários totais e ativos não é conhecido.<br />O Blogger foi lançado pela Pyra Labs, em 1999, em São<br />Francisco. Os fundadores foram Matthew Haughey, Evan Williams,<br />Meg Hourihan e Paul Bausch. A Pyra Labs, era uma pequena<br />empresa de software e criou essa aplicação web para uso interno,<br />com o intuito de gerenciar o cotidiano da empresa (evolução dos<br />projetos, agenda de contatos, lista de assuntos pendentes, etc).<br />Hoje é conhecido no mundo como um serviço que oferece<br />ferramentas para os indivíduos publicarem textos na internet<br />(ORDUNÃ, 2007:41).<br />A ferramenta blogger é um serviço para fazer a publicação de blogs<br />mais facilmente. O usuário não precisa escrever código ou<br />preocupar-se com instalação de programas em servidores ou<br />scripts, além de permitir que o usuário mude o visual do seu blog.<br />O Blogger permite a hospedagem de blogs em seu BlogSpot, que é<br />o servidor do usuário via FTP.<br />O Blogger apresenta páginas mais bem apresentadas do que seus<br />primeiros concorrentes, como a opção de exportar o blog para um<br />domínio e a simplicidade das telas iniciais. Problemas como<br />interrupções frequêntes no servidor foram solucionados quando o<br />Google entrou no negócio. Ordunã (2007:27) afirma:<br />O google contribuiu com sua infra-estrutura, fez<br />que o Blogger Pro desaparecesse, e uma<br />versão com alguns extras foi colocada no ar em<br />janeiro de 2002, para amortizar a ascensão de<br />outros serviços. Para o financiamento do<br />serviço, o Google apostou na inclusão de<br />publicidade no cabeçalho de todos os blogs.<br />73<br />Após a entrada do Google, o Blogger implantou o sistema de<br />comentários e um perfil público de cada autor, socializando a<br />interação da ferramenta, além de páginas individuais para cada<br />post. Ordunã (2007:28) afirma que “apesar de não ter incluído o<br />arquivo por categorias, outra solicitação clássica, o Blogger passou<br />por uma renovação completa, recuperando seu prestígio”.<br />Já o Wordpress é um sistema de gerência de conteúdos na web,<br />escrito em PHP e com banco de dados em MySQL, especialmente<br />para a criação de blogs. Foi criado a partir do b2/cafelog, por Ryan<br />Borem e Matthew Mullenweg. É distribuído sob a GNU (General<br />Public License) com o objetivo de criar um sistema operacional<br />totalmente livre, o qual qualquer pessoa pode utilizar e distribuir<br />sem ter que pagar pelo uso.<br />Normalmente, as soluções prontas para instalação são bastante<br />fáceis de configurar, porque fazem quase tudo automaticamente<br />para o usuário: criam o banco de dados, preenchem uma série de<br />configurações automaticamente, mas consultam passo a passo nos<br />procedimentos para estabelecer o funcionamento do blog.<br />(CIPRIANI, 2006:49).<br />3.5 Principais Funcionalidades<br />Para a criação de um blog é necessário que conheçamos suas<br />principais funcionalidades. Cipriani (2006:96) nos apresenta<br />algumas delas:<br />Comentários: Todo blog deve ter a abertura de um link para<br />comentários, no final do post. É por intermédio desse link que o<br />leitor poderá interagir com o autor. Inclusive em algumas soluções<br />existe a opção de moderação dos comentários, impedindo, dessa<br />forma, que seja colocado algum comentário indesejado.<br />74<br />Categorias: Cada post realizado deve ser classificado dentro de<br />uma categoria, para que o leitor ache a informação que procura.<br />Feeds: O feeds ou Atm é importante para que seus leitores<br />possam ter acesso com facilidade, aos posts e lê-los no software<br />agregador.<br />Lista de links: É uma lista de links para blogs, que o autor<br />acompanha e recomenda.<br />Layout: Algumas plataformas permitem alterar a aparência do<br />blog. As empresas de hospedagem podem liberar o uso de<br />templates, os quais podem ser encontrados na internet.<br />Calendário: Mostram os dias do mês corrente e os dias em que<br />ocorreram posts.<br />Arquivo: Por meio de links, é possível navegar por todos os post<br />que ocorreram.<br />De acordo com Cipriani (2006:97):<br />“Sempre existem outros tipos de<br />funcionalidades que podem ser incluídos<br />e são criados a todo o momento na<br />blogosfera, como envio de post para email,<br />assinatura de posts, link para<br />impressão, selo e banner de<br />propagandas, espaço para anúncios, e<br />muitos outros.”<br />3.6 Tipos de Blogs<br />Os blogs se dividem em Pessoal e Coorporativo.<br />Os pessoais são de uso individual, algumas vezes utilizados como<br />diários ou como veículo de informação, de acordo com o gosto<br />pessoal e a profissão do blogueiro.<br />75<br />Os blogs corporativos são usados por membros de uma<br />determinada empresa, os quais escrevem sobre a rotina da<br />organização e sobre o lançamento de novos produtos, dentre<br />outros assuntos. É também um canal de comunicação entre os<br />clientes. Ter um blog significa, para a empresa, proximidade com<br />clientes, futuros clientes, parceiro de trabalho e fornecedores.<br />(CIPRIANI, 2007:15)<br />3.6.1 Blog Pessoal<br />Pela simplicidade, custo zero e uma interface amigável, qualquer<br />pessoa com conhecimentos mínimos de web pode colocar um blog<br />no ar. Os assuntos que podem ser abordados são infinitos e<br />depende da criatidade do indivíduo.<br />Na blogosfera existem blogs relevantes e famosos e há muitas<br />pessoas de opiniões, que estão continuamente gerando material<br />interessante. De acordo com Cipriani (2006:30), “algumas delas já<br />se tornaram celebridades, como é o caso dos blogueiros do diário<br />de tecnologia Boing Boing (www.boingbloing.net): a opinião deles<br />faz diferença e causa impacto no cotidiano de milhares de pessoas<br />que acompanham os blogs todos os dias”.<br />Toda essa facilidade e interatividade possibilita que uma pessoa<br />comum, em pouco tempo, vire uma celebridade; basta a idéia ser<br />criativa que os blogueiros fazem o resto pelos links e com rapidez<br />na troca de informações.<br />A tabela 03 apresenta alguns exemplos de blogs pessoais de<br />sucesso:<br />76<br />Tabela 3: Blogs pessoais de sucesso<br />NOME DO<br />BLOG<br />ASSUNTO BLOGUEIRO<br />Jesus, me<br />chicoteia<br />Uma paródia da Bíblia Marco<br />Aurélio<br />Santos<br />Kibe Loco Humor debochado Antonio<br />Tabet<br />Cocadaboa Humor negro Wagner<br />martins<br />Interney Tecnologia/Variedades Edney Sousa<br />Querido Leitor Notícias/Variedades Rosana<br />Hermann<br />Pensar<br />Enlouquece<br />Atualidade/Comportame<br />nto<br />Alexandre<br />Inagaki<br />Blog do<br />Noblat<br />Política Ricardo<br />Noblat<br />Blog do Juca Esportes Juca Kfouri<br />77<br />3.6.2 Blog Corporativo<br />Os blogs surgiram, no cenário empresarial, para cobrir algumas<br />funções melhor do que outros meios tradicionais. Ordunã<br />(2007:101) afirma que “seu surgimento se deve à confluência<br />simultânea de uma série de fatores que multiplicaram sua<br />relevancia e permitiram que eles crescessem em um ritmo<br />acelerado”<br />O Blog corporativo, também conhecido como Blog de negócios, de<br />acordo com Cipriani (2006:33): “é a otimização dos processos e<br />racionalização de custos, a introdução de uma campanha de<br />marketing eficiente, o envolvimento da comunidade da internet em<br />seus planos estratégicos, a satisfação das dúvidas dos clientes<br />rapidamente, prestação de suporte, entre outras”<br />Atualmente, o uso de blogs pelas empresas é uma ferramenta<br />indispensável para a aproximação com os clientes, e uma empresa<br />com foco no cliente pode utilizar o blog de negócios para ser o<br />agente transformador que apresentará um diferencial competitivo<br />aos clientes (CIPRIANI, 2006:17).<br />O blog, por ter como característica o poder de comunicação<br />bidirecional, é um canal de comunicação veloz nas interações, visto<br />que possui uma leitura agradável e cronológica, é fácil de<br />manusear, custa pouco, tem navegação simples e espaço para os<br />comentários, disponibiliza a troca de links, demonstra<br />78<br />conhecimento e transparência da empresa e ainda permite a<br />criação de uma comunidade (CIPRIANI, 2006:22).<br />Cipriani (2006:36) afirma que:<br />(...) o blog, quando voltado para o público<br />externo, não é substituto pela página web<br />tradicional já usada pela maioria das empresas.<br />A página web é uma vitrine da empresa e<br />contém informações catalogadas como uma<br />biblioteca, o cliente acessa o seu conteúdo.<br />Já no blog é diferente, o cliente pode consultar o que a empresa<br />(representada pelosCEOS, executivos, ou mesmo um blogueiro<br />profissional) tem a dizer sobre ela e também pode interagir com a<br />mesma, colocando seu ponto de vista e obtendo uma resposta<br />rápida. Geralmente o blog deve caminhar paralelo ao site. A<br />principal função do blog corporativo é trazer os cliente e os<br />funcionários para perto da empresa e também construir uma<br />identidade para a sua marca.<br />Um dos primeiros CEOS a postarem textos em blogs dentro de<br />empresas foi Paul Otellini, da Intel, em 2005. No Brasil, Emilson<br />Alonso, presidente executivo do HSBC, escreve artigos<br />semanalmente em seu blog, desde 2006. De acordo com Cipriani<br />(2006:49): “na primeira hora de vida, seu blog recebeu um<br />comentário novo por minuto”. Os funcionários do banco estão<br />interagindo e dando sugestões diretamente ao presidente.<br />Existem inúmeros cases de sucesso de blogs escritos pelos CEOS,<br />O mais famoso é o blog http://fastlane.gmblogs.com da General<br />Motors, no qual o vice presidente Bob Lutz escreve sobre aspectos<br />da GM, em relação ao mercado e em relação a ela mesma. Ele<br />chegou a postar o protótipo de um novo modelo de automóvel, o<br />que repercutiu em muitos comentários e elogios. O diretor sênior do<br />McDonald’s Bog Langert, o presidente da Sun Microsystem<br />79<br />Jonathan Schwartez, o vice presidente da IBM Bot Sutor e o vice<br />presidente da HP também possuem blogs (CIPRIANI, 2006:56).<br />Além dos blogs escritos pelos CEOS, existem os Blogs que podem<br />ser criados pelo próprio departamento e recurso humanos das<br />empresas, com o intuito de disseminar as notícias de interesse de<br />seus colaboradores. Há também os blogs criados pelos<br />colaboradores, com o intuito de passar credibilidade e confiança<br />para os clientes, com o endosso dos próprios funcionários. Cipriani<br />(2007:50) afirma que:<br />O Google mantém seu blog oficial escrito pelos funcionários no<br />blog(http://googleblog.blogspot.com). Além de trazer novidades das<br />mais recentes invenções da equipe de engenharia ele também<br />apresenta textos personalizados e escritos pelas mesmas mãos<br />que criam os produtos da companhia.<br />No Brasil, o blog da Tecnisa é o primeiro blog corporativo do<br />mercado imobiliário. Ele é mantido pela construtora Tecnisa como<br />meio de comunicação e relacionamento com seus stakeholders.<br />Figura 02 – Imagem do Blog da Tecnisa<br />80<br />Podemos perceber que o blog corporativo é uma nova ferramenta,<br />a qual auxilia as empresas no processo de aproximação com os<br />clientes e gera uma maior credibilidade entre a empresa e os<br />clientes.<br />3.7 Desenvolvimento do blog<br />Como vimos anteriormente, a melhor forma de começar um blog é<br />procurar a ferramenta mais adequada. Para um blog corporativo, é<br />interessante criar algo com alguma ferramenta que apresente<br />ligações comerciais com determinado portal, pois geralmente<br />carregam banners e propagandas. É melhor esse blog corporativo<br />ficar dentro do domínio da empresa, por exemplo:<br />www.empresa.com.br/blog.<br />3.7.1 Criação do domínio<br />Após a definição do blog e o nome que será colocado no endereço,<br />é importante verificar se o nome escolhido já existe ou não, para<br />que se possa efetivar o registro de domínio. De acordo com<br />Cipriani (2006:159), “o domínio é o conjunto do nome da página<br />mais a extensão do domínio – no exemplo citado para “seunome”,<br />o domínio é “seunome.com.br”.<br />No Brasil é possível registrar o domínio no Registro.Br<br />(http://registro.br). Porém, existem empresas especializadas em<br />registro e hospedagem de domínios na internet.<br />3.7.2 Hospedagem de blogs<br />Geralmente a empresa de hospedagem de blogs oferece toda a<br />infra-estrutura e a interface com o usuário já preparada e pronta<br />para o uso. Um simples tutorial é suficiente para começar a<br />escrever seus posts. No entanto, algumas limitações podem<br />81<br />ocorrer, como limitação de espaços e o risco de perder os dados,<br />no caso de esse serviço ser extinto. (CIPRIANI, 2006: indicar<br />número de página).<br />Geralmente, os serviços pagos de hospedagem de blogs oferecem<br />mais alternativas e podem disponibilizar pessoal técnico para<br />quaisquer eventualidades. As funcionalidades podem variar,<br />dependendo do serviço ser gratuito ou pago.<br />3.8 Elementos que podem ser utilizados na construção<br />do blog<br />3.8.1 Feeds (RSS e Atom)<br />De acordo com Cipriani (2006:117):<br />(...) o termo feed vem do verbo inglês que quer<br />dizer alimentar. Um feed é um endereço web<br />como qualquer outro, mas seu conteúdo é<br />diferente. Em vez de fornecer um código<br />interpretado pelos navegadores para mostrar a<br />página web tal como conhecemos, o feed<br />fornece um outro código, para ser interpretado<br />pelo leitor de feeds. Ele alimenta o leitor, que<br />mostra as informações como se fossem e-mails<br />recém-chegados.<br />A figura a seguir demonstra um exemplo de leitor de feeds.<br />Figura 03 – Exemplo de leitor de Feeds<br />82<br />3.8.2 Videocasts<br />O termo videocast, de acordo com Cipriani (2006:146) é utilizado<br />para: “descrever o uso do vídeo para divulgações de interesse das<br />empresas, mas podemos encontrar também os termos vodcast,<br />vidcast, video blog, vlog, vlogging, vcast, entre outros, para o<br />mesmo sentido”<br />Nesse caso é possível observar mais um elemento da hipermídia<br />utilizado nos blogs, o vídeo, que começa a invadir os blogs e as<br />páginas da internet para a divulgação de trabalhos pessoais,<br />fortalecimento da imagem e inclusive para a divulgação de marcas<br />já estabelecidadas no mercado.<br />3.9 Conclusão<br />A interatividade, a hipermídia e a própria web 2.0, configuram o<br />potencial comunicativo da rede e caracterizam o modo como os<br />83<br />novos agentes da comunicação, no caso os blogs, se apropriam da<br />web.<br />Os blogs são um meio que funciona sem um conhecimento<br />profundo da linguagem Html, por isso, tem como característica<br />principal uma resposta rápida, o que contribui para a disseminação<br />da informação.<br />A informalidade, a espontaneidade e o caráter pessoal faz parte do<br />estilo dominante dos blogs. Existem assuntos diversos sendo<br />tratados nos blogs, desde assuntos íntimos a outros de caráter<br />mais relevantes, como política, educação, aquecimento global e<br />outros.<br />Como se pode perceber, estamos vivenciando em uma sociedade<br />conectada e as pessoas passam parte do dia acessando o<br />computador de algum lugar.<br />O caracter participativo e colaborativo da web 2.0, proporciona às<br />pessoas uma liberdade para mostrar suas qualidades, sem precisar<br />passar por autorização de outra pessoa. Isso resultou numa nova<br />noção, a noção da inteligência coletiva.<br />É possível perceber também que o blog é fácil de usar, tem baixo<br />custo e é interativo, pois permite que se tenha uma relação<br />contínua com diversos públicos. Além disso, é enriquecedor,<br />humaniza a organização e permite que seja possível atingir<br />públicos que abandonaram outras mídias.<br />84<br />Capitulo 4: A Pesquisa de Campo<br />Para responder a questão de pesquisa que segue: O Design de<br />Hipermídia é utilizado na construção dos blogs corporativos das<br />Instituições de Ensino? Foi realizado um estudo de caso (método<br />qualitativo e quantitativo). Utilizando como principal recurso à<br />pesquisa já realizada por Cipriani sobre os blogs de Instituições de<br />Ensino nacionais.<br />Pesquisamos 13 blogs de Instituições de Ensino identificados por<br />Cipriani, ou seja, todos os blogs de Instituições de Ensino<br />existentes na blogosfera brasileira, que de acordo com Cipriani: “é<br />a pesquisa mais completa da blogsfera brasileira” que são: o blog<br />do Colégio Regina Mundi em São Paulo, o blog do Colégio dos<br />Santos Anjos - Varginha-MG, o blog da Faculdade Campos Elísios<br />- São Paulo-SP, da FAMA - Faculdade Machado de Assis - Rio de<br />Janeiro-RJ, da Escola Sol - São Paulo-SP, da ESAB - Escola<br />Superior Aberta do Brasil, da ETEC Júlio de Mesquita - Nutrição -<br />Santo André-SP, do Objetivo - Baixada Santista-SP, da Unijuí - Ijuí-<br />RS, da Uniminas - União Educacional Minas Gerais - Uberlândia85<br />MG, da Unisul – UnisulBusiness, da Universidade Tiradentes - Pró-<br />Reitoria de Educação a Distância e da Wizard Idiomas -<br />Guarulhos-SP.<br />Na pesquisa quantitativa foram observadas as seguintes<br />características: o hibridismo, a hipertextualidade, a navegabilidade,<br />a não linearidade e a interatividade.<br />A pesquisa qualitativa foi realizada com o blog da ESAB, onde<br />foram analisadas com mais detalhes as características do Design<br />de Hipermídia.<br />De acordo com a pesquisa realizada chegamos aos resultados<br />apontados na Figura 4 e Tabela 4:<br />0,00%<br />10,00%<br />20,00%<br />30,00%<br />40,00%<br />50,00%<br />60,00%<br />70,00%<br />80,00%<br />90,00%<br />100,00%<br />hibridismo<br />hipertextualidade<br />não-linearidade<br />interatividade<br />navegabilidade<br />Figura 04- Gráfico da porcentagem de cada característica<br />identificada<br />86<br />BLOGS Hibridis<br />mo<br />Hipert<br />extual<br />idade<br />Não-<br />Linearid<br />ade<br />Interati<br />vidade<br />Navega<br />bilidade<br />Colégio<br />Regina Mundi<br />X X<br />Colégio<br />Santos Anjos<br />X X X X X<br />Faculdade<br />Campos<br />Elísios<br />X X<br />Faculdade<br />Machado de<br />Assis<br />X X<br />Escola Sol X ESAB X X X ETEC Julio de<br />Mesquita<br />X X<br />Objetivo X X<br />Unijuí X X X<br />Uniminas X<br />87<br />Tabela 4: distribuição das características identificadas por blogs<br />4.2 As características identificadas nos Blogs<br />4.2.1 Colégio Regina Mundi -São Paulo-SP -<br />http://blog.colegioreginamundi.com.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />Unisul X X X<br />Universidade<br />Tiradentes<br />X X X X<br />Wizard<br />Idiomas<br />X X<br />TOTAL 4 3 3 12 13<br />PORCENTAGE<br />M<br />30,76% 23,07<br />%<br />23,07% 92,30% 100%<br />88<br />Figura 05 - Imagem do Blog do Colégio Regina Mundi<br />89<br />Figura 06 - Imagem da Característica interativa do blog do Colégio<br />Regina Mundi<br />90<br />Figura 07 - Imagem da navegabilidade do Colégio Regina Mundi<br />91<br />Figura 08 Imagem da navegabilidade do Colégio Regina Mundi<br />92<br />Comentários: O blog do Colégio Regina Mundi, é alimentado pela<br />diretora do colégio possui textos relacionados à educação, família e<br />93<br />sociedade. Em sua interface podemos observar que das<br />características do design hipermídia já conceituadas nesse estudo<br />é utilizado somente a interatividade e a navegabilidade. A<br />interatividade foi observada e possibilitada por meio de comentários<br />dos leitores e a navegabilidade está resumida ao espaço dos<br />artigos do blog e a lista de sites. Não foi identificada a utilização de<br />outras mídias, tais como imagens, sons, vídeos que caracterizam o<br />hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade também não<br />foram detectadas, pois o blog é composto de textos longos que não<br />proporcionam aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de partir<br />para outros textos.<br />94<br />4.2.2 Colégio dos Santos Anjos-Varginha-MG -<br />http://blog.colegiosantosanjos.com.br/<br />( x ) Hibridismo<br />( x ) Hipertextualidade<br />( x ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />Figura 09 Imagem do Blog do Colégio Santos Anjos<br />95<br />96<br />Figura 10 Imagem da característica Hipertextual do blog do Colégio<br />Santos Anjos<br />97<br />Figura 11 - Imagem da característica não-linear do blog do Colégio<br />Santos Anjos<br />98<br />Figura 12 - Imagem da característica interativa do Blog do Colégio<br />Santos Anjos<br />99<br />Figura 13 - Imagem da característica da navegabilidade do blog do<br />Colégio Santos Anjos<br />100<br />Figura 14 - Imagem da característica hibrida do blog do Colégio<br />Santos Anjos<br />101<br />Comentário: O blog do Colégio dos Santos Anjos possui textos<br />relacionados aos assuntos do próprio colégio, como acesso aos<br />arquivos de fotos dos eventos realizados, avisos de<br />acontecimentos como datas de provas e calendários, além de<br />textos e vídeos disponibilizados pela comunidade do colégio. Em<br />sua interface podemos observar que todas as características do<br />design hipermídia já conceituadas nesse estudo foram utilizadas<br />em sua construção. Na característica interatividade foi observada<br />que possibilitada por meio de comentários dos leitores a partir de<br />um login e uma senha o que impede que a interatividade seja<br />utilizada em toda a sua potência. A navegabilidade foi observada a<br />partir de um link de busca e aos espaços dos artigos do blog e a<br />lista de sites. Foi identificada a utilização de outras mídias, tal<br />como um vídeo extraído do youtube, caracterizando o hibridismo. A<br />hipertextualidade e a não linearidade foram detectadas dentro dos<br />posts, onde é observado o “clique aqui para acessar”<br />proporcionando aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de partir<br />para outros textos.<br />102<br />4.2.3 Faculdade Campos Elísios - São Paulo-SP -<br />http://blog.faesp.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />103<br />Figura 15 - Imagem do Blog da Faculdade Campos Elísios<br />104<br />Figura 16 - Imagem da característica interativa do blog da<br />Faculdade Campos Elísios<br />105<br />Figura 17 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade<br />Campos Elísios<br />106<br />Figura 18 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade<br />Campos Elísios<br />107<br />Comentário: O blog da Faculdade Campos Elisios possui textos<br />relacionados com os últimos acontecimentos e notícias<br />relacionados com a própria faculdade. Em sua interface podemos<br />observar que das características do design hipermídia já<br />conceituadas nesse estudo é utilizado somente a interatividade e a<br />navegabilidade. Na característica interatividade foi observada que é<br />possibilitada por meio de comentários dos leitores a partir de um<br />login e uma senha o que impede que a interatividade seja utilizada<br />em toda a sua potência. A navegabilidade foi observada a partir do<br />link de busca, acesso rápido, e aos arquivos dos posts. Não foi<br />identificada a utilização de outras mídias, tais como imagens, sons,<br />vídeos que caracterizam o hibridismo. A hipertextualidade e a não<br />linearidade também não foram detectadas, pois o blog é composto<br />de textos longos que não proporcionam aos leitores a mobilidade e<br />a flexibilidade de partir para outros textos.<br />108<br />4.2.4 FAMA - Faculdade Machado de Assis - Rio de<br />Janeiro-RJ - http://blog.famanet.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />109<br />Figura 19 - Imagem do Blog da Faculdade Machado de Assis<br />110<br />Figura 20 - Imagem da característica interativa do blog da<br />Faculdade Machado de Assis<br />111<br />Figura 21 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade<br />Machado de Assis<br />112<br />Figura 22 - Imagem da navegabilidade do blog da Faculdade<br />Machado de Assis<br />113<br />Comentário: O blog da Faculdade Machado de Assis possui textos<br />relacionados com os últimos acontecimentos e notícias<br />relacionados com a própria faculdade. Observou-se que das<br />características do design hipermídia, já conceituadas nesse estudo,<br />é utilizada somente a interatividade e a navegabilidade. A<br />interatividade é possibilitada por meio de comentários dos leitores a<br />partir de um login e uma senha o que impede que ela seja utilizada<br />em toda a sua potência. A navegabilidade foi observada a partir do<br />link de busca, aos arquivos dos posts e as categorias de blogs<br />relacionados. Não foi identificada a utilização de outras mídias,<br />tais como imagens, sons, vídeos que caracterizam o hibridismo. A<br />hipertextualidade foi observada uma única vez, facilitando o acesso<br />ao conteúdo de algumas palestras e a não linearidade também não<br />foi detectada. O Blog apresenta textos longos que não<br />proporcionam aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de se<br />conectarem a outros textos.<br />114<br />4.2.5 Escola Sol - São Paulo-SP -<br />http://blog.escolasol.com.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />115<br />Figura 23 - Imagem do blog da Escola Sol<br />116<br />Figura 24 - Imagem da característica Interativa do blog da Escola<br />Sol<br />117<br />Figura 25 - Imagem da navegabilidade do blog da Escola Sol<br />118<br />Comentário: O blog Escola Sol possui textos relacionados com os<br />últimos acontecimentos e notícias relacionados com a própria<br />escola. De acordo com o blogueiro o blog foi construído com a<br />intenção intensificar o relacionamento que já existe da escola com<br />os pais e alunos e também de registrar os momentos vividos. Em<br />sua interface podemos observar somente a interatividade e a<br />navegabilidade. Na característica interatividade foi observada que é<br />possibilitada por meio de comentários dos leitores, qualquer pessoa<br />pode interagir com o site, visto que não é necessário um registro<br />para adquirir um login e uma senha A navegabilidade foi observada<br />a partir do link de busca, do acesso a outras páginas e aos<br />arquivos dos posts. Não foi identificada a utilização de outras<br />mídias, tais como imagens, sons, vídeos que caracterizam o<br />hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade também não<br />foram detectadas, pois o blog é composto de textos longos.<br />119<br />4.2.6 ESAB - Escola Superior Aberta do Brasil -<br />http://blog.esab.edu.br/<br />( x ) Hibridismo<br />( x ) Hipertextualidade<br />( x ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />120<br />Figura 26 - Imagem do Blog da ESAB.<br />121<br />Figura 27 - Imagem da característica hibrida do blog da ESAB<br />122<br />Figura 28 - Imagem da característica hipertextual do blog da Esab<br />123<br />Figura 29 - Imagem da característica não-linear do blog da Esab<br />124<br />Figura 30 - Imagem da característica interativa do blog da Esab<br />125<br />Figura 31 - Imagem da característica da navegabilidade do blog da<br />Esab<br />126<br />Comentário: O blog da ESAB apresenta artigos, opiniões e<br />comentários de diretores, professores e colaboradores da ESAB,<br />os assuntos são diversos, tais como: educação, tecnologia,<br />Internet, e-learning, vida cotidiana, vida profissional e inovação.<br />Contatou-se que todas as características do design hipermídia<br />foram utilizadas em sua construção. Na característica interatividade<br />foi observada que é possibilitada por meio de comentários dos<br />leitores sem a necessidade de se cadastrar para adquirir um login e<br />uma senha para fazer comentários A navegabilidade foi observada<br />a partir de um link de busca e aos espaços dos artigos do blog e a<br />lista de categorias. Foi identificada a utilização de outras mídias,<br />tal como um vídeo extraído do youtube e muitas imagens,<br />caracterizando o hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade<br />foram detectadas dentro dos posts, onde é observado o “clique<br />aqui para acessar” e palavras com links de acesso.<br />127<br />4.2.7 ETEC Júlio de Mesquita - Nutrição - Santo André-SP -<br />http://nutrietecjm.spaceblog.com.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />128<br />Figura 32 - Imagem do blog da ETEC Júlio de Mesquita<br />129<br />Figura 33 - Imagem da característica interativa do blog da ETEC<br />Júlio de Mesquita<br />130<br />Figura 34 - Imagem da Navegabilidade do blog da ETEC Júlio de<br />Mesquita<br />131<br />Comentário: O blog da ETEC Julio de Mesquita possui textos<br />relacionados com notícias, informações, dados, comentários e links<br />úteis aos alunos do curso técnico de nutrição e dietética,<br />relacionados ao dia-a-dia da escola. Quem alimenta o blog são os<br />coordenadores, professores, colaboradores e a direção. Com<br />relação às características do design hipermídia foi utilizada<br />somente a interatividade e a navegabilidade. Na característica<br />interatividade foi observada que é possibilitado por meio de<br />comentários dos leitores sem a necessidade ir de um login e uma<br />senha. Foi observado também que os posts dos comentários ficam<br />visíveis, o que estimula que outros leitores também façam<br />comentários. A navegabilidade foi observada a partir do link de<br />busca, links favoritos, palavras chaves e aos arquivos dos posts.<br />Não foi identificada a utilização de outras mídias, tais como<br />imagens, sons, vídeos que caracterizam o hibridismo. A<br />hipertextualidade e a não linearidade também não foram<br />detectadas, pois o blog é composto de textos longos que não<br />proporcionam aos leitores a mobilidade e a flexibilidade de partir<br />para outros textos.<br />132<br />4.2.8 Objetivo - Baixada Santista-SP -<br />http://blog.objetivobaixada.com.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />133<br />Figura 35 - Imagem do Blog do Colégio Objetivo<br />134<br />Figura 36 - Imagem da Característica Interativa do blog do Colégio<br />Objetivo<br />135<br />Figura 37 - Imagem da Navegabilidade do blog do Colégio Objetivo<br />136<br />Comentario: O blog Colégio Objetivo possui textos relacionados<br />com os últimos acontecimentos e notícias relacionados com a<br />própria escola. Novamente, como em outros blogs, das<br />características do design hipermídia foram utilizados somente a<br />interatividade e a navegabilidade. A interatividade é realizada por<br />meio de comentários dos leitores sem a necessidade de se<br />cadastrar para adquirir um login e uma senha. A navegabilidade foi<br />observada a partir do link de busca, do calendário, das publicações<br />recentes e dos arquivos dos posts. Não foi identificada a utilização<br />de outras mídias, tais como imagens, sons, vídeos que<br />caracterizam o hibridismo. A hipertextualidade e a não linearidade<br />também não foram detectadas. O blog é composto de textos<br />longos.<br />137<br />4.2.9 Unijuí-Ijuí-RS<br />http://www.unijui.edu.br/content/blogsection/<br />( x ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />138<br />Figura 38 - Imagem do blog da Unijuí<br />139<br />Figura 39 - Imagem do carater hibrido do blog da Unijuí<br />140<br />Figura 40 - Imagem do caráter interativo do blog da Unijui<br />141<br />Figura 41 - Imagem da navegabilidade do blog da Unijui<br />142<br />Comentário: O blog da Universidade Unijui retrata o cotidiano do<br />estudante da UNIJUÍ de forma descontraída, simples e objetiva.<br />Das características do design hipermídia é utilizado o hibridismo,<br />interatividade e a navegabilidade. Na característica hibridismo foi<br />possível detectar que essa característica aparece com freqüência,<br />através de um plugin para podcast da própria radio da Unijui e<br />através de várias imagens e fotos. A interatividade foi observada<br />em comentários dos leitores com a necessidade de se cadastrar<br />para adquirir um login e uma senha o que no caso da Unijui não<br />impediu que os leitores do blog fizessem comentários. É um blog<br />bastante interativo, onde existem comentários em quase todos os<br />posts. A navegabilidade foi observada basicamente a partir dos<br />links para outros sites. Não foi identificada a utilização de outras<br />características do design de hipermídia, tais como a<br />hipertextualidade e a não linearidade, pois o blog é composto de<br />textos longos que não proporcionam aos leitores a mobilidade e a<br />flexibilidade de partir para outros textos.<br />143<br />4.2.10 Uniminas - União Educacional Minas Gerais -<br />Uberlândia-MG - http://blog.uniminas.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />144<br />Figura 42 - Imagem do blog da Uniminas<br />145<br />Figura 43 - Imagem da navegabilidade do blog da Uniminas<br />146<br />Comentário: O blog da Uniminas não está construído. Só existe a<br />interface sem a alimentação dos dados. A navegabilidade foi<br />identificada pelo blogrool.<br />147<br />4.2.11 Unisul - UnisulBusiness - http://www.blogubs.com/<br />( x ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />Formatado: Inglês (EUA)<br />Formatado: Inglês (EUA)<br />Código de campo alterado<br />Formatado: Inglês (EUA)<br />Código de campo alterado<br />Formatado: Inglês (EUA)<br />Formatado: Inglês (EUA)<br />148<br />Figura 44 - Imagem do blog da Unisul<br />149<br />Figura 45 - Imagem da característica hibrida do blog da Unisul<br />150<br />Figura 46 - Imagem da característica interativa do blog da Unisul<br />151<br />Figura 47 - Imagem da navegabilidade do blog da Unisul<br />152<br />Comentário: O blog da Unisul possui conteúdo relativo ao<br />cotidiano dos universitários e a rotina da universidade. Das<br />características do design hipermídia são utilizados o hibridismo,<br />interatividade e a navegabilidade. Na característica hibridismo foi<br />possível detectar que essa característica aparece com freqüência,<br />através vídeos extraídos do youtube. A interatividade foi observada<br />por meio de comentários dos leitores sem a necessidade de se<br />cadastrar para adquirir um login e uma senha o que no caso facilita<br />a inclusão de comentários facilitando a interatividade. A<br />navegabilidade foi observada basicamente a partir dos link para<br />outros sites e links para parceiros da universidade e também para<br />acesso ao currículo lates do corpo docente. Não foi identificada a<br />utilização de outras características, tais como a hipertextualidade e<br />a não linearidade, pois o blog é composto de textos longos.<br />153<br />4.2.12 Universidade Tiradentes - Pró-Reitoria de Educação a<br />Distância - http://proead.wordpress.com/<br />( ) Hibridismo<br />( x ) Hipertextualidade<br />( x ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />154<br />Figura 48 - Imagem do blog da Universidade Tiradentes<br />155<br />Figura 49 - Imagem da característica hipertextual do blog da<br />Universidade Tiradentes<br />156<br />Figura 50 - Imagem da característica não-linear do blog da<br />Universidade Tiradentes<br />157<br />Figura 51 - Imagem da característica interativa do blog da<br />Universidade Tiradentes<br />158<br />Figura 52 - Imagem da navegabilidade do blog da Universidade<br />Tiradentes<br />159<br />Comentário: O blog da Universidade Tiradentes é uma iniciativa da<br />Pró-Reitoria Acadêmica e da Pró-Reitoria Adjunta de Ensino a<br />Distância e possui textos relacionados aos assuntos do universo<br />acadêmico. Observou-se que das características do design<br />hipermídia, listadas neste estudo, não foi utilizada em sua<br />construção o hibridismo. Na característica interatividade foi<br />observada que é possibilitada por meio de comentários dos leitores<br />sem a necessidade de se cadastrar para obter um login e uma<br />senha para postar comentários. A navegabilidade foi observada a<br />partir links de busca, links para os artigos do blog e a lista de blogs<br />da EAD. A hipertextualidade e a não linearidade foram detectadas<br />dentro dos posts, onde é observado o “clique aqui para acessar” e<br />palavras sublinhadas, proporcionando aos leitores a mobilidade e a<br />flexibilidade de partir para outros textos.<br />160<br />4.2.13 Wizard Idiomas - Guarulhos-SP -<br />http://blog.wizardguarulhos.com.br/<br />( ) Hibridismo<br />( ) Hipertextualidade<br />( ) Não Linearidade<br />( x ) Interatividade<br />( x ) Navegabilidade<br />161<br />Figura 53 - Imagem do blog da Wizard<br />162<br />Figura 54 - Imagem da característica interativa do blog da Wizard<br />163<br />Figura 55 - Imagem da navegabilidade do blog da Wizard<br />164<br />Comentário: O blog da Wizard Guarulhos é tratado como um canal<br />direto entre a empresa e seus alunos e possui conteúdo relativo ao<br />cotidiano dos alunos e a rotina da escola. Em sua interface<br />podemos observar que das características do design hipermídia é<br />utilizado apenas a interatividade e a navegabilidade. A<br />interatividade foi observada que é possibilitada por meio de<br />comentários dos leitores sem a necessidade de se cadastrar para<br />adquirir um login e uma senha o que no caso facilita a inclusão de<br />comentários proporcionando a interatividade. A navegabilidade foi<br />observada basicamente a partir dos link para outros sites e links<br />úteis, de tags e link para os arquivos do blog. Não foi identificada a<br />utilização de outras características, tais como a hipertextualidade, o<br />hibridismo e a não linearidade.<br />165<br />4.3 PESQUISA QUALITATIVA DO BLOG DA ESAB<br />O blog da ESAB foi escolhido para apresentar a pesquisa<br />qualitativa, pois apresentou todas as características reunidas do<br />Design de Hipermídia. A analise realizada possibilitou a<br />observação de que o blog através da interatividade possibilita o<br />desenvolvimento do pensamento criador e ainda sustentou a<br />afirmação de Moura (2006, pg. 03): “as tecnologias digitais<br />exteriorizaram e impulsionaram quatro qualidades do ser humano:<br />a curiosidade, a criatividade, a cooperação e a vivência do lúdico.<br />Sendo a interatividade apontada como uma das melhores aberturas<br />para estas questões e para o pensamento criador. Como<br />analisamos na resposta aos posts conforme figura abaixo:<br />166<br />Abaixo temos outro exemplo do desenvolvimento do pensamento<br />criador através da interatividade. Nesses comentários foi possível<br />detectar a participação dos usuários e dos leitores dos blogs e<br />claramente que através da interatividade é possível detectar o<br />carinho pela Instituição.<br />Outra característica observada é que interatividade observada é<br />possibilitada por meio de comentários dos leitores sem a<br />necessidade de se cadastrar para adquirir um login e uma senha<br />para fazer comentários. O que nos leva a identificar a interatividade<br />desse blog como grau médio de interatividade. Esse grau oferece<br />ao usuário o tema, objetivos e a tarefa a ser cumprida ao final da<br />navegação. A navegação quase sempre é guiada por menus.<br />Espera-se que o usuário descubra o conteúdo por descoberta<br />167<br />guiada em uma rede pré-definda. No blog da Esab podemos<br />perceber o link para os comentários, onde o objetivo é que o<br />usuário coloque seu ponto de vista a respeito do conteúdo que ele<br />teve acesso, e a tarefa é que o usuário participe com suas<br />opiniões, criticas, sugestões ou simplesmente diga que leu o<br />conteúdo.<br />Seguindo a linha de raciocínio PRIMO (2006), o Blog da Esab<br />apresenta as características da interatividade que são a<br />interruptabilidade, onde observamos que cada participante tem a<br />possibilidade de colocar o seu comentário quando melhor lhe<br />convier. Fazendo com que o conteúdo postado se assemelhe mais<br />a uma conversa do que a uma palestra. No que diz respeito à<br />granularidade, não foi detectado essa característica no blog, pois<br />nem sempre existe uma resposta rápida para o comentário<br />efetuado. Quanto a degradação graciosa, ou seja, à instância do<br />sistema não ter a resposta para uma indagação não foi observada<br />que o usuário tenha a possibilidade de saber quando e como<br />podem obter a resposta que não está disponível naquele momento.<br />Já o princípio do não default também não foi observado, visto que o<br />sistema mesmo já direciona para onde seus participantes devem ir.<br />A navegabilidade foi observada a partir de um link de busca e aos<br />espaços destinados aos artigos do blog e a lista de categorias.<br />Essa navegabilidade analisada também nos faz pensar que ela se<br />assemelha aos hipertextos. Podemos justificar essa afirmação<br />usando a conceitualização de FERRARI (2007, pg. 65) onde afirma<br />que: “É possível descrever o hipertexto como um conjunto de nós<br />de significações interligados por conexões entre palavras, páginas,<br />fotografias, imagens, gráficos, seqüências sonoras, etc.” Dessa<br />forma, levantamos a questão sobre se a navegabilidade observada<br />na realidade não seja uma característica hipertextual também.<br />168<br />Quanto a característica hibrida, foi identificada a utilização de<br />outras mídias, tal como um vídeo extraído do youtube e muitas<br />imagens, caracterizando o hibridismo. De todos os blogs<br />analisados o blog da Esab foi o que mais apresentou a<br />característica híbrida. O blogueiro explorou de várias maneiras<br />essa característica. Verificou-se que o conteúdo disponiblizado está<br />amparado por vídeos extraídos do youtube e também de muitas<br />imagens facilitando dessa forma o caráter hibrido. MOURA (2007,<br />p. 117) nos apresenta uma definição interessante sobre o caráter<br />hibrido, onde afirma que é: “uma característica que confere a<br />Hipermídia a possibilidade de propiciar uma re-significação de<br />informação através da associação de duas ou mais mídias<br />ampliando, assim, suas formas de expressão”. Foi possível<br />observar que o blog da Esab proporcionou o diálogo entre os<br />códigos visual e sonoro. O vídeo extraído do youtube mostra um<br />vídeo da escritora Zélia Gattai proporcionando aos leitores um<br />diálogo de carinho e de sentimentos pela morte da viúva do escritor<br />Jorge Amado.<br />A hipertextualidade foi observada em várias situações facilitando o<br />acesso a assuntos diversos, tais como: educação, tecnologia,<br />Internet, e-learning, vida cotidiana, vida profissional e inovação.<br />Observou-se também essa característica desde links de acesso até<br />o clique aqui para acessar. Essa análise também nos faz pensar<br />que o blog é todo composto de hipertextos, inclusive com os links<br />que favorecem a navegação, que também nos faz refletir a respeito<br />da navegabilidade e da hipertextualidade. Os links para outras<br />páginas que também podem ser definidas como uma característica<br />de navegabilidade também pode ser entendida como<br />características hipertextuais, como podem observar nas palavras<br />que dão acesso a outros textos como os links para outros artigos,<br />opiniões, outros blogs, a outras datas e inclusive a outros<br />interesses.<br />169<br />Já a característica não linear foi detectada dentro dos posts, onde é<br />observado o “clique aqui para acessar” e palavras com links de<br />acesso. Como podemos observar a não linearidade contém<br />vínculos – links - para outros documentos, permitindo ao leitor que<br />se desloque de um lugar para outro, permitindo que o movimento<br />seja feito e o conhecimento adquirido, no entanto no blog<br />observado podemos entender que essa característica poderia ser<br />mais bem explorada, pois foi observada com baixa regularidade,<br />tornando os posts muito compridos. A não-linearidade é uma<br />característica muito interessante que possibilita que o leitor faça<br />uma viagem sem saber ao certo onde chegar, facilitando o acesso<br />ao conhecimento. Se essa característica tivesse tido melhor<br />explorada o conteúdo ficaria mais rico e os posts com uma estética<br />melhor.<br />170<br />4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS<br />Diante da pesquisa realizada, foi possível constatar que a<br />navegabilidade é a característica do Design de Hipermídia mais<br />freqüente nos blogs, com 100% de utilização, seguido pela<br />característica interativa com 92,30% de utilização. A característica<br />híbrida apresentou um resultado de 30,76% e as características<br />hipertextual e a não linear apresentaram empate no resultado, com<br />23,07%.<br />A navegabilidade é um item importante em um blog, pois ela se<br />constitui na organização da informação para que o usuário navegue<br />de forma intuitiva e saiba onde está de onde veio e quais são as<br />suas possibilidades futuras de acesso. A pesquisa também nos<br />mostrou que a navegabilidade encontrada nos blogs facilita à<br />exploração e à mobilidade do usuário para exploração de<br />conteúdos, e o acesso rápido as informações disponíveis. Também<br />foi possível perceber que a esse acesso a informação de maneira<br />rápida e eficiente acontece através dos links de busca, relação das<br />publicações recentes, arquivos organizados de forma cronológica,<br />blogrolls, e categorias, além de ter sido observado também link de<br />acesso rápido para sites relacionados com os assuntos abordados<br />no blog.<br />A característica interativa também foi observada nos blogs<br />pesquisados e o resultado apontou 92,30% porque um blog não<br />estava ativo no momento da pesquisa. O caráter interativo dos<br />blogs é facilmente identificado, pois em geral a interatividade é<br />identificada nos posts, onde é possível escrever comentários sobre<br />cada matéria publicada, porém os blogs analisados não oferecem<br />muitas formas de interatividade. Em alguns casos, para que ocorra<br />a interatividade, é solicitado ao usuário um cadastro para a criação<br />de um login e de uma senha.<br />171<br />Ainda no que diz respeito à interação, é oportuno o pensamento de<br />Preece (2002) que salienta a importância dos moderadores nos<br />processos colaborativos que entre outras tarefas está a de<br />solucionar conflitos, promover o diálogo e coordenar atividades,<br />bem como, estimular a participação do grupo na construção e<br />evolução do ambiente.<br />Diante dessa colocação devemos pensar que quanto maior a<br />simplicidade do contexto com o intuito de facilitar a interatividade<br />melhor será a construção do conhecimento coletivo. Para quem<br />“passeia pelo blog” pela primeira vez ao se deparar com a<br />necessidade de se cadastrar para poder fazer um comentário leva<br />esse usuário a desistir de dar a sua contribuição.<br />A característica híbrida observada nos blogs pesquisados<br />apresentou formas diferentes de transmitir informações, ou seja,<br />eles comunicam-se através de imagens, textos, áudios e vídeos.<br />As características hipertextual e a não linear foram as que<br />apresentaram o menor índice de utilização nos blogs avaliados.<br />Pode-se observar que somente 23,07 dos blogs apresentaram a<br />característica não linear e a característica hipertextual,<br />características essas que poderiam ser bem mais utilizadas pelos<br />blogueiros. Lévy (1999, pg. 58) afirma que: “ler é selecionar,<br />esquematizar, associar a outros dados, integrar as palavras e as<br />imagens a uma memória pessoal em reconstrução permanente.”<br />Por isso a importância da exploração dessas características na<br />construção do blog, pois ainda de acordo com Lévy (1999, pg. 86):<br />“a leitura de um texto é sempre uma construção”.<br />172<br />Capítulo 05 Considerações Finais<br />A web 2.0 proporcionou aos usuários um novo paradigma na<br />utilização e criação de web sites mais participativos e colaborativos.<br />E fez com que as redes sociais dessem um salto quantitativo e<br />qualitativo, colocando os blogs como objeto desse estudo para<br />compreendermos a importância do Design de hipermídia na<br />construção dos mesmos.<br />Esse estudo buscou a discussão e o esclarecimento sobre a<br />caracterização do processo de Design de Hipermídia no<br />desenvolvimento de interfaces dos blogs. Para tanto, embasado<br />nos objetivos do projeto, foi trazida a natureza da hipermídia, em<br />seu desenvolvimento histórico. Em seguida buscou-se formalizar o<br />entendimento sobre o design de hipermídia e suas principais<br />características. Posteriormente, realizamos um estudo sobre a<br />internet que teve como propósito definir algumas características do<br />Design de Hipermídia. Depois foi feito um estudo dos blogs.<br />Na pesquisa realizada podemos constatar que o Design de<br />Hipermídia mostra-se eficiente e necessário no papel de conduzir a<br />construção dos blogs e é cada vez mais importante o domínio das<br />técnicas que facilitem o seu acesso e seu uso. A pesquisa também<br />apontou que as características do Design de Hipermída estão<br />presentes, em diferentes proporções, nos blogs corportativos das<br />Instituições de Ensino analisados. Dentre estas as que são mais<br />utilizadas é navegabilidade e a interatividade.<br />Entretanto a navegabilidade observada resume-se a link de buscas<br />e não permitem que o usuário utilize outra forma de percorrer o<br />documento e também está relacionada aos espaços dos artigos, da<br />lista de sites, e dos arquivos dos posts anteriores muitas vezes<br />assemelhando-se ao hipertexto.<br />173<br />No que diz respeito à interatividade, a maiorias dos blogs<br />analisados não oferecem muitas formas de interatividade, que é<br />observada através dos comentários dos leitores. Esta característica<br />poderia ser melhor explorada utilizando os recursos que a própria<br />web 2.0 proporciona de maneira rápida e com custo zero.<br />A maioria dos blogs analisados possuem textos muito longos e com<br />pouco uso dos hipertextos e não exploram a não-linearidade. O<br />hipertexto é a escrita apropriada para este meio e a não-linearidade<br />poderia permitir que o documento postado se assemelhe a forma<br />com que o ser humano pensa.<br />Em relação às características que analisamos pode-se dizer que os<br />blogs pesquisados apresentam baixo grau de hibridismo, podendo<br />essa característica ser melhor explorada pelos responsáveis para<br />transmitir o conteúdo de forma mais atrativa, pois o hibridismo<br />apresenta formas diferentes de transmitir informações, ou seja,<br />pode comunicar-se através de imagens, textos, áudio ou até<br />vídeos.<br />A resposta à pergunta da pesquisa deste trabalho foi respondida,<br />na medida em que foram delimitadas as principais características<br />encontradas no Design de Hipermídia, que foram: interatividade,<br />navegabilidade, hipertextualidade, hibridismo e não-linearidade e<br />relacionadas com a construção e na elaboração dos conteúdos dos<br />blogs corporativos de Instituições de Ensino.<br />Após estas discussões e reflexões, chega-se a conclusão de que o<br />Design de Hipermídia está presente em diferentes proporções na<br />construção dos blogs corporativos de Instituições de Ensino, e que<br />as características do Design de Hipermídia podem ser melhores<br />exploradas.<br />174<br />Como contribuição deste estudo, está à busca pelo aprimoramento<br />de técnicas já existentes, como a utilização de todas as<br />características do Design de Hipermídia na construção dos blogs,<br />visto que o Design de Hipermídia mostrou-se fundamental para<br />trabalhar com o meio virtual e que é preciso entender suas<br />especificidades adaptando-as às características dos leitores dos<br />blogs, que como esse estudo aponta cresce de forma exponencial.<br />175<br />Referencias Bibliográficas<br />BUGAY, Edson Luis; ULBRICHT, Vânia Ribas. Hipermídia.<br />Florianópolis: Bookstore, 2000.<br />CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e<br />Terra, 1999.<br />CIPRIANI, Fábio. Blog Corporativo. São Paulo: Novatec, 2006.<br />DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS SOCIAIS/FUNDAÇÃO GETULIO<br />VARGAS, Instituto de documentação; BENEDITO DA SILVA,<br />coordenação geral; ANTONIO GARCIA DE MIRANDA NETTO.../et<br />al./.Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1986 – pág. 624<br />DOMINGUES, Diana (org). A arte no século XXI – A humanização<br />das tecnologias. São Paulo: 1997<br />ELLIS, Andrew W. Leitura, Escrita e Dislexia – Uma análise<br />cognitiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.<br />FERRARI, Pollyana. Hipertexto e Hipermídia: As novas<br />Ferramentas da comunicação digital. São Paulo: Contexto, 2007.<br />FISCHER, Steven R. História da Leitura. São Paulo: UNESP, 2006.<br />GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa.São Paulo: Atlas,<br />1991.<br />HEWITT, Hught. 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Tese, Faculdade de Educação, Universidade Federal da<br />Bahia, Salvador (pg. 188-193).</div></div>Luciane Chiodihttp://www.blogger.com/profile/03007519014463577760noreply@blogger.com0